A fertilidade depende das boas condições dos órgãos reprodutores e do equilíbrio hormonal. No sistema reprodutor feminino, os órgãos diretamente envolvidos nos processos de ovulação, fecundação e gravidez são os ovários, as tubas uterinas e o útero.
Alterações no trato reprodutivo podem dificultar a concepção. Na investigação da infertilidade conjugal, um certo número de exames é solicitado ao casal, um deles pode ser a histerossalpingografia, que avalia as condições do útero e das tubas uterinas.
As tubas uterinas (ou trompas de Falópio) estão conectadas à cavidade do útero e são essenciais para a concepção natural. Por isso, é importante verificar se esses órgãos estão saudáveis para prosseguir com tentativas de gravidez ou iniciar um tratamento médico, caso alguma alteração seja diagnosticada.
Quais são as funções do útero e das tubas uterinas?
O útero e as trompas de Falópio fazem parte dos órgãos internos do aparelho reprodutor feminino. Estão localizados na pelve e são responsáveis por funções essenciais para a gravidez.
Útero
Começando pelo útero, trata-se de um órgão oco, em formato de uma pera invertida, que está localizado entre a bexiga urinária e o reto. Sua divisão anatômica inclui:
- colo do útero: a parte inferior que se conecta à vagina;
- o corpo do útero: onde o feto se desenvolve;
- o istmo: região estreita que separa o colo do corpo uterino;
- o fundo do útero: a extremidade superior, onde as trompas se conectam ao útero.
As paredes do útero são formadas por três camadas: o perimétrio (camada externa), o miométrio (camada muscular) e o endométrio (camada interna), onde ocorre a implantação embrionária.
A função principal do útero é oferecer o ambiente adequado para a gravidez, acolhendo, protegendo e nutrindo o embrião e, posteriormente, o feto. Para que isso ocorra, o útero deve estar em boas condições anatômicas e funcionais. Caso haja alterações, a histerossalpingografia pode ajudar no diagnóstico.
Tubas uterinas
As tubas uterinas estão diretamente ligadas ao útero, uma situada em cada lado. Elas medem aproximadamente 10 cm de comprimento e se projetam lateralmente até os ovários.
As trompas precisam estar permeáveis (permitindo a passagem de óvulos e espermatozoides) e ter motilidade (movimentos peristálticos que ajudam no transporte do óvulo até o útero).
As funções das trompas incluem captar o óvulo após a ovulação e transportá-lo até o local onde ocorre a fecundação pelo espermatozoide. Após a fertilização, o embrião é conduzido pela trompa até a cavidade uterina.
A histerossalpingografia pode identificar alterações que prejudicam as funções tubárias, como dilatação, obstrução e distorção anatômica.
Quando a histerossalpingografia é solicitada?
O exame é indicado como parte da avaliação da fertilidade feminina, que pode envolver também outras técnicas de imagem e análises laboratoriais (ultrassonografia pélvica, dosagens hormonais etc.).
Esse exame avalia a presença de alterações anatômicas no útero e nas trompas. Ele é realizado com a utilização de raios-X e contraste: um líquido de contraste é injetado pela vagina, e seu fluxo através do útero e das trompas é registrado em várias radiografias.
O líquido deve progredir pelos órgãos reprodutores, preenchendo a cavidade do útero e fluindo pelas tubas uterinas. Enquanto isso, várias radiografias são feitas. Assim, é possível ver nas imagens se há alguma anormalidade morfológica.
O que o exame pode diagnosticar?
A histerossalpingografia detecta alterações anatômicas, mas nem sempre identifica a doença exata. Por exemplo, uma alteração no endométrio pode indicar um mioma submucoso ou um pólipo endometrial. Nestes casos, exames mais específicos, como a histeroscopia, podem ser recomendados.
Outras condições que podem ser reveladas pelo exame incluem:
- Síndrome de Asherman: presença de aderências no útero;
- Malformações uterinas congênitas: como útero septado ou unicorno;
- Hidrossalpinge: dilatação e acúmulo de líquido nas trompas, muitas vezes resultante de infecções genitais (como clamídia) ou inflamações;
- Endometriose: pode causar aderências nas trompas, levando a obstrução e distorção anatômica.
Conforme os resultados da histerossalpingografia, a mulher pode receber indicação para outros exames ou para tratamentos específicos, incluindo a fertilização in vitro (FIV).
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