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O que é endometriose?

Publicado em: 09/05/24
Por: Dr. Luiz Fernando Henrique

A endometriose é uma doença complexa, com apresentações clínicas variadas e com potencial impacto significativo no bem-estar físico e emocional da mulher. Pode levar anos até que seja diagnosticada, portanto, a suspeita e a investigação são fundamentais para chegar precocemente ao tratamento adequado.

O acompanhamento com um médico especialista no manejo da endometriose pode ajudar a encurtar o caminho até a confirmação. Os passos para o diagnóstico incluem a avaliação da história clínica, a pesquisa dos sintomas e os achados do exame físico e das técnicas de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética.

Confira este artigo atentamente e conheça as principais características e implicações da endometriose!

O que é endométrio?

Antes de explicar o que é a endometriose, precisamos falar sobre o endométrio e suas funções e alterações cíclicas.

O útero é um órgão reprodutor de importância ímpar. Sua cavidade se expande para acomodar o feto em crescimento e sua parede é formada por três camadas: endométrio (parte interna); miométrio (camada medial); serosa ou perimétrio (parte mais externa).

O endométrio é, portanto, o revestimento interno do útero e o local onde o embrião deve se implantar no início da gravidez. As condições endometriais adequadas para a implantação embrionária incluem arquitetura normal (sem alterações anatômicas) e o aumento da espessura e da vascularização desse tecido.

O estrogênio, produzido nos ovários, é o hormônio responsável por estimular a proliferação das células endometriais ao longo do ciclo menstrual. Caso um óvulo seja fecundado, ele encontrará um endométrio receptivo devido à ação do estrogênio e da progesterona, outro importante hormônio ovariano; se não houver fecundação e implantação embrionária, os níveis hormonais se alteram e o tecido endometrial descama, resultando na menstruação.

O que é endometriose?

A endometriose é uma doença ginecológica de caráter crônico, geralmente associada a processos inflamatórios em vários locais da região pélvica. É identificada pelo crescimento de endométrio funcional fora do útero, sendo assim chamado de ectópico.

Os locais mais afetados pelos implantes de endométrio ectópico são: peritônio, tubas uterinas, ligamentos que sustentam o útero, ovários e intestino. Bexiga, ureteres, região retrocervical, septo retovaginal e vagina também podem ser acometidos.

As lesões endometrióticas podem causar dor intensa antes e durante a menstruação, bem como durante as relações sexuais e até mesmo na execução de funções básicas do organismo, como a evacuação.

A endometriose é estrogênio-dependente. Como vimos, o estrogênio é o hormônio que ativa o crescimento das células do endométrio, que depois descama e provoca o sangramento durante o período menstrual. Isso ocorre tanto dentro do útero quanto no tecido endometriótico alojado em outros órgãos, levando a respostas do organismo que produzem a inflamação.

Embora não seja uma condição rara, a endometriose ainda é, muitas vezes, subdiagnosticada. Há mulheres que lutam por anos, chegando a passar por vários médicos e exames sem receber um diagnóstico concludente.

Quais são as consequências dessa doença?

A endometriose pode ter sérias consequências, resultando no comprometimento significativo da qualidade de vida da mulher. Um dos impactos negativos da doença é a dor, que pode ser severa a ponto de limitar as atividades cotidianas e necessitar de medicação analgésica.

Os sintomas dolorosos da endometriose incluem:

  • cólicas menstruais intensas;
  • dor na relação sexual;
  • dor pélvica crônica, que pode se manifestar em qualquer período do mês (acíclica);
  • dores para evacuar e urinar durante o período menstrual.

Outra consequência preocupante da endometriose é a dificuldade para engravidar. A doença causa várias modificações no sistema reprodutor que interferem no processo conceptivo, por exemplo:

  • ambiente pélvico prejudicado pela inflamação, afetando os óvulos e espermatozoides;
  • distorção ou obstrução das tubas uterinas, além de redução da motilidade tubária;
  • aumento da resistência à progesterona, reduzindo a receptividade do endométrio.

Quais são as opções de tratamento?

O manejo da endometriose pode envolver diferentes abordagens — dependendo dos sintomas sentidos pela mulher, da localização e tamanho das lesões e dos objetivos reprodutivos de cada mulher —, incluindo o uso de medicamentos para controlar os sintomas, cirurgia e técnicas de reprodução assistida.

Vale esclarecer que a endometriose é crônica, portanto, não é uma condição que pode ser curada. Apesar disso, é possível minimizar as dores e melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas, inclusive ampliando suas chances de gravidez.

O tratamento medicamentoso é uma opção para pacientes que não querem engravidar em breve. A cirurgia é indicada em situações de maior comprometimento dos órgãos, quando há muitas aderências e os sintomas não melhoram com o uso de medicação. Já as técnicas da medicina reprodutiva são viáveis para mulheres que desejam uma gestação.

Na reprodução assistida, os tratamentos podem ser feitos com técnicas de baixa complexidade (coito programado ou inseminação artificial) ou alta complexidade (FIV fertilização in vitro). O planejamento terapêutico depende dos resultados de uma avaliação individualizada de cada casal.

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