A barriga solidária é uma técnica de reprodução assistida que permite a indivíduos e casais que não podem gestar realizarem o sonho de ter filhos biológicos. Conheça suas indicações, como funciona e se pode ser a solução para você. Essa prática já foi conhecida pela expressão “barriga de aluguel”, mas não é hoje a forma adequada de nomeá-la.
Leia este post na íntegra, veja em quais situações a barriga solidária é indicada e descubra se essa técnica pode ajudar você a ter filhos!
O que é barriga solidária?
Para fácil entendimento, é a prática em que uma mulher cede seu útero para carregar o bebê de outro casal durante a gravidez, ou seja, os futuros pais genéticos utilizam seus próprios gametas, o embrião é gerado em laboratório (fertilização in vitro) e transferido para o útero da “barriga solidária”.
Tanto a mulher que aceita ceder seu útero quanto o casal (os pais genéticos) devem passar por avaliações físicas e psicológicas. Há vários aspectos que precisam ser bem abordados antes de iniciar o tratamento, por exemplo: procedimentos que serão realizados; questões legais relacionadas à filiação; possíveis impactos emocionais à gestante; responsabilidade do casal em garantir à gestante todos os cuidados médicos necessários; entre outros.
Quais são as indicações?
A barriga solidária pode ser uma solução em diferentes situações. É indicada para mulheres que não podem gestar devido a problemas graves no útero ou outras condições de saúde que contraindiquem uma gestação. Também é uma solução para casais homoafetivos masculinos.
Compreenda essas indicações de forma mais aprofundada!
Mulheres com problemas uterinos
O útero precisa estar em boas condições anatômicas e funcionais para o início e manutenção de uma gestação. Existem inúmeras condições que dificultam ou impedem que isso aconteça. Algumas são corrigidas com cirurgia, outras não têm tratamento.
Um útero malformado nem sempre impede que a mulher engravide, mas pode provocar complicações obstétricas, como abortamento ou parto prematuro.
Dentre as malformações genitais, a mais grave é a ausência do útero, das tubas uterinas e da porção superior da vagina, uma condição rara denominada síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser.
A ausência de útero também pode decorrer de cirurgias realizadas para tratamento de câncer ou de doenças benignas, como miomas volumosos.
Mulheres com útero, mas que já tiveram múltiplas perdas gestacionais ou que apresentam alterações anatômicas severas (como síndrome de Asherman), também podem ser candidatas ao útero de substituição.
Casais homoafetivos masculinos
A barriga solidária é uma prática particularmente necessária para os casais masculinos que desejam ter um filho biológico.
Além de contar com a participação de uma cedente temporária de útero, os casais homoafetivos masculinos precisam acrescentar outra importante técnica ao seu tratamento de reprodução: a ovodoação, também conhecida como doação de óvulos.
O casal homoafetivo deverá receber óvulos de uma doadora anônima ou de um parente até quarto grau. Segundo as normas éticas que orientam os serviços de reprodução assistida, a gestante de substituição não pode ser a doadora de óvulos.
Outras situações
Outras possíveis indicações para o tratamento com barriga solidária são:
- diagnóstico de doenças que contraindicam a gestação devido a riscos à vida da mulher;
- histórico de abortamentos recorrentes, quando não é possível tratar a causa;
- complicações graves em gestações anteriores.
Como é feito o tratamento com barriga solidária?
O tratamento é feito com fertilização in vitro, passando por várias etapas. De forma resumida: a futura mãe biológica realiza a estimulação ovariana; seus óvulos são coletados e fertilizados com os espermatozoides de seu parceiro; os óvulos fecundados ficam em incubadora por alguns dias; por último, o embrião é transferido para o útero da cedente temporária, que deve fazer uso prévio de medicações hormonais para o preparo uterino.
Para os casais homoafetivos masculinos, o percurso do tratamento é semelhante. A principal diferença é que a doadora de óvulos (anônima ou parente de até quarto grau) é que passa pela estimulação ovariana. Como alternativa, os óvulos podem vir de um banco de óvulos congelados. Os óvulos são fertilizados com os espermatozoides de um dos parceiros. Em seguida, é feito o cultivo embrionário e a transferência para a barriga solidária.
Como você viu, o tratamento de reprodução assistida com barriga solidária é um caminho para pessoas que não podem engravidar devido à ausência de útero e outras condições que inviabilizam a gestação. Dessa forma, também é possível ter um filho com a sua herança genética e acompanhar bem de perto o desenvolvimento do bebê durante a gravidez.
Leia o texto principal sobre barriga solidária para obter mais informações!