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Ultrassonografia pélvica

Por: Dr. Luiz Henrique Fernando

A ultrassonografia pélvica é a modalidade principal entre as técnicas de diagnóstico por imagem para avaliar os órgãos e demais estruturas da pelve feminina. O exame permite a formação de imagens prontas do útero, das tubas uterinas e dos ovários, possibilitando a identificação de alterações na anatomia desses órgãos.

Diante da suspeita de doenças pélvicas após o exame clínico, a ultrassonografia é a técnica de avaliação primária. O procedimento é simples, rápido e indolor e tem, ainda, a vantagem de não emitir radiação ionizante. Esse último aspecto é importante, principalmente para mulheres em idade reprodutiva, pois os ovários são sensíveis à radiação.

A falta de exposição à radiação, a formação de imagens em tempo real, o estudo vascular dinâmico dos órgãos e o fato de ser um exame acessível e de simples procedimento são fatores que estabeleceram a ultrassonografia pélvica como uma modalidade de imagem valiosa.

Indicações para o exame de ultrassonografia pélvica

Esse exame é uma importante ferramenta na investigação diagnóstica de alterações femininas. Na área de ginecologia, é indicado quando a mulher apresenta:

  • sangramento uterino anormal;
  • massa pélvica palpável, identificada no exame físico;
  • dor e distensão abdominal;
  • dor pélvica;
  • infertilidade;
  • abortamento de repetição;
  • sinais de infecção nos órgãos pélvicos;
  • sangramento na pós-menopausa.

Essas manifestações podem estar associadas a diversas doenças ginecológicas. Portanto, a ultrassonografia pélvica é o primeiro passo para diagnosticar e tratar condições que estejam afetando o bem-estar e a fertilidade da mulher. Se necessário, outros exames também são solicitados para completar a avaliação, como a histerossalpingografia, a ressonância magnética e a histeroscopia.

Além de avaliar a saúde ginecológica diante de sinais e sintomas de doenças, a ultrassonografia pélvica tem outras indicações, como: verificar o posicionamento adequado de dispositivo intrauterino (DIU); avaliar a reserva ovariana; acompanhar o desenvolvimento fetal durante a gestação (ultrassom obstétrico).

Embora nosso foco esteja nas alterações ginecológicas, é oportuno mencionar que a ultrassonografia pélvica também pode ser indicada para avaliar os homens quando há suspeita de problemas na próstata e nas vesículas seminais. O ultrassom da bolsa testicular e o transretal são mais utilizados na avaliação masculina.

Condições diagnosticadas com a ultrassonografia pélvica

São várias as doenças que a ultrassonografia pélvica pode diagnosticar ou complementar a avaliação, incluindo:

  • mioma;
  • adenomiose;
  • endometriose;
  • pólipo endometrial;
  • hiperplasia endometrial;
  • carcinoma do colo do útero;
  • tumores e cistos ovarianos;
  • síndrome dos ovários policísticos (SOP);
  • torção ovariana;
  • doença inflamatória pélvica (DIP);
  • hidrossalpinge (dilatação e distorção das tubas uterinas);
  • aderências pélvicas;
  • gravidez ectópica;
  • anomalias congênitas do formato uterino;
  • síndrome de Asherman.

Além das doenças que afetam diretamente o aparelho reprodutor, podem ser diagnosticadas alterações em outros sistemas durante a ultrassonografia pélvica, por exemplo, cistite, apendicite e doença inflamatória intestinal ou diverticulite.

Formas de realizar a ultrassonografia pélvica

Há duas formas de realizar esse exame: por via transabdominal ou suprapúbica e por via transvaginal. Na investigação de doenças ginecológicas, a modalidade transvaginal ou endovaginal é a mais utilizada, mas os dois métodos podem ser complementares, dependendo da condição a ser avaliada.

Para realizar a ultrassonografia pélvica suprapúbica, recomenda-se que a mulher esteja com a bexiga cheia, pois isso ajuda a elevar o intestino delgado, criando uma janela acústica e evitando que o ar intestinal degrade o feixe de ultrassom.

A mulher é posicionada confortavelmente em posição supina ou decúbito dorsal (deitada de barriga para cima) e um gel é espalhado sobre seu abdome. O transdutor (aparelho que gera as ondas ultrassônicas) é deslizado por toda a região abdominal inferior, formando as imagens dos órgãos pélvicos, que são visualizadas em um monitor de alta resolução.

Para realizar a ultrassonografia pélvica transvaginal, é preferível que a mulher esteja com a bexiga vazia para permitir uma melhor visualização do útero. A paciente fica em decúbito dorsal, com as pernas elevadas e apoiadas em perneiras. Um transdutor específico para o exame endovaginal é revestido por um preservativo, coberto com gel e inserido na vagina para captar imagens da cavidade pélvica.

Os resultados do exame podem fechar o diagnóstico de determinadas doenças ginecológicas, respaldando o planejamento terapêutico. Em outras situações, o médico pode solicitar outros exames de imagem para complementar a avaliação.

Se a ultrassonografia pélvica revelar doenças associadas à infertilidade, é importante conversar com o médico sobre todas as opções de tratamento. Em algumas situações, o uso de medicação ou a intervenção cirúrgica podem ser indicadas; em outras, as técnicas de reprodução assistidas também são alternativas para melhorar as chances de gravidez.

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