Podemos dividir os tratamentos de reprodução assistida em técnicas de baixa e alta complexidade. Como alta complexidade entendemos a necessidade de um laboratório de embriologia com profissionais altamente qualificados e equipamentos específicos para manipulação e cultivo de gametas, entre outras atividades. Dividimos os tratamentos da seguinte maneira:
- inseminação artificial e coito programado (baixa complexidade);
- FIV – fertilização in vitro (alta complexidade).
Neste post, vamos explicar o que é inseminação artificial, apresentando suas principais indicações e as etapas da técnica. Acompanhe!
O que é inseminação artificial?
A inseminação intrauterina consiste na introdução de uma amostra de sêmen no interior da cavidade uterina da mulher. O procedimento é realizado durante o período da ovulação.
O processo natural de fecundação acontece na tuba uterina. As tubas, antes chamadas de trompas de falópio, são dois tubos alongados que se conectam às laterais superiores do útero (uma de cada lado) e se prolongam até bem perto dos ovários.
Por sua vez, os ovários são os órgãos que armazenam, desenvolvem e liberam os óvulos — normalmente, um por mês. Quando o óvulo é liberado na ovulação, a tuba uterina o recolhe e o leva para a ampola tubária (parte mais dilatada da tuba), onde ele poderá ser fertilizado por um espermatozoide.
Os gametas masculinos migram para o trato reprodutivo superior, entrando nas tubas uterinas para fertilizar o óvulo.
Após a fertilização, os movimentos musculares da tuba fazem o óvulo fecundado (embrião) ser transportado para a cavidade uterina para que ele possa se implantar no endométrio (tecido que reveste o útero por dentro) e dar início à gravidez.
Na inseminação artificial, os espermatozoides são colocados no útero e dali em diante devem continuar seu trajeto, que é entrar nas tubas uterinas para fertilizar o óvulo. Todos os processos seguintes, como desenvolvimento embrionário e implantação, ocorrem como na concepção natural.
Entre as pessoas que podem ser indicadas ao tratamento com inseminação artificial, estão:
- casais cujo parceiro masculino tenha alterações espermáticas leves;
- mulheres solteiras e casais homoafetivos femininos, que precisam de doação de sêmen;
- casais com ISCA;
- mulheres com endometriose em estágio leve, sem comprometimento dos ovários e das tubas uterinas.
Para ter chance de sucesso com a inseminação artificial, é importante que a mulher atenda aos critérios de idade e permeabilidade tubária.
Como a inseminação artificial é feita?
A inseminação artificial é uma técnica simples, considerada de baixa complexidade. Como vimos, a fertilização acontece nas tubas, assim como na reprodução natural. Além disso, são necessários poucos procedimentos, incluindo: estimulação ovariana/indução da ovulação (se necessário); preparo seminal; introdução da amostra de sêmen no útero.
Entenda melhor cada etapa:
Indução da ovulação
A estimulação ovariana é um tratamento feito com medicações hormonais que provocam o desenvolvimento dos folículos, que são pequenas “bolsas” responsáveis por armazenar os óvulos.
A inseminação artificial pode ser feita com ou sem indução da ovulação, dependendo das causas de infertilidade diagnosticadas. Quando a mulher ovula regularmente e não é necessário estimular os ovários, realizam-se apenas o acompanhamento do desenvolvimento folicular e o desencadeamento da ovulação com uso de medicação para que a inserção do sêmen no útero ocorra no momento adequado.
Com a estimulação hormonal, o crescimento dos folículos também é monitorado. Isso é feito com exames de ultrassonografia pélvica e dosagens hormonais. Assim, conforme o dia previsto para a ovulação, as etapas seguintes da inseminação artificial são realizadas.
Coleta e preparo seminal
O sêmen do parceiro da mulher é coletado por masturbação ou, para aquelas que precisam de doação de sêmen, obtido em bancos de esperma.
Uma etapa importante da inseminação artificial é o preparo seminal. Por meio de diferentes técnicas é possível preparar uma amostra seminal livre de células não germinativas e contendo somente espermatozoides com boa motilidade.
Inseminação
No dia da ovulação, a amostra seminal processada é introduzida na cavidade do útero utilizando um cateter. O procedimento é feito sem sedação, de forma rápida e sem causar dor ou desconforto.
Em cada ciclo de tentativa, a mulher tem até 20% de chance de engravidar com a inseminação artificial.
Leia também o texto principal sobre inseminação artificial e conheça um pouco mais