A fertilidade masculina é tão importante quanto a feminina para a concretização dos planos reprodutivos de um casal. Há várias condições que podem deixar um homem infértil, desde hábitos de vida que levam a distúrbios hormonais até doenças que causam alterações anatômicas nos órgãos reprodutores.
A capacidade reprodutiva do homem está relacionada às características seminais. O espermograma é um exame de rastreamento indicado para analisar os aspectos do sêmen. Distúrbios hormonais, funcionais, anatômicos podem alterar este exame e direcionar uma investigação mais aprofundada.
Com a leitura deste artigo, você vai compreender como o espermograma é feito e qual é a importância desse exame para a avaliação da fertilidade masculina. Acompanhe!
Espermatozoide e sêmen: qual é a diferença?
Muitas pessoas podem utilizar os dois termos como sinônimos, mas não são. Os espermatozoides são as células reprodutivas do homem, que carregam o DNA. Essas células compõem somente cerca de 15% do sêmen, que também é constituído por líquido seminal e secreção prostática.
Portanto, além dos espermatozoides, o sêmen ou esperma é composto por fluídos secretados pelas glândulas acessórias (próstata e vesículas seminais). A “mistura” de secreções fornece uma fonte de substâncias (enzimas, aminoácidos livres, frutose, ácido cítrico etc.) que nutrem os espermatozoides e os protegem para que cumpram sua função dentro do trato reprodutivo feminino.
O espermatozoide é uma célula especializada, capaz de fertilizar o óvulo para gerar uma nova vida. Em sua morfologia normal, o gameta masculino é constituído por três partes: cabeça oval, peça intermediária e cauda longa. Para chegar ao local da fecundação, esses gametas precisam ter capacidade de se mover de forma direcional e contínua, o que chamamos de motilidade progressiva.
O sêmen, em seu aspecto normal, é um líquido viscoso, branco opalescente, que contém vários componentes nutritivos que protegem e dão energia para os espermatozoides dentro do trato reprodutivo feminino. Alterações na coloração, no pH, no volume ejaculado ou em outros aspectos seminais podem ser sinal de alguma doença associada à infertilidade.
O que é espermograma?
O espermograma é um exame laboratorial realizado para analisar as características macro e microscópicas do sêmen. É uma ferramenta fundamental para avaliação da fertilidade masculina. Entretanto, não é um exame de diagnóstico, ou seja, caso sejam reveladas alterações espermáticas, o homem deve passar por uma investigação aprofundada com outras técnicas, como, por exemplo, o ultrassom da bolsa escrotal.
São dois tipos de análises no espermograma: primeiramente, realiza-se a avaliação dos aspectos macroscópicos, incluindo volume ejaculado, cor do esperma, viscosidade, pH e tempo de liquefação; na segunda etapa do exame, são avaliados os aspectos microscópicos, como concentração, morfologia e motilidade dos espermatozoides.
Antes do exame, o homem deve ficar sem atividades sexuais entre 2 e 3 dias. A amostra obtida é, geralmente, coletada por masturbação. É preciso realizar, no mínimo, duas análises com amostras colhidas em dias diferentes para obter uma média.
Espermograma e reprodução assistida: qual é a relação?
O espermograma é um dos exames necessários na investigação da infertilidade conjugal. Quando detectada alguma alteração masculina, o médico especialista prossegue com a pesquisa das causas e propõe o tratamento mais adequado, considerando todos os fatores diagnosticados. Entre as abordagens indicadas, estão as técnicas de reprodução assistida.
Para casais com alterações leves na morfologia ou na motilidade dos espermatozoides, o tratamento de reprodução pode ser feito com a inseminação artificial, que é uma técnica de baixa complexidade. No entanto, o sucesso dessa abordagem também depende das condições reprodutivas da mulher, que deve ter tubas uterinas saudáveis e, preferivelmente, menos de 35 anos.
A fertilização in vitro (FIV) é a técnica mais promissora quando se trata de superar a infertilidade masculina, inclusive diante de condições mais complexas, como a oligozoospermia severa ou a azoospermia. Nessa situação (azoospermia), os gametas masculinos não são encontrados em quantidade suficiente no ejaculado e, como alternativa, eventualmente podem ser coletados diretamente dos órgãos reprodutores (dos testículos ou epidídimos).
Se obtido sucesso por meio de procedimentos de recuperação espermática — PESA, MESA, TESE ou Micro-TESE —, os gametas são utilizados na fertilização com a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Dessa forma, mesmo obtendo um número reduzido de gametas masculinos, cada um deles é individualmente micromanipulado e injetado dentro de um óvulo.
Além de detectar alterações espermáticas que podem estar associadas a doenças do sistema reprodutor, o espermograma ajuda a direcionar o tratamento de reprodução assistida.
Aproveite para ler o texto institucional sobre espermograma e conheça mais detalhes do exame!