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Infertilidade e reprodução assistida: veja quais são as possibilidades de engravidar sendo infértil

Publicado em: 18/01/24
Por: Dr. Luiz Henrique Fernando

A reprodução assistida é a área da medicina que dispõe de várias técnicas para ajudar pessoas com dificuldade para engravidar. Estima-se que, atualmente, de 15% a 20% dos adultos precisarão de alguma ajuda médica para conseguirem engravidar. 

O que diz o conceito de infertilidade?

O conceito de infertilidade se refere à ausência de gravidez após o período de pelo menos 1 ano de tentativas, considerando que o casal tenha relações sexuais com frequência (2 vezes por semana ou mais) e que não utilize nenhum método contraceptivo.

Para mulheres com mais de 35 anos, o tempo de tentativas deve ser menor. Se após 6 meses a gravidez não for confirmada, é importante procurar um médico e realizar avaliação diagnóstica. Quanto mais a idade avança, menores são as chances de engravidar naturalmente.

Um parecer atualizado da Sociedade Americana de Reprodução Assistida (ASMR) traz uma nova definição da infertilidade. Segundo esse conceito mais detalhado, a infertilidade é uma condição caracterizada por qualquer uma das seguintes situações:

  • incapacidade de ter uma gravidez bem-sucedida, tendo em vista fatores como idade da paciente, histórico do casal (médico, sexual e reprodutivo) e resultados dos exames;
  • necessidade de intervenção médica, incluindo técnicas de reprodução assistida, para conseguir uma gravidez bem-sucedida;
  • necessidade de avaliação diagnóstica após 12 meses de tentativas — ou 6 meses, para mulheres com mais de 35 anos —, em pacientes com relações sexuais regulares e desprotegidas, sem problemas reprodutivos conhecidos.

Ainda, a nova definição menciona que os tratamentos se estendem a qualquer indivíduo, independentemente do status de relacionamento ou orientação sexual. Nesse contexto, encontram-se as pessoas solteiras e os casais homoafetivos que necessitarão de células reprodutoras femininas e masculinas para a concepção.

Investigação da infertilidade

Após realização de anamnese aprofundada e de testes diagnósticos, em cerca de 80% dos casais identificamos um fator relacionado à infertilidade. Em cerca de 20% das vezes, não se encontra um fator causal. Com base nisso, o tratamento é delineado e pode incluir: uso de medicação, sobretudo quando existem distúrbios hormonais; técnicas cirúrgicas para correção de anormalidades estruturais; programas personalizados de reprodução assistida.

Quando nenhuma causa é identificada, a condição é definida como infertilidade sem causa aparente (ISCA). Dependendo das causas da infertilidade, fazer mudanças nos hábitos de vida e aprender a calcular o período fértil podem ser medidas eficientes para se aproximar de uma gravidez. Ainda assim, contar com o acompanhamento de um especialista em medicina reprodutiva faz toda diferença.

Quais são as técnicas da reprodução assistida?

A reprodução assistida abrange técnicas de baixa e alta complexidade. As de realização mais simples são o coito programado, também chamado de relação sexual programada, e a inseminação artificial ou intrauterina. A técnica de maior complexidade é a fertilização in vitro (FIV).

No coito programado, não há manipulação de gametas ou embriões. O único procedimento realizado é a indução da ovulação com medicações hormonais. O crescimento dos folículos ovarianos (“casa do óvulo”) é monitorado com ultrassonografia pélvica e dosagens hormonais. Assim, é possível prever o dia da ovulação e o casal deve aumentar a frequência de suas relações sexuais durante o período fértil.

A inseminação artificial inclui a indução da ovulação e o preparo seminal. Pode ser feita com o sêmen do homem que está em tratamento de reprodução com sua parceira ou com amostra de sêmen de um doador anônimo. O material masculino é submetido a métodos de capacitação espermática e a amostra processada é introduzida no útero através de um cateter fino e flexível. 

A FIV é feita em várias etapas, começando por estimulação ovariana e deflagração da ovulação. O objetivo é obter o maior número possível de óvulos maduros, os quais são fertilizados em laboratório e mantidos em incubadora por 5 a 7 dias. Após o período de cultivo, os embriões podem ser transferidos para o útero ou congelados para transferência em outro ciclo.

A escolha da técnica de reprodução assistida depende dos fatores de infertilidade e das características de cada indivíduo ou casal. Conforme necessidade, são acrescentadas técnicas complementares, como a doação de gametas, a barriga solidária, o teste genético pré-implantacional (PGT), entre outras.

Leia também o texto principal sobre infertilidade e conheça as causas mais comuns, femininas e masculinas!

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