Dr Luiz Henrique | WhatsApp

Preservação da fertilidade: conheça todas as possibilidades e se você pode fazer

Publicado em: 18/01/24
Por: Dr. Luiz Fernando Henrique

A preservação da fertilidade é uma opção para quem prefere postergar seus planos reprodutivos. Hoje, há uma tendência em adiar a formação de uma família por motivos sociais, profissionais etc.

Entretanto, o adiamento da gravidez pode ter um efeito negativo na fertilidade. Afinal, não há como evitar o envelhecimento natural do organismo. Com o passar dos anos, o número de óvulos diminui, assim como a qualidade deles. Para o homem, também há um declínio na qualidade dos espermatozoides associado ao avanço da idade.

Além de ser uma opção para quem quer ter filhos mais tarde, a preservação da fertilidade pode ser indicada por razões médicas, como explicaremos ao longo deste post. 

Continue a leitura e compreenda!

O que é preservação da fertilidade?

A preservação da fertilidade consiste no congelamento de gametas (óvulos e espermatozoides) ou embriões para manter as chances de ter filhos futuramente. Isso pode ser feito por motivos médicos ou por decisão da própria pessoa. Veja as indicações:

Preservação oncológica da fertilidade

Antes de iniciar um tratamento para câncer, tanto a mulher quanto o homem podem fazer a preservação oncológica da fertilidade. Os pacientes precisam ser devidamente informados pelos profissionais de saúde sobre os possíveis efeitos adversos das terapias utilizadas para o tratamento do câncer, sendo a infertilidade (provisória ou permanente) um desses efeitos.

A principal forma de preservar a fertilidade é por meio do congelamento de gametas (óvulos ou espermatozoides). A criopreservação de embriões é outro método indicado para pessoas que já têm um relacionamento estável e planos de formar família com o (a) parceiro (a). Para pacientes muito jovens, que ainda não podem congelar gametas maduros, é possível criopreservar fragmentos de tecido das gônadas (ovários e testículos).

Além dos tratamentos oncológicos, a preservação da fertilidade por razões médicas é indicada diante de outras condições que possam afetar as funções reprodutivas, como endometriose nos ovários e alterações genéticas associadas à falência ovariana prematura (menopausa precoce). Para os homens, um exemplo é o congelamento de sêmen antes da cirurgia de correção de varicocele.

Preservação social da fertilidade

Em outros tempos, as mulheres tinham uma trajetória de vida mais ou menos previsível: casavam-se jovens, tinham filhos e ficavam exclusivamente responsáveis pelos cuidados com a casa e a família. 

Hoje, as opções de projetos de vida pessoais e profissionais são bem mais amplas: as mulheres estudam, trabalham, podem ocupar altos cargos, escolhem se querem ou não casamento e decidem quando e se querem ser mães.

Diante de tantas possibilidades, a gravidez muitas vezes é adiada. As mulheres estão preferindo deixar os planos de maternidade para depois dos 30 ou até 40 anos. Contudo, a quantidade e a qualidade dos óvulos reduzem com o avançar da idade e, principalmente, após os 35 anos, diminuindo progressivamente as chances de gravidez natural. Para essas mulheres que decidem ter filhos mais tarde, a preservação da fertilidade é uma alternativa interessante.

Preservar a fertilidade também é um caminho possível para os transgêneros. Homens e mulheres que querem iniciar a terapia hormonal para mudança de sexo química e/ou fazer a cirurgia de redesignação sexual podem, primeiramente, congelar seus gametas para tentar ter filhos biológicos no futuro.

Preservação da fertilidade na FIV: como funciona?

Quando houver intenção de gravidez, o material criopreservado é descongelado e utilizado em um tratamento de reprodução assistida. Os óvulos são fertilizados para tornarem-se embriões. Já os homens que congelaram amostra(s) de sêmen podem seguir para a fertilização in vitro (FIV) ou para a inseminação intrauterina.

A FIV é uma técnica de alta complexidade, feita em várias etapas:

  • estimulação ovariana e coleta dos óvulos;
  • coleta do sêmen e preparo seminal;
  • fertilização em laboratório;
  • cultivo dos embriões em incubadora;
  • biópsia embrionária, quando há indicação para o teste genético pré-implantacional (PGT);
  • transferência de um ou mais embriões para o útero.

Se a preservação da fertilidade for feita com congelamento de óvulos, a mulher passa pela primeira etapa da FIV, a estimulação ovariana, para congelar um bom número de gametas. Em ocasião futura, quando houver a decisão de engravidar, o tratamento de reprodução prossegue com as demais etapas.

Quando é o homem que congela seu sêmen, todo o processo de FIV, com exceção da coleta de espermatozoides, é realizado na época em que o casal decidir ter filhos, desde a estimulação ovariana até a transferência dos embriões para o útero.

Por fim, quando é feita a preservação da fertilidade com embriões, quase todas as etapas da FIV são realizadas antes do congelamento. Assim, no momento em que o casal quiser retomar seus planos de gravidez, restam somente o descongelamento de embrião(ões) e a transferência embrionária.

Com a técnica de congelamento ultrarrápido (vitrificação), que é utilizada atualmente, o risco de danos celulares ou perda de vitalidade é muito baixo. Além disso, os gametas e embriões podem ficar congelados por tempo indeterminado. Dessa forma, a preservação da fertilidade se apresenta como um caminho seguro para os indivíduos e casais que não podem ou não querem ter filhos no momento presente.

Aproveite para ler o texto principal sobre preservação da fertilidade e complemente suas informações a respeito!

Você pode se interessar por: