A fertilização in vitro, também conhecida pela sigla FIV, é uma técnica avançada da medicina reprodutiva, capaz de ajudar casais com dificuldade para engravidar, casais homoafetivos e pessoas solteiras a alcançarem o objetivo de ter um filho biológico.
A FIV é realizada há várias décadas, durante as quais passou por constantes aperfeiçoamentos. Hoje, devido aos avanços tecnológicos e científicos, essa técnica pode ser complementada por diversos procedimentos que ajudam a aumentar as taxas de sucesso, beneficiando indivíduos e casais com diferentes problemas de fertilidade.
Além da FIV, a medicina reprodutiva conta com técnicas de baixa complexidade. São elas o coito programado ou relação sexual programada e a inseminação artificial.
Neste post, você verá quais são as etapas da fertilização in vitro. Confira!
Estimulação ovariana e indução da ovulação
O tratamento começa com a estimulação ovariana controlada. Nessa etapa, que dura entre 10 e 12 dias, a mulher recebe medicações hormonais (injeções ou comprimidos) para hiperestimular os ovários. O objetivo é coletar o maior número possível de óvulos.
São feitos 3 ou 4 exames de ultrassonografia pélvica, além de dosagens hormonais, para monitorar o crescimento dos folículos ovarianos que abrigam os óvulos. Quando eles atingem o estágio adequado de desenvolvimento, aplica-se um hormônio para induzir a maturação final desses folículos.
Coleta dos óvulos
Cerca de 35 horas depois de receber a medicação que deflagra a ovulação, a mulher passa pelo procedimento de aspiração folicular para a coleta dos óvulos. Isso é feito por método de punção guiada por ultrassom transvaginal.
A paciente é sedada e uma agulha específica é utilizada para aspirar os folículos que cresceram nos ovários. Depois, em laboratório, o líquido folicular que foi aspirado é analisado, os óvulos são identificados e separados para a etapa da fecundação.
Coleta do sêmen e preparo seminal
O material biológico do homem é colhido no mesmo dia da coleta dos óvulos — ou descongelado, quando se utiliza amostra de sêmen criopreservado. Normalmente, os espermatozoides são obtidos em amostras de ejaculação. O esperma passa por preparo seminal ou capacitação espermática para selecionar os gametas com boa motilidade.
Em algumas condições, como na ausência de espermatozoides no ejaculado (azoospermia), os gametas podem ser colhidos nos órgãos reprodutores do homem por meio de técnicas de recuperação espermática (PESA, MESA, TESE e Micro-TESE).
Fertilização dos óvulos
Nessa etapa, os óvulos são fertilizados, ou seja, ocorre a união entre espermatozoides e óvulos. Atualmente, a técnica de fertilização mais realizada é a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Dessa forma, em vez de esperar que os gametas masculinos se movam até o feminino, o embriologista escolhe um espermatozoide de cada vez e o injeta dentro de cada óvulo disponível.
Cultivo embrionário
O cultivo embrionário dura entre 5 e7 dias e corresponde à etapa em que os óvulos fertilizados ficam em incubadora com temperatura adequada e em um meio de cultura que nutre os embriões, permitindo seu desenvolvimento inicial.
Durante o cultivo, os embriões passam pelo processo de clivagem, que envolve sucessivas divisões celulares. Eles são monitorados até atingirem o estágio de blastocisto, quando têm condições apropriadas para a implantação no útero.
Biópsia embrionária e testes genéticos (quando há indicação)
A biópsia embrionária é uma importante etapa da FIV, mas não é realizada em todos os tratamentos. Alguns casais recebem indicação para o teste genético pré-implantacional (PGT), que possibilita a análise das células dos embriões para rastreio de anormalidades gênicas ou cromossômicas.
Quando há indicação, a biópsia é feita no período de cultivo embrionário e o material segue para análise genética. Os embriões são congelados e, após os resultados do PGT, um embrião saudável é transferido para o útero materno.
Transferência dos embriões
Na etapa final do tratamento com FIV, realiza-se a transferência de embrião(ões), da incubadora para o útero. O procedimento é simples, rápido e indolor: o (s) embrião (ões) é introduzido na cavidade uterina com uma seringa apropriada. Isso pode acontecer no mesmo ciclo em que os óvulos foram fertilizados (transferência a fresco) ou a partir do ciclo seguinte, após o congelamento dos embriões.
Há dois motivos principais para congelar os embriões e transferi-los em outro ciclo: indicação para a realização de biópsia embrionária e testes genéticos; necessidade de aguardar um melhor momento para os níveis hormonais da paciente se estabilizarem, visto que a estimulação ovariana pode ter efeitos adversos à receptividade uterina.
O número de embriões a transferir na FIV é definido pelo casal, que é aconselhado pelo médico assistente. Atualmente, a tendência é transferir um único embrião, se possível, pois assim evitamos gestação gemelar. Os embriões que não são transferidos ficam congelados e disponíveis para outras tentativas de gravidez.
Você pode ler mais sobre a técnica de FIV- fertilização in vitro em nosso texto institucional!