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Videolaparoscopia

Por: Dr. Luiz Henrique Fernando

A videolaparoscopia é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva, realizada para tratar doenças diversas que se desenvolvem nos órgãos do abdome e da pelve. Na área de ginecologia e medicina reprodutiva, tem um papel fundamental, pois pode corrigir condições que afetam a fertilidade e a qualidade de vida das mulheres.

O início dos procedimentos por laparoscopia foi um marco na evolução da medicina, no início do século passado. Nas décadas de 1960 e 1980 aconteceram mudanças inovadoras, quando a abordagem laparoscópica deixou de ser somente diagnóstica para ser uma técnica cirúrgica.

Os pioneiros da cirurgia por laparoscopia foram os médicos alemães Kurt Semm e Erich Mühe. Desde então, ocorreram melhorias significativas no treinamento cirúrgico acompanhadas do desenvolvimento de instrumentos apropriados que requintaram a videolaparoscopia e a tornaram segura e acessível.

Os avanços técnicos nos trouxeram ao cenário da cirurgia laparoscópica assistida por robótica. A tendência é que a tecnologia continue aprimorando a videolaparoscopia, incluindo inovações baseadas em inteligência artificial e realidade aumentada.

Atualmente, a videolaparoscopia já é considerada uma abordagem terapêutica rotineira e preferível, tendo em vista que os riscos associados são bem menores que na cirurgia convencional aberta (laparotomia).

Quais são as indicações da Videolaparoscopia?

Há um amplo leque de alterações ginecológicas que a videolaparoscopia pode tratar. Embora a técnica também tenha inúmeras aplicações diante de doenças do sistema digestório e outros, vamos apresentar somente as indicações em ginecologia e medicina reprodutiva, as quais incluem:

  • dor pélvica aguda;
  • dor pélvica crônica;
  • endometriose;
  • massas e aderências pélvicas;
  • cistos de ovários;
  • doença inflamatória pélvica (DIP);
  • anomalias müllerianas uterinas e outras malformações genitais;
  • mioma intramural e subseroso;
  • histerectomia laparoscópica (cirurgia para retirada do útero), que pode ser combinada com a histerectomia por histeroscopia (feita por via vaginal);
  • laqueadura tubária;
  • obstrução das tubas uterinas;
  • gestação ectópica;
  • deslocamento dos órgãos genitais (distopias) e prolapso da cúpula vaginal;
  • tratamento cirúrgico do câncer de ovário, câncer de endométrio e câncer de colo uterino.

Como a videolaparoscopia é realizada?

A videolaparoscopia é feita em ambiente hospitalar, com a paciente sob efeito de anestesia geral. O procedimento envolve a introdução do instrumental cirúrgico e eletrônico na cavidade abdominal por meio de pequenas incisões próximas à cicatriz umbilical.

O set eletrônico inclui aparelhos essenciais para a realização da cirurgia, como videocâmera, fonte de luz, monitor de vídeo, eletrocautérío e insuflador de dióxido de carbono (CO2). No instrumental cirúrgico, constam trocartes para a introdução dos demais instrumentos, pinças de apreensão, tesouras, sistema de irrigação e aspiração para manter a área manipulada limpa na presença de sangramento, entre outros.

Antes de começar a cirurgia, a mulher é posicionada com muito cuidado, pois alterações hemodinâmicas e respiratórias podem ser agravadas ou amenizadas de acordo com o posicionamento da paciente.

A cirurgia laparoscópica começa com a inserção de agulha de pneumoperitônio e a infusão de CO2 para distender a cavidade abdominal e facilitar o acesso às estruturas internas. Em seguida, o primeiro trocarte é introduzido na cicatriz umbilical para a colocação da óptica.

São feitas mais 2 ou 3 incisões de 5 a 15 mm na região suprapúbica para a introdução dos demais trocartes, que servem como portal para a inserção dos outros instrumentos cirúrgicos.

Após a introdução do aparelho com microcâmera, toda a cavidade abdominal e pélvica é inspecionada, enquanto as imagens são acompanhadas pela equipe médica em um monitor de vídeo de alta resolução. Assim, anormalidades encontradas podem ser corrigidas com precisão e segurança.

Como é o pós-cirúrgico da videolaparoscopia?

A maioria das mulheres consegue retomar suas atividades de rotina depois de 1 a 2 semanas. Como em qualquer outra cirurgia, é importante respeitar as recomendações de repouso para evitar complicações pós-operatórias e facilitar o processo de cicatrização.

Entre as vantagens da videolaparoscopia, estão:

  • maior precisão cirúrgica com menor trauma;
  • menor incidência de hematoma e infecções de parede abdominal;
  • diminuição do tempo de internação hospitalar;
  • melhor resultado estético, devido às pequenas incisões;
  • recuperação mais rápida e retorno precoce às atividades habituais.

Avaliação individualizada, profissionais bem treinados e entendimento adequado do objetivo do procedimento cirúrgico são itens fundamentais para o sucesso nesses tipos de tratamento.

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