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Infertilidade: saiba mais a respeito! O que é infertilidade?

O conceito de infertilidade relaciona-se à ausência de gravidez ou a impossibilidade de levar uma gestação a termo após um ano ou mais de tentativas. Para isso, é preciso considerar que o casal tenha relações sexuais regularmente e não utilize nenhum método contraceptivo.

O simples fato de conhecer o período fértil e saber como fazer esse cálculo pode ajudar a melhorar as chances de gravidez.

O período fértil inclui os dias em torno da ovulação, é a fase do ciclo menstrual em que a mulher está mais propensa a conceber. A ovulação, por sua vez, é o evento fisiológico marcado pela liberação de um óvulo maduro, que deve ser fertilizado por um espermatozoide para gerar o embrião.

Além de fazer o cálculo do período fértil, é importante para o casal tentante observar os indícios de infertilidade. Aqui, podemos nos deparar com duas situações:

  • casal que não tem motivo para suspeitar de infertilidade, ou seja, não sabe de nenhum fator que possa prejudicar sua capacidade de ter filhos;
  • casal que tem motivo para suspeitar, por exemplo, a mulher tem diagnóstico confirmado de endometriose e sabe que essa doença está associada a problemas reprodutivos.

Essa diferenciação é fundamental para os casais que estão tentando engravidar, e não conseguem. Isso porque, mesmo que não existam sinais e sintomas de alguma disfunção reprodutiva, o casal tentante precisa saber quando consultar um especialista para avaliar suas condições e conhecer as possibilidades.

Como suspeitar de que você não pode engravidar?

Vamos retomar o conceito de infertilidade que foi apresentado acima: se no prazo de um ano de tentativas a gravidez não acontecer, você já pode suspeitar de que algo esteja impedindo a concepção — deve-se considerar o prazo de 6 meses quando a mulher tem mais de 35 anos, pois a idade feminina acima disso já é apontada como um fator de redução natural da fertilidade.

Na ausência de um diagnóstico de condições relacionadas à infertilidade, a suspeita pode começar baseada em possíveis sintomas de alterações no sistema reprodutor. As mulheres podem manifestar:

  • dor na relação sexual;
  • dor pélvica;
  • cólicas menstruais intensas;
  • sangramento fora do período menstrual ou após a relação sexual;
  • secreção vaginal anormal;
  • dor em baixo ventre;
  • irregularidade menstrual, como ausência de menstruação ou intervalos muito longos;
  • outros sinais de alterações endócrinas, como queda de cabelo e crescimento de pelos em locais incomuns.

Os dois primeiros sintomas listados são descritos em diversas doenças ginecológicas, como a endometriose, que também costuma provocar cólicas intensas. O sangramento intermenstrual ou pós-coito, bem como a presença de secreção e a dor abdominal baixa podem indicar infecções e doença inflamatória pélvica (DIP). Já a menstruação infrequente ou ausente e as demais alterações endócrinas são típicas de disfunções endócrinas, sobretudo a síndrome dos ovários policísticos (SOP).

Acima, temos alguns dos principais exemplos de sintomas e doenças relacionados à infertilidade feminina. Entretanto, a lista é bem mais extensa e manifestações semelhantes podem ocorrer em várias outras condições. Sendo assim, somente uma avaliação detalhada pode ajudar a identificar as possíveis causas da dificuldade de concepção.

Também é preciso observar os sinais e sintomas de problemas masculinos. O casal pode suspeitar de que tem dificuldades reprodutivas, caso o homem apresente:

  • veias dilatadas visíveis ou palpáveis nos testículos;
  • inchaço e assimetria testicular;
  • dor ao urinar ou ejacular;
  • presença de sangue na urina ou no sêmen;
  • secreção peniana;
  • ausência de sêmen (aspermia);
  • redução da libido e disfunção erétil.

Os sintomas masculinos listados podem ser indícios de doenças como: varicocele, infecções genitais, obstruções congênitas no trato reprodutivo, deficiência hormonal (principalmente de testosterona), dentre outras condições.

Como é a investigação da infertilidade conjugal?

Primeiramente, é feita a avaliação clínica de ambos para levantar informações sobre padrão menstrual, gestações anteriores, histórico de infecções genitais e cirurgias pélvicas, condições de saúde geral etc. Fatores do estilo de vida e frequência das relações sexuais também são pontos a discutir na primeira consulta.

A mulher é detalhadamente investigada por meio de exames laboratoriais e de imagem, incluindo dosagens hormonais, ultrassonografia pélvica e histerossalpingografia. Para o homem, o principal exame indicado é o espermograma. No entanto, outros métodos de avaliação podem ser solicitados para o casal, com base na suspeita diagnóstica e nos resultados dos primeiros exames.

Após a investigação da infertilidade e uma vez definida a causa (lembre-se que cerca de 20% das vezes não encontramos um motivo para a ausência de gravidez), discutem-se com o casal os possíveis caminhos para se chegar ao objetivo desejado. Tratamentos como cirurgias, relação sexual programada, inseminação intrauterina ou fertilização in vitro (FIV) são algumas das opções que provavelmente serão oferecidas e discutidas.

Aprofunde suas informações com a leitura do texto principal sobre infertilidade!

O que é blastocisto?

A reprodução humana é um processo biológico complexo e que passa por uma série de etapas, desde a união dos gametas masculino e feminino, passando pelo pré-desenvolvimento do embrião e a implantação do blastocisto no útero e prosseguindo com a gestação.

Para que todos esses eventos se cumpram, são necessários:

  • equilíbrio hormonal, uma vez que há vários hormônios que regulam o funcionamento do sistema reprodutor;
  • anatomia normal dos órgãos — sem distorções ou obstruções causadas por defeitos congênitos ou doenças estruturais adquiridas;
  • ausência de infecções genitais, que podem deixar sequelas no trato reprodutivo.

Esses são apenas alguns dos fatores a considerar, no entanto, a fertilidade é ainda mais complexa e há inúmeras condições que podem afetar as chances de reprodução de um casal. A qualidade do embrião para chegar ao estágio de blastocisto, por exemplo, é um dos pontos principais para o sucesso reprodutivo.

Neste post, você verá informações sobre: gametas, fecundação, desenvolvimento embrionário e blastocisto. Continue a leitura para entender — ou relembrar — todos esses conceitos!

O que são gametas?

São as células reprodutivas, que se originam nas gônadas ou glândulas sexuais. Os espermatozoides são os gametas masculinos, produzidos nos testículos, enquanto os óvulos são os gametas femininos, produzidos nos ovários.

A gametogênese (processo de desenvolvimento e amadurecimento dos gametas) ocorre em resposta à ação de hormônios. O FSH e o LH, secretados pela hipófise, são as gonadotrofinas, hormônios responsáveis por estimular o funcionamento das gônadas.

Na mulher, os hormônios hipofisários estimulam o desenvolvimento dos folículos ovarianos, que armazenam os óvulos. Um deles se desenvolve até o estágio ideal para a ovulação e se rompe, liberando um gameta maduro para a fertilização.

No homem, o FSH desencadeia a produção de testosterona, hormônio masculino fundamental para a produção dos espermatozoides.

Como ocorre a fecundação?

Após a produção dos gametas, ocorre a fecundação, que é a união de um espermatozoide com um óvulo, formando a primeira célula de um novo organismo humano, chamada zigoto. Para isso acontecer, é preciso que o casal tenha relação sexual próximo ao dia da ovulação, nos dias do mês que correspondem ao período fértil.

Milhões de espermatozoides entram no corpo feminino a partir da ejaculação masculina. Eles migram para os órgãos do trato reprodutivo superior e entram nas tubas uterinas, onde a fertilização acontece.

Somente uma pequena fração dos espermatozoides que entram no corpo da mulher conseguem chegar ao local em que o gameta feminino está. Apenas um deles penetra no óvulo, completando o processo de fecundação.

Como o embrião se desenvolve?

Assim que é gerado, o zigoto entra em um processo de desenvolvimento contínuo. Ele inicia como uma célula única, passa por consecutivas divisões celulares e se transforma em um embrião pluricelular, que se diferenciará em todos os órgãos e tecidos do corpo humano enquanto se desenvolve no útero materno.

A etapa de divisões celulares do zigoto é chamada de fase de clivagem. A cada 24 horas, uma nova divisão acontece, aumentando o número de células-filhas (os blastômeros), que ficam compactadas dentro da zona pelúcida, membrana que protege o óvulo.

O embrião se forma na tuba uterina e é conduzido para dentro do útero com a ajuda da motilidade tubária. Por volta de 4 dias após a fertilização, o embrião atinge o estágio de mórula (com cerca de 16 blastômeros) e chega à cavidade uterina, onde permanece por até 2 dias e recebe fluídos do útero para continuar seu desenvolvimento.

O que é blastocisto?

Blastocisto ou blástula é o embrião que apresenta um conjunto de mais de 100 células, depois de ter passado pelos estágios de clivagem e mórula. Isso ocorre entre 5 e 7 dias após o óvulo ser fecundado.

O embrião se torna blastocisto quando já está na cavidade uterina e se apresenta como uma esfera formada por centenas de blastômeros, com duas camadas celulares (embrioblasto e trofoblasto) e uma cavidade preenchida com líquido (blastocele).

O embrioblasto é o conjunto celular interno, que dará origem ao embrião. O trofoblasto é representando pelas células externas do blastocisto, que formarão os anexos embrionários, incluindo a placenta.

Na fase de blastocisto, o embrião pode estabelecer sincronização fisiológica com as células do endométrio (revestimento interno do útero), estando em estágio ideal para se implantar no útero e prosseguir seu desenvolvimento na gestação.

Como é o desenvolvimento embrionário na reprodução assistida?

Todo esse processo, que começa com a união dos gametas e vai até a formação do blastocisto, também é realizado na reprodução assistida. Nas técnicas de baixa complexidade — coito programado e inseminação artificial —, a fecundação acontece da mesma maneira que na concepção natural. Já na fertilização in vitro (FIV), técnica de alta complexidade, há algumas diferenças.

Na FIV, os óvulos são fertilizados fora do ambiente tubário, ou seja, em laboratório. Para isso, é feita a coleta dos óvulos e do sêmen, bem como o preparo seminal, que permite selecionar os espermatozoides com boa motilidade.

No dia seguinte à fertilização in vitro, é possível confirmar quantos óvulos foram fecundados. Estes são monitorados em incubadora por um período de 5 a 7 dias, enquanto passam pela etapa de divisões celulares. Em estágio de blastocisto, o (s) embrião (ões) é transferido para o útero materno, o que pode ser feito no mesmo ciclo em que foi gerado ou após congelamento.

Continue a compreender esse tema com a leitura do texto sobre blastocisto na FIV!

Período fértil e fertilidade: veja por que calcular o período fértil aumenta as chances de engravidar

A dificuldade para engravidar infelizmente faz parte da realidade de muitos casais nos dias de hoje. Define-se infertilidade como a ausência de gravidez após 1 ano de tentativas ou após 6 meses se a mulher tem mais de 35 anos de idade. No entanto, a situação pode ser mais simples do que parece, isto é, o casal pode não ter conseguido engravidar dentro desse período apenas porque não fez o cálculo do período fértil.

São apenas cerca de 5 dias no mês (no ciclo menstrual), que a mulher se encontra com chances de concepção. Sendo assim, se o casal não tiver relação sexual durante esse período, as chances de gravidez ficam bem reduzidas.

Ainda que pareça um cálculo simples — inclusive, existem aplicativos com essa finalidade —, muitos casais têm dúvidas sobre período fértil e fertilidade. Neste post, vamos esclarecer o assunto. Acompanhe com atenção!

Quais são as fases do ciclo menstrual?

O ciclo menstrual é dividido em:

  • fase folicular — começa com a menstruação, dura cerca de 14 dias e se caracteriza pelo desenvolvimento do folículo ovariano (que são a “casa” dos óvulos). O estímulo aos ovários é feito pelos hormônios FSH e LH, secretados pela glândula hipófise;
  • ovulação — ocorre geralmente próximo à metade do ciclo, sendo marcada pela ruptura do folículo ovariano mais desenvolvido (folículo dominante) e a subsequente liberação do óvulo;
  • fase lútea — abrange as duas semanas finais do ciclo (incluindo a fase que conhecemos como pré-menstrual) e tem como característica principal a atividade do corpo-lúteo (estrutura endócrina que se forma com as células do folículo rompido), que produz progesterona. A progesterona tem um papel primordial na preparação do útero para receber um embrião.

Cada ciclo reprodutivo da mulher começa no primeiro dia da menstruação e termina no dia anterior ao período menstrual seguinte, totalizando em média 28 dias. Variações entre 25 e 32 dias são normais, mas quando os intervalos entre as menstruações são muito curtos (menos que 25 dias) ou muito longos (acima de 35 dias), é recomendável realizar uma avaliação com o ginecologista.

Qual é a diferença entre período fértil e ovulação?

O período fértil abrange o dia da ovulação, mas esses dois termos não são sinônimos. É comum confundir as duas coisas, afinal, existe uma relação direta cujo ponto central é o aumento da fertilidade feminina.

A ovulação e o período fértil são etapas fundamentais no processo natural de reprodução humana. A diferença entre eles é que: a ovulação é o evento fisiológico marcado pelo momento da liberação do óvulo; já o período fértil é mais abrangente, dura cerca de 5 dias e inclui 3 dias anteriores e 1 posterior à liberação do óvulo.

Em resumo, o período fértil está relacionado à fase do ciclo menstrual em que a fertilidade da mulher está em alta, portanto há mais chances de gravidez. Considera-se nesse período o dia provável da ovulação e o tempo de sobrevida dos gametas no corpo da mulher, que é de 1 dia para o óvulo e até 3 dias para os espermatozoides.

Isso significa que mesmo se o casal tiver relação sexual poucos dias antes da ovulação, há chances de concepção, visto que os espermatozoides poderão estar vivos nas tubas uterinas quando o óvulo for liberado.

Por que é tão importante calcular o período fértil para aumentar as chances de gravidez?

A relação entre ovulação, período fértil e fertilidade é clara. Sendo assim, é importante que o casal tenha conhecimento acerca disso para planejar suas tentativas para os dias certos, aumentando as chances de gravidez.

O cálculo do período fértil em ciclos regulares de 28 dias é fácil: lembre-se de que a ovulação acontece, aproximadamente, no 14º dia do ciclo. Embora esse intervalo possa ter pequenas variações, podemos considerar que os 5 dias de alta fertilidade tenham início 11 ou 12 dias depois do início da menstruação. Em mulheres com ciclos regulares, o uso de aplicativos que indicam o período pode ser de grande valor.

Além de calcular o período fértil, você pode confirmar se está ovulando ao observar sintomas, como a presença de muco cervical transparente, aquoso e com aspecto elástico. Os testes de ovulação vendidos em farmácia também podem ajudar.

Para mulheres com ciclos menstruais irregulares, é mais difícil calcular o dia da ovulação e o período fértil. Consultar um ginecologista, nessas situações, é aconselhável, pois alterações significativas nos intervalos entre os ciclos menstruais ou mesmo a ausência de menstruação são indícios de disfunções, muitas vezes associadas à infertilidade.

As irregularidades menstruais frequentemente têm relação com distúrbios ovulatórios, mas também podem decorrer de alterações uterinas, como sinequias uterinas, síndrome de Asherman ou malformações que obstruem o escoamento do fluxo menstrual.

Entre as disfunções ovulatórias, as causas mais encontradas são: síndrome dos ovários policísticos (SOP), hipotireoidismo, hiperprolactinemia, tumores na hipófise e mau funcionamento do hipotálamo devido a determinados fatores do estilo de vida.

Siga o link para outro texto e aprenda mais sobre como calcular o período fértil!