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Relação Sexual Programada: entenda o passo a passo

Publicado em: 07/02/25
Por: Dr. Luiz Fernando Henrique

Os termos “coito programado” e “relação sexual programada” se referem ao mesmo tratamento. É uma das opções para os casais que enfrentam dificuldades para engravidar naturalmente.

Consiste na técnica de mais baixa complexidade da reprodução assistida, mas tem boas chances de sucesso se bem indicada. As outras possibilidades incluem a inseminação artificial, também de baixa complexidade, e a fertilização in vitro (FIV).

Neste texto, você vai conferir de forma detalhada como funciona esse tratamento.

O que é coito programado?

É uma técnica simples para melhorar as chances de concepção, que envolve o uso de métodos para promover a ovulação e, com base nisso, o casal deve se preparar para ter relações sexuais durante o período fértil.

Tanto para ter chances de gravidez quanto para evitar a concepção, o coito programado é uma técnica antiga. Contudo, na reprodução assistida, essa possibilidade é trabalhada de forma mais eficaz, utilizando-se procedimentos como indução da ovulação, exames seriados de ultrassom para monitorar o processo ovulatório e suplementação de hormônios com objetivo de propiciar o melhor ambiente possível para a implantação de um embrião no útero. 

O coito programado pode ser indicado para mulheres com problemas de ovulação e para casais com infertilidade sem causa aparente (ISCA). É uma técnica apropriada particularmente para mulheres com menos de 35 anos e tubas uterinas saudáveis, considerando ainda que seu parceiro apresente resultados dentro dos parâmetros normais no espermograma.

 

Qual é o passo a passo do coito programado?

Indução da ovulação

A estimulação ovariana com indução de ovulação é realizada com medicações hormonais que têm efeito semelhante ao dos hormônios produzidos no próprio corpo feminino. O objetivo é estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos, que guardam os óvulos.

São utilizadas doses baixas de indutores de ovulação, pois a finalidade é obter somente um a três óvulos maduros — ao contrário dos tratamentos de alta complexidade com FIV, em que se espera desenvolver o maior número possível de folículos para coletar múltiplos óvulos.

Esse cuidado com a dosagem das medicações é importante na baixa complexidade, visto que a fecundação do óvulo ocorre normalmente na tuba uterina e o risco de gestação múltipla (gêmeos, trigêmeos etc.) sempre deve ser ponderada. 

Acompanhamento do crescimento dos folículos ovarianos

Durante a etapa de estimulação ovariana, são feitos alguns exames de ultrassonografia pélvica transvaginal (2 a 3) para monitorar o crescimento dos folículos ovarianos. Dessa forma, é possível saber o dia em que a ovulação vai acontecer.

O ultrassom mostra quando os folículos atingem o tamanho esperado (cerca de 18 mm). Nesse momento, é administrado um hormônio específico — comumente o hCG (gonadotrofina coriônica humana) — para provocar o amadurecimento final do óvulo e ruptura do folículo dominante ocasionando a ovulação.

Planejamento do casal

Sabendo da data provável da ovulação, o casal deve programar suas relações sexuais para o período fértil. Assim, há boas chances de os espermatozoides chegarem às tubas uterinas, local da fertilização, e encontrarem o óvulo.

Por volta de 15 dias depois do período de ovulação, o casal pode realizar o teste de gravidez para saber se o tratamento deu certo. 

Quais são as chances de sucesso?

Quando o coito programado é bem indicado, isto é, se o casal atende aos critérios para a indicação e não apresenta outros fatores de infertilidade, as chances de um resultado positivo ficam entre 15% e 20% por ciclo de tentativa. Essas taxas são semelhantes às de concepção natural entre os casais férteis.

Se o casal não engravidar após algumas tentativas com o coito programado, existe a possibilidade de prosseguir com o tratamento utilizando outras técnicas de reprodução assistida. O médico poderá fazer novas avaliações e, em conjunto com o casal, definir o melhor caminho a seguir, que pode incluir primeiramente alguns ciclos de inseminação artificial ou diretamente a FIV.

Para alguns casais, o coito programado é suficiente para chegar à gravidez; para outros, pode ser o primeiro passo nos tratamentos de reprodução assistida. O importante é que as pessoas com dificuldade de engravidar podem contar com um profissional de medicina reprodutiva, manter as esperanças e potencializar suas chances de ter um filho. 

Aproveite para ler o conteúdo principal sobre coito programado!

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