O conceito de infertilidade relaciona-se à ausência de gravidez ou a impossibilidade de levar uma gestação a termo após um ano ou mais de tentativas. Para isso, é preciso considerar que o casal tenha relações sexuais regularmente e não utilize nenhum método contraceptivo.
O simples fato de conhecer o período fértil e saber como fazer esse cálculo pode ajudar a melhorar as chances de gravidez.
O período fértil inclui os dias em torno da ovulação, é a fase do ciclo menstrual em que a mulher está mais propensa a conceber. A ovulação, por sua vez, é o evento fisiológico marcado pela liberação de um óvulo maduro, que deve ser fertilizado por um espermatozoide para gerar o embrião.
Além de fazer o cálculo do período fértil, é importante para o casal tentante observar os indícios de infertilidade. Aqui, podemos nos deparar com duas situações:
- casal que não tem motivo para suspeitar de infertilidade, ou seja, não sabe de nenhum fator que possa prejudicar sua capacidade de ter filhos;
- casal que tem motivo para suspeitar, por exemplo, a mulher tem diagnóstico confirmado de endometriose e sabe que essa doença está associada a problemas reprodutivos.
Essa diferenciação é fundamental para os casais que estão tentando engravidar, e não conseguem. Isso porque, mesmo que não existam sinais e sintomas de alguma disfunção reprodutiva, o casal tentante precisa saber quando consultar um especialista para avaliar suas condições e conhecer as possibilidades.
Como suspeitar de que você não pode engravidar?
Vamos retomar o conceito de infertilidade que foi apresentado acima: se no prazo de um ano de tentativas a gravidez não acontecer, você já pode suspeitar de que algo esteja impedindo a concepção — deve-se considerar o prazo de 6 meses quando a mulher tem mais de 35 anos, pois a idade feminina acima disso já é apontada como um fator de redução natural da fertilidade.
Na ausência de um diagnóstico de condições relacionadas à infertilidade, a suspeita pode começar baseada em possíveis sintomas de alterações no sistema reprodutor. As mulheres podem manifestar:
- dor na relação sexual;
- dor pélvica;
- cólicas menstruais intensas;
- sangramento fora do período menstrual ou após a relação sexual;
- secreção vaginal anormal;
- dor em baixo ventre;
- irregularidade menstrual, como ausência de menstruação ou intervalos muito longos;
- outros sinais de alterações endócrinas, como queda de cabelo e crescimento de pelos em locais incomuns.
Os dois primeiros sintomas listados são descritos em diversas doenças ginecológicas, como a endometriose, que também costuma provocar cólicas intensas. O sangramento intermenstrual ou pós-coito, bem como a presença de secreção e a dor abdominal baixa podem indicar infecções e doença inflamatória pélvica (DIP). Já a menstruação infrequente ou ausente e as demais alterações endócrinas são típicas de disfunções endócrinas, sobretudo a síndrome dos ovários policísticos (SOP).
Acima, temos alguns dos principais exemplos de sintomas e doenças relacionados à infertilidade feminina. Entretanto, a lista é bem mais extensa e manifestações semelhantes podem ocorrer em várias outras condições. Sendo assim, somente uma avaliação detalhada pode ajudar a identificar as possíveis causas da dificuldade de concepção.
Também é preciso observar os sinais e sintomas de problemas masculinos. O casal pode suspeitar de que tem dificuldades reprodutivas, caso o homem apresente:
- veias dilatadas visíveis ou palpáveis nos testículos;
- inchaço e assimetria testicular;
- dor ao urinar ou ejacular;
- presença de sangue na urina ou no sêmen;
- secreção peniana;
- ausência de sêmen (aspermia);
- redução da libido e disfunção erétil.
Os sintomas masculinos listados podem ser indícios de doenças como: varicocele, infecções genitais, obstruções congênitas no trato reprodutivo, deficiência hormonal (principalmente de testosterona), dentre outras condições.
Como é a investigação da infertilidade conjugal?
Primeiramente, é feita a avaliação clínica de ambos para levantar informações sobre padrão menstrual, gestações anteriores, histórico de infecções genitais e cirurgias pélvicas, condições de saúde geral etc. Fatores do estilo de vida e frequência das relações sexuais também são pontos a discutir na primeira consulta.
A mulher é detalhadamente investigada por meio de exames laboratoriais e de imagem, incluindo dosagens hormonais, ultrassonografia pélvica e histerossalpingografia. Para o homem, o principal exame indicado é o espermograma. No entanto, outros métodos de avaliação podem ser solicitados para o casal, com base na suspeita diagnóstica e nos resultados dos primeiros exames.
Após a investigação da infertilidade e uma vez definida a causa (lembre-se que cerca de 20% das vezes não encontramos um motivo para a ausência de gravidez), discutem-se com o casal os possíveis caminhos para se chegar ao objetivo desejado. Tratamentos como cirurgias, relação sexual programada, inseminação intrauterina ou fertilização in vitro (FIV) são algumas das opções que provavelmente serão oferecidas e discutidas.
Aprofunde suas informações com a leitura do texto principal sobre infertilidade!