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Mioma: conheça os sintomas para suspeitar da doença

Endometriose, mioma uterino, síndrome dos ovários policísticos (SOP): o que essas e muitas outras doenças têm em comum? São apontadas como causas de infertilidade feminina, cada uma afetando o sistema reprodutor de forma diferente.

Apesar dos possíveis impactos, as doenças ginecológicas nem sempre impõem dificuldades para engravidar ou risco de complicações obstétricas. Os miomas, por exemplo, frequentemente não provocam diminuição das chances de gravidez.

Há muita informação “sensacionalista” e até equivocada sobre o impacto dos miomas na fertilidade e na saúde, de modo geral.

Veja, neste artigo, o que é mioma, os possíveis sintomas, a relação com a infertilidade e como tratar!

O que é mioma?

Miomas ou leiomiomas são tumores benignos constituídos por células de musculatura lisa, que nascem na camada medial da parede uterina (miométrio). É uma alteração encontrada em cerca de 40% das mulheres durante a idade reprodutiva.

O desenvolvimento dos miomas depende de fatores genéticos e ambientais. É um tumor benigno hormônio-dependente, ou seja, os miomas têm receptores para estrogênios (hormônio com importante papel na fisiologia reprodutiva da mulher). É, portanto, uma doença hormônio-dependente.

Há vários tipos de leiomioma. Eles se apresentam em tamanhos variados e podem se desenvolver nas três camadas da parede uterina:

  • miométrio — camada muscular que ocupa a parte intermediária da parede, importante para a contratilidade e a capacidade de expansão do útero;
  • endométrio — revestimento interno do útero, local de implantação do embrião;
  • serosa — camada mais externa, que protege o órgão na cavidade pélvica.

Nove classificações de miomas são descritas, de acordo com a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), mas, de maneira resumida, podemos separá-los em 3 tipos principais, de acordo com sua localização na parede do útero:

  • intramurais (crescem dentro da camada miometrial);
  • submucosos (nascem no miométrio e crescem na direção do endométrio);
  • subserosos (nascem no miométrio e crescem na direção da camada serosa ou perimétrio).

Quais são os sintomas de mioma?

A localização e o tamanho dos miomas são aspectos que podem influenciar os sintomas da doença. Muitas mulheres nem mesmo chegam a ser diagnosticadas devido a ausência de manifestações significativas.

Quando sintomática, a mulher pode apresentar:

  • sangramento uterino anormal, caracterizado por fluxo menstrual abundante ou por período prolongado;
  • cólicas menstruais;
  • distensão abdominal, quando o mioma é volumoso;
  • dor pélvica;
  • alterações urinárias e intestinais, nas poucas situações em que o mioma cresce muito e pressiona os órgãos vizinhos;
  • anemia, em mulheres que apresentam sangramento intenso com frequência.

Dificuldade para engravidar e abortamento recorrente podem também ser causados pela presença de miomas uterinos.

Quais tipos de mioma podem causar infertilidade?

Em relação à localização, o mioma submucoso é aquele que, independentemente do seu tamanho, tem o potencial de causar prejuízos à chance de gravidez e aumentar o risco de aborto.

Os miomas submucosos se localizam na camada interna da parede uterina, na região de implantação de um embrião. Por esse motivo, mesmo miomas pequenos (menores do que 1 cm) devem ser valorizados.

Os leiomiomas intramurais, se forem maiores que 3 ou 4 cm, também podem prejudicar as chances de gravidez. Acredita-se que, com esse tamanho, a contratilidade uterina é prejudicada e, consequentemente, o funcionamento do útero é prejudicado.

Como tratar?

Avaliação detalhada do número, localização, tamanho dos miomas, sintomas, histórico reprodutivo e desejo de gestação são informações de elevada relevância para a tomada de decisão.

Diagnóstico por imagem é fundamental: ultrassonografia pélvica e a ressonância magnética são hoje os dois principais exames para avaliação global do útero. A histeroscopia ambulatorial também pode ser necessária quando há miomas com componentes submucosos.

As linhas de tratamento dos miomas incluem conduta expectante, medicação hormonal, cirurgia e técnicas de reprodução assistida para quem deseja engravidar. A intervenção mais apropriada para cada mulher é definida após a avaliação criteriosa.

Aproveite que está aqui e leia mais um texto sobre miomas para saber mais a respeito dessa doença ginecológica!

Infertilidade: saiba mais a respeito! O que é infertilidade?

O conceito de infertilidade relaciona-se à ausência de gravidez ou a impossibilidade de levar uma gestação a termo após um ano ou mais de tentativas. Para isso, é preciso considerar que o casal tenha relações sexuais regularmente e não utilize nenhum método contraceptivo.

O simples fato de conhecer o período fértil e saber como fazer esse cálculo pode ajudar a melhorar as chances de gravidez.

O período fértil inclui os dias em torno da ovulação, é a fase do ciclo menstrual em que a mulher está mais propensa a conceber. A ovulação, por sua vez, é o evento fisiológico marcado pela liberação de um óvulo maduro, que deve ser fertilizado por um espermatozoide para gerar o embrião.

Além de fazer o cálculo do período fértil, é importante para o casal tentante observar os indícios de infertilidade. Aqui, podemos nos deparar com duas situações:

  • casal que não tem motivo para suspeitar de infertilidade, ou seja, não sabe de nenhum fator que possa prejudicar sua capacidade de ter filhos;
  • casal que tem motivo para suspeitar, por exemplo, a mulher tem diagnóstico confirmado de endometriose e sabe que essa doença está associada a problemas reprodutivos.

Essa diferenciação é fundamental para os casais que estão tentando engravidar, e não conseguem. Isso porque, mesmo que não existam sinais e sintomas de alguma disfunção reprodutiva, o casal tentante precisa saber quando consultar um especialista para avaliar suas condições e conhecer as possibilidades.

Como suspeitar de que você não pode engravidar?

Vamos retomar o conceito de infertilidade que foi apresentado acima: se no prazo de um ano de tentativas a gravidez não acontecer, você já pode suspeitar de que algo esteja impedindo a concepção — deve-se considerar o prazo de 6 meses quando a mulher tem mais de 35 anos, pois a idade feminina acima disso já é apontada como um fator de redução natural da fertilidade.

Na ausência de um diagnóstico de condições relacionadas à infertilidade, a suspeita pode começar baseada em possíveis sintomas de alterações no sistema reprodutor. As mulheres podem manifestar:

  • dor na relação sexual;
  • dor pélvica;
  • cólicas menstruais intensas;
  • sangramento fora do período menstrual ou após a relação sexual;
  • secreção vaginal anormal;
  • dor em baixo ventre;
  • irregularidade menstrual, como ausência de menstruação ou intervalos muito longos;
  • outros sinais de alterações endócrinas, como queda de cabelo e crescimento de pelos em locais incomuns.

Os dois primeiros sintomas listados são descritos em diversas doenças ginecológicas, como a endometriose, que também costuma provocar cólicas intensas. O sangramento intermenstrual ou pós-coito, bem como a presença de secreção e a dor abdominal baixa podem indicar infecções e doença inflamatória pélvica (DIP). Já a menstruação infrequente ou ausente e as demais alterações endócrinas são típicas de disfunções endócrinas, sobretudo a síndrome dos ovários policísticos (SOP).

Acima, temos alguns dos principais exemplos de sintomas e doenças relacionados à infertilidade feminina. Entretanto, a lista é bem mais extensa e manifestações semelhantes podem ocorrer em várias outras condições. Sendo assim, somente uma avaliação detalhada pode ajudar a identificar as possíveis causas da dificuldade de concepção.

Também é preciso observar os sinais e sintomas de problemas masculinos. O casal pode suspeitar de que tem dificuldades reprodutivas, caso o homem apresente:

  • veias dilatadas visíveis ou palpáveis nos testículos;
  • inchaço e assimetria testicular;
  • dor ao urinar ou ejacular;
  • presença de sangue na urina ou no sêmen;
  • secreção peniana;
  • ausência de sêmen (aspermia);
  • redução da libido e disfunção erétil.

Os sintomas masculinos listados podem ser indícios de doenças como: varicocele, infecções genitais, obstruções congênitas no trato reprodutivo, deficiência hormonal (principalmente de testosterona), dentre outras condições.

Como é a investigação da infertilidade conjugal?

Primeiramente, é feita a avaliação clínica de ambos para levantar informações sobre padrão menstrual, gestações anteriores, histórico de infecções genitais e cirurgias pélvicas, condições de saúde geral etc. Fatores do estilo de vida e frequência das relações sexuais também são pontos a discutir na primeira consulta.

A mulher é detalhadamente investigada por meio de exames laboratoriais e de imagem, incluindo dosagens hormonais, ultrassonografia pélvica e histerossalpingografia. Para o homem, o principal exame indicado é o espermograma. No entanto, outros métodos de avaliação podem ser solicitados para o casal, com base na suspeita diagnóstica e nos resultados dos primeiros exames.

Após a investigação da infertilidade e uma vez definida a causa (lembre-se que cerca de 20% das vezes não encontramos um motivo para a ausência de gravidez), discutem-se com o casal os possíveis caminhos para se chegar ao objetivo desejado. Tratamentos como cirurgias, relação sexual programada, inseminação intrauterina ou fertilização in vitro (FIV) são algumas das opções que provavelmente serão oferecidas e discutidas.

Aprofunde suas informações com a leitura do texto principal sobre infertilidade!

O que é blastocisto?

A reprodução humana é um processo biológico complexo e que passa por uma série de etapas, desde a união dos gametas masculino e feminino, passando pelo pré-desenvolvimento do embrião e a implantação do blastocisto no útero e prosseguindo com a gestação.

Para que todos esses eventos se cumpram, são necessários:

  • equilíbrio hormonal, uma vez que há vários hormônios que regulam o funcionamento do sistema reprodutor;
  • anatomia normal dos órgãos — sem distorções ou obstruções causadas por defeitos congênitos ou doenças estruturais adquiridas;
  • ausência de infecções genitais, que podem deixar sequelas no trato reprodutivo.

Esses são apenas alguns dos fatores a considerar, no entanto, a fertilidade é ainda mais complexa e há inúmeras condições que podem afetar as chances de reprodução de um casal. A qualidade do embrião para chegar ao estágio de blastocisto, por exemplo, é um dos pontos principais para o sucesso reprodutivo.

Neste post, você verá informações sobre: gametas, fecundação, desenvolvimento embrionário e blastocisto. Continue a leitura para entender — ou relembrar — todos esses conceitos!

O que são gametas?

São as células reprodutivas, que se originam nas gônadas ou glândulas sexuais. Os espermatozoides são os gametas masculinos, produzidos nos testículos, enquanto os óvulos são os gametas femininos, produzidos nos ovários.

A gametogênese (processo de desenvolvimento e amadurecimento dos gametas) ocorre em resposta à ação de hormônios. O FSH e o LH, secretados pela hipófise, são as gonadotrofinas, hormônios responsáveis por estimular o funcionamento das gônadas.

Na mulher, os hormônios hipofisários estimulam o desenvolvimento dos folículos ovarianos, que armazenam os óvulos. Um deles se desenvolve até o estágio ideal para a ovulação e se rompe, liberando um gameta maduro para a fertilização.

No homem, o FSH desencadeia a produção de testosterona, hormônio masculino fundamental para a produção dos espermatozoides.

Como ocorre a fecundação?

Após a produção dos gametas, ocorre a fecundação, que é a união de um espermatozoide com um óvulo, formando a primeira célula de um novo organismo humano, chamada zigoto. Para isso acontecer, é preciso que o casal tenha relação sexual próximo ao dia da ovulação, nos dias do mês que correspondem ao período fértil.

Milhões de espermatozoides entram no corpo feminino a partir da ejaculação masculina. Eles migram para os órgãos do trato reprodutivo superior e entram nas tubas uterinas, onde a fertilização acontece.

Somente uma pequena fração dos espermatozoides que entram no corpo da mulher conseguem chegar ao local em que o gameta feminino está. Apenas um deles penetra no óvulo, completando o processo de fecundação.

Como o embrião se desenvolve?

Assim que é gerado, o zigoto entra em um processo de desenvolvimento contínuo. Ele inicia como uma célula única, passa por consecutivas divisões celulares e se transforma em um embrião pluricelular, que se diferenciará em todos os órgãos e tecidos do corpo humano enquanto se desenvolve no útero materno.

A etapa de divisões celulares do zigoto é chamada de fase de clivagem. A cada 24 horas, uma nova divisão acontece, aumentando o número de células-filhas (os blastômeros), que ficam compactadas dentro da zona pelúcida, membrana que protege o óvulo.

O embrião se forma na tuba uterina e é conduzido para dentro do útero com a ajuda da motilidade tubária. Por volta de 4 dias após a fertilização, o embrião atinge o estágio de mórula (com cerca de 16 blastômeros) e chega à cavidade uterina, onde permanece por até 2 dias e recebe fluídos do útero para continuar seu desenvolvimento.

O que é blastocisto?

Blastocisto ou blástula é o embrião que apresenta um conjunto de mais de 100 células, depois de ter passado pelos estágios de clivagem e mórula. Isso ocorre entre 5 e 7 dias após o óvulo ser fecundado.

O embrião se torna blastocisto quando já está na cavidade uterina e se apresenta como uma esfera formada por centenas de blastômeros, com duas camadas celulares (embrioblasto e trofoblasto) e uma cavidade preenchida com líquido (blastocele).

O embrioblasto é o conjunto celular interno, que dará origem ao embrião. O trofoblasto é representando pelas células externas do blastocisto, que formarão os anexos embrionários, incluindo a placenta.

Na fase de blastocisto, o embrião pode estabelecer sincronização fisiológica com as células do endométrio (revestimento interno do útero), estando em estágio ideal para se implantar no útero e prosseguir seu desenvolvimento na gestação.

Como é o desenvolvimento embrionário na reprodução assistida?

Todo esse processo, que começa com a união dos gametas e vai até a formação do blastocisto, também é realizado na reprodução assistida. Nas técnicas de baixa complexidade — coito programado e inseminação artificial —, a fecundação acontece da mesma maneira que na concepção natural. Já na fertilização in vitro (FIV), técnica de alta complexidade, há algumas diferenças.

Na FIV, os óvulos são fertilizados fora do ambiente tubário, ou seja, em laboratório. Para isso, é feita a coleta dos óvulos e do sêmen, bem como o preparo seminal, que permite selecionar os espermatozoides com boa motilidade.

No dia seguinte à fertilização in vitro, é possível confirmar quantos óvulos foram fecundados. Estes são monitorados em incubadora por um período de 5 a 7 dias, enquanto passam pela etapa de divisões celulares. Em estágio de blastocisto, o (s) embrião (ões) é transferido para o útero materno, o que pode ser feito no mesmo ciclo em que foi gerado ou após congelamento.

Continue a compreender esse tema com a leitura do texto sobre blastocisto na FIV!

Período fértil e fertilidade: veja por que calcular o período fértil aumenta as chances de engravidar

A dificuldade para engravidar infelizmente faz parte da realidade de muitos casais nos dias de hoje. Define-se infertilidade como a ausência de gravidez após 1 ano de tentativas ou após 6 meses se a mulher tem mais de 35 anos de idade. No entanto, a situação pode ser mais simples do que parece, isto é, o casal pode não ter conseguido engravidar dentro desse período apenas porque não fez o cálculo do período fértil.

São apenas cerca de 5 dias no mês (no ciclo menstrual), que a mulher se encontra com chances de concepção. Sendo assim, se o casal não tiver relação sexual durante esse período, as chances de gravidez ficam bem reduzidas.

Ainda que pareça um cálculo simples — inclusive, existem aplicativos com essa finalidade —, muitos casais têm dúvidas sobre período fértil e fertilidade. Neste post, vamos esclarecer o assunto. Acompanhe com atenção!

Quais são as fases do ciclo menstrual?

O ciclo menstrual é dividido em:

  • fase folicular — começa com a menstruação, dura cerca de 14 dias e se caracteriza pelo desenvolvimento do folículo ovariano (que são a “casa” dos óvulos). O estímulo aos ovários é feito pelos hormônios FSH e LH, secretados pela glândula hipófise;
  • ovulação — ocorre geralmente próximo à metade do ciclo, sendo marcada pela ruptura do folículo ovariano mais desenvolvido (folículo dominante) e a subsequente liberação do óvulo;
  • fase lútea — abrange as duas semanas finais do ciclo (incluindo a fase que conhecemos como pré-menstrual) e tem como característica principal a atividade do corpo-lúteo (estrutura endócrina que se forma com as células do folículo rompido), que produz progesterona. A progesterona tem um papel primordial na preparação do útero para receber um embrião.

Cada ciclo reprodutivo da mulher começa no primeiro dia da menstruação e termina no dia anterior ao período menstrual seguinte, totalizando em média 28 dias. Variações entre 25 e 32 dias são normais, mas quando os intervalos entre as menstruações são muito curtos (menos que 25 dias) ou muito longos (acima de 35 dias), é recomendável realizar uma avaliação com o ginecologista.

Qual é a diferença entre período fértil e ovulação?

O período fértil abrange o dia da ovulação, mas esses dois termos não são sinônimos. É comum confundir as duas coisas, afinal, existe uma relação direta cujo ponto central é o aumento da fertilidade feminina.

A ovulação e o período fértil são etapas fundamentais no processo natural de reprodução humana. A diferença entre eles é que: a ovulação é o evento fisiológico marcado pelo momento da liberação do óvulo; já o período fértil é mais abrangente, dura cerca de 5 dias e inclui 3 dias anteriores e 1 posterior à liberação do óvulo.

Em resumo, o período fértil está relacionado à fase do ciclo menstrual em que a fertilidade da mulher está em alta, portanto há mais chances de gravidez. Considera-se nesse período o dia provável da ovulação e o tempo de sobrevida dos gametas no corpo da mulher, que é de 1 dia para o óvulo e até 3 dias para os espermatozoides.

Isso significa que mesmo se o casal tiver relação sexual poucos dias antes da ovulação, há chances de concepção, visto que os espermatozoides poderão estar vivos nas tubas uterinas quando o óvulo for liberado.

Por que é tão importante calcular o período fértil para aumentar as chances de gravidez?

A relação entre ovulação, período fértil e fertilidade é clara. Sendo assim, é importante que o casal tenha conhecimento acerca disso para planejar suas tentativas para os dias certos, aumentando as chances de gravidez.

O cálculo do período fértil em ciclos regulares de 28 dias é fácil: lembre-se de que a ovulação acontece, aproximadamente, no 14º dia do ciclo. Embora esse intervalo possa ter pequenas variações, podemos considerar que os 5 dias de alta fertilidade tenham início 11 ou 12 dias depois do início da menstruação. Em mulheres com ciclos regulares, o uso de aplicativos que indicam o período pode ser de grande valor.

Além de calcular o período fértil, você pode confirmar se está ovulando ao observar sintomas, como a presença de muco cervical transparente, aquoso e com aspecto elástico. Os testes de ovulação vendidos em farmácia também podem ajudar.

Para mulheres com ciclos menstruais irregulares, é mais difícil calcular o dia da ovulação e o período fértil. Consultar um ginecologista, nessas situações, é aconselhável, pois alterações significativas nos intervalos entre os ciclos menstruais ou mesmo a ausência de menstruação são indícios de disfunções, muitas vezes associadas à infertilidade.

As irregularidades menstruais frequentemente têm relação com distúrbios ovulatórios, mas também podem decorrer de alterações uterinas, como sinequias uterinas, síndrome de Asherman ou malformações que obstruem o escoamento do fluxo menstrual.

Entre as disfunções ovulatórias, as causas mais encontradas são: síndrome dos ovários policísticos (SOP), hipotireoidismo, hiperprolactinemia, tumores na hipófise e mau funcionamento do hipotálamo devido a determinados fatores do estilo de vida.

Siga o link para outro texto e aprenda mais sobre como calcular o período fértil!

DIP: o que é? Conheça a doença

A sigla DIP se refere à doença inflamatória pélvica, uma das condições femininas potencialmente relacionadas à infertilidade.

São diversos os motivos que podem dificultar a ocorrência de uma gravidez. Em se tratando da DIP, podemos encontrar acometimento do útero e das tubas uterinas simultaneamente — às vezes, até dos ovários. Quando não é identificada e tratada precocemente, essa doença pode deixar sequelas nos órgãos reprodutores que não são mais tratáveis apenas com medicação, como a hidrossalpinge.

Veja, neste artigo, o que é DIP, as causas, fatores de risco, sintomas e outras informações importantes sobre o assunto!

O que é DIP

A DIP é uma doença que cursa de forma aguda e é resultante de infecção genital. Os agentes infecciosos iniciam sua ação no trato inferior e sobem para os órgãos do trato reprodutivo superior, espalhando o processo inflamatório por várias partes da pelve.

As inflamações da DIP podem afetar: o colo do útero (cervicite); o endométrio, parte interna do útero (endometrite); as tubas uterinas (salpingite); os ovários (ooforite). É possível, ainda, que os patógenos tenham acesso ao peritônio, tecido que recobre os órgãos na cavidade pélvica e abdominal.

Causas

A DIP é uma doença polimicrobiana. Vários tipos de microrganismos já foram identificados como causadores dessa afecção, como Streptococcus, Staphylococcus, Escherichia coli e Mycoplasma genitalium.

Entre as principais bactérias que causam a DIP, estão as responsáveis por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), sobretudo Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, que dão origem à clamídia e à gonorreia.

Fatores de risco

Alguns fatores relacionados ao comportamento sexual aumentam o risco de a mulher contrair uma IST e desenvolver a DIP, por exemplo: prática habitual de relações sexuais sem uso de preservativos; início precoce das relações; múltiplas parcerias.

Outros fatores de risco para a DIP, de modo geral, são: idade na faixa etária da adolescência e da vida adulta jovem; realização de procedimentos médicos que podem facilitar a entrada dos patógenos no trato reprodutivo superior, como curetagem pós-parto ou aborto, colocação de dispositivo intrauterino (DIU) e alguns tipos de exames e cirurgias uterinas.

Prevalência

A prevalência da DIP é subestimada, visto que muitos casos não são notificados, principalmente porque há mulheres que apresentam sintomas leves na fase aguda e não procuram avaliação médica. Contudo, estima-se que cerca de 5% das mulheres tenham pelo menos um episódio da doença durante a idade reprodutiva — fase da vida que abrange todos os anos em que ocorrem os ciclos menstruais.

Prevenção

Prevenir é o melhor caminho para evitar complicações de saúde. Para a prevenção da DIP, que está comumente associada a ISTs, uma das condutas mais eficientes é o uso de preservativos em todas as relações sexuais.

Como identificar a DIP?

É possível detectar a DIP por meio dos sintomas e de exames específicos. As manifestações da doença abrangem:

  • febre;
  • dor na parte inferior do abdome;
  • dor durante a relação sexual;
  • secreção vaginal com cor e odor sugestivos de infecção;
  • escapes de sangue fora do período menstrual e após a relação sexual;
  • dor ao urinar.

Os sintomas podem aparecer por semanas. Quando o diagnóstico é feito nessa fase, seguido do tratamento precoce, as sequelas da DIP podem ser evitadas. Caso contrário, a mulher pode ter consequências da doença não tratada, incluindo: disseminação da infecção para outros órgãos, como o fígado (peri-hepatite); hidrossalpinge; endometrite crônica; abscessos; aderências; dor pélvica crônica; risco aumentado para gravidez ectópica.

A infertilidade associada à DIP é causada principalmente por acometimento das tubas uterinas. Um processo infeccioso/inflamatório nas tubas uterinas podem prejudicar seu funcionamento. A tuba uterina, com os movimentos ciliares, tranporta o embrião até o útero. Se os cílios são acometidos, esse transporte é prejudicado. Eventualmente, encontramos hidrossalpinge (acúmulo de fluídos dentro da tuba) como consequência da obstrução tubária também provocada pelo processo infeccioso. A endometrite crônica também torna o endométrio menos receptivo e prejudica as taxas de implantação embrionária, além de aumentar o risco para aborto espontâneo.

O diagnóstico da DIP é feito com: avaliação clínica dos sintomas e fatores de risco; exame físico; exames laboratoriais, inclusive para o rastreio dos agentes infecciosos; ultrassonografia pélvica, para avaliar as possíveis sequelas da doença.

Como essa doença deve ser tratada?

O tratamento da DIP é feito com antibióticos. Mulheres em condições mais graves, por exemplo, com diagnóstico de peritonite pélvica, presença de abscessos e gestantes, devem ser tratadas em ambiente hospitalar.

Quanto às sequelas da DIP, não é possível revertê-las com tratamento medicamentoso. Cirurgias são opções para remover aderências e corrigir a hidrossalpinge, mas também não garantem a recuperação da fertilidade.

Considerada a técnica mais complexa da reprodução assistida, a FIV pode superar diversas alterações que impedem a gravidez natural, inclusive a obstrução das tubas uterinas. Sendo assim, é uma alternativa para mulheres com sequelas de DIP.

Aprofunde suas informações com a leitura de mais um texto sobre DIP!

Ultrassonografia pélvica: importância na investigação da infertilidade

A ultrassonografia pélvica é um exame fundamental para muitas análises na área de ginecologia e na investigação da infertilidade, incluindo a avaliação da reserva ovariana e o rastreio de doenças, como mioma e endometriose.

A tecnologia dos exames de ultrassom envolve o uso de ondas sonoras de alta frequência que refletem nas estruturas internas e permitem a formação das imagens, revelando órgãos com anatomia normal ou com alterações.

Os exames de ultrassonografia são amplamente utilizados em praticamente todas as especialidades da medicina, incluindo ginecologia, cardiologia, ortopedia, gastroenterologia e muitas outras.

Na área de medicina reprodutiva, já existem diversos exames para investigação da infertilidade conjugal. A ultrassonografia pélvica transvaginal é um dos mais importantes.

Neste post, você verá quais são as indicações e a importância da ultrassonografia pélvica no contexto da investigação da infertilidade. Confira!

O que é ultrassonografia pélvica?

É o exame que avalia os órgãos da pelve feminina com a tecnologia de emissão de ondas ultrassônicas. Geralmente, a ultrassonografia pélvica é a primeira técnica diagnóstica indicada para investigação de alterações ginecológicas, pois fornece imagens com boa acurácia do útero, das tubas uterinas e dos ovários, além de outras estruturas da pelve.

Há duas modalidades do exame: a ultrassonografia transvaginal e a suprapúbica (sobre o abdome). Para avaliação da infertilidade feminina, a primeira modalidade é a mais utilizada, no entanto, ambas podem ser complementares, a depender da suspeita clínica.

Na ultrassonografia pélvica transvaginal, é utilizado um instrumento com formato apropriado chamado transdutor. Trata-se de uma pequena sonda que é revestida por preservativo, recoberta com um gel condutor e inserida pelo canal vaginal.

As ondas ultrassônicas são emitidas pelo transdutor, refletidas nos órgãos e captadas, gerando imagens que são exibidas em um monitor de vídeo. As imagens mostram a anatomia e o movimento dos órgãos em tempo real, revelando possíveis anormalidades. O uso de Doppler colorido pode, ainda, mostrar o fluxo nos vasos sanguíneos.

A ultrassonografia pélvica é um exame simples, não invasivo e indolor, que não emite radiação ionizante e tem boa acurácia para avaliação morfológica dos órgãos reprodutores femininos. Em resumo, é uma técnica de grande valor diagnóstico na especialidade ginecológica e na investigação da infertilidade.

Quais são as indicações da ultrassonografia pélvica na investigação da infertilidade?

A infertilidade conjugal é definida pela dificuldade de engravidar dentro do período de pelo menos 1 ano de tentativas. Nessa situação, o casal deve procurar avaliação com um médico especialista em medicina reprodutiva.

O ultrassom da pelve pode revelar diversas condições femininas associadas à dificuldade de concepção natural, incluindo:

Além disso, no acompanhamento regular com o ginecologista, a ultrassonografia pélvica pode ser indicada quando a mulher apresenta alterações como sangramento uterino anormal, dor pélvica frequente, dor no baixo abdome, presença de massa pélvica, histórico de abortos recorrentes e suspeita de gravidez ectópica.

Qual é a importância da ultrassonografia na reprodução assistida?

A ultrassonografia pélvica é muito realizada no contexto da reprodução assistida, principalmente antes da indicação de qualquer tratamento, respaldando a avaliação da reserva ovariana e a investigação das causas de infertilidade.

De acordo com os resultados dos exames, conhecemos o prognóstico reprodutivo do casal e podemos dialogar sobre as possibilidades de tratamento, que podem incluir medicação, cirurgia e técnicas de reprodução assistida.

A avaliação da reserva ovariana é uma etapa fundamental. É feita com ultrassonografia pélvica para contagem dos folículos antrais e dosagem do hormônio antimülleriano. Com base nessas avaliações, é possível estimar o número de óvulos disponíveis e prever a resposta de cada mulher ao uso de medicações para estimulação ovariana.

Além de auxiliar na investigação da infertilidade e na avaliação da reserva ovariana, a ultrassonografia pélvica é importante em outros momentos dos tratamentos de reprodução assistida:

  • para acompanhar o crescimento dos folículos durante a etapa de estimulação ovariana — isso é feito nos tratamentos com coito programado, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV);
  • para realização da aspiração dos folículos ovarianos na FIV. É um procedimento feito sob sedação em que uma agulha guiada por ultrassom transvaginal esvazia os folículos para captação dos óvulos;
  • para avaliar as condições do endométrio, antes da transferência embrionária na FIV. O tecido endometrial reveste o útero por dentro, sendo o local de implantação do embrião, portanto, precisa estar com espessura e forma adequadas, o que pode ser observado pelo ultrassom;
  • para guiar a transferência do embrião na FIV. Assim, o médico pode visualizar o trajeto do cateter e depositar o embrião próximo ao local de implantação.

Por fim, depois de ser útil na investigação da infertilidade e nos tratamentos de reprodução assistida, a ultrassonografia pélvica também é necessária para monitorar o desenvolvimento fetal durante a gravidez.

Entenda mais sobre o exame e sua importância com a leitura do texto: ultrassonografia pélvica!

Hidrossalpinge: saiba como identificar os sintomas

A hidrossalpinge é uma das muitas alterações que podem afetar o sistema reprodutor feminino, que é dividido em trato genital inferior e trato reprodutivo superior. Na parte inferior, estão o colo do útero, a vagina e a vulva. Na parte superior, estão os ovários, as tubas uterinas e o útero, órgãos responsáveis, respectivamente, pelos processos de ovulação, fecundação e implantação embrionária/gravidez.

As tubas uterinas, conhecidas ainda como trompas de falópio, fazem a ligação entre os ovários e a cavidade do útero, sendo órgãos imprescindíveis para o processo natural de concepção. Portanto, elas precisam estar saudáveis para que a mulher consiga engravidar.

Neste artigo, vamos explicar o que é hidrossalpinge e quais são os sintomas dessa condição que pode prejudicar o funcionamento das tubas uterinas. Leia e entenda!

Quais são as funções das tubas uterinas?

As trompas têm a função de recolher o óvulo no momento em que ele sai do ovário e levá-lo para a parte da tuba onde ocorre a fertilização. Depois de fecundado, ainda é função da tuba transportar o óvulo (que já se tornou embrião) para a cavidade uterina.

As tubas são dois tubos que saem das laterais do útero e se estendem até os ovários, medindo aproximadamente 10 cm. Elas não são diretamente conectadas aos ovários, mas possuem prolongamentos em suas extremidades (as fímbrias) que se movimentam e fazem a captação do óvulo.

O óvulo pode ficar cerca de 1 dia no interior da tuba uterina. Assim, se o casal tiver relações sexuais sem contracepção até 3 dias antes da ovulação (considerando o tempo de sobrevida dos espermatozoides no corpo feminino), a fertilização pode acontecer.

Uma das características das tubas uterinas é a motilidade. Devido a sua camada muscular, a tuba tem movimentos que ajudam o embrião a ser transportado para dentro do útero, onde deve se implantar para a gravidez ter início.

Note que para os espermatozoides se movimentarem até o local da fertilização e para que o embrião seja transportado para a cavidade uterina, é preciso que eles tenham livre passagem dentro da trompa — é o que chamamos de permeabilidade tubária, que pode ser afetada pela hidrossalpinge.

O que é hidrossalpinge?

A hidrossalpinge é consequência de um processo inflamatório na tuba uterina. Nessa condição, as trompas ficam preenchidas por líquido e dilatadas, com morfologia anormal. Isso pode acontecer em apenas uma das tubas ou nas duas.

A inflamação tubária é chamada de salpingite. Muitas vezes, está associada a uma inflamação mais abrangente, que afeta também outras partes do sistema reprodutor feminino, como o revestimento interno do útero (endométrio), o colo do útero e até os ovários. Esse conjunto de afecções é diagnosticado como doença inflamatória pélvica (DIP) e pode ter grande impacto na fertilidade.

As causas principais são infecções causadas por microrganismos que migram do trato genital inferior. Entre os patógenos mais encontrados, estão os causadores de clamídia e gonorreia — infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) comumente associadas a problemas reprodutivos tanto na mulher quanto no homem.

A hidrossalpinge causa obstrução tubária, dificultando ou até impedindo a movimentação dos espermatozoides e o transporte do óvulo. Além da DIP, outra causa de bloqueio na tuba uterina é a endometriose, doença que afeta várias partes da região pélvica, frequentemente as trompas.

Quais são os sintomas de hidrossalpinge?

Identificar os sintomas de hidrossalpinge é um desafio, pois essa condição não tem manifestações específicas, uma vez que se trata de uma sequela. Possíveis sintomas são:

  • corrimento vaginal;
  • dor pélvica, que pode piorar durante ou após o período menstrual;
  • dificuldade para engravidar.

A ocorrência de gravidez ectópica também pode ser um sinal de hidrossalpinge. Se o embrião não for transportado para a cavidade uterina, há o risco de que ele se implante na própria tuba, levando à gestação ectópica, isto é, fora do útero. Esse tipo de gravidez não evolui, além de oferecer graves riscos à mulher, caso ocorra ruptura e hemorragia.

Retornando aos sintomas, também é importante ficar atenta às manifestações de outras doenças que estejam relacionadas à hidrossalpinge, como a endometriose e a DIP, que podem incluir dor pélvica, cólicas menstruais, dor na relação sexual, sangramento intermenstrual, entre outros.

Sendo assim, diante de qualquer suspeita de alteração ginecológica, recomendamos a busca por avaliação médica. O especialista poderá solicitar exames, como ultrassonografia pélvica, ressonância magnética de pelve e histerossalpingografia, para estudar as condições das tubas uterinas e dos demais órgãos reprodutores.

Como tratar essa doença?

O tratamento da hidrossalpinge pode envolver cirurgia para desobstrução tubária, procedimento esse com baixa taxa de sucesso, ou uma salpingectomia para remoção da tuba doente. As doenças associadas também precisam ser tratadas.

Se a permeabilidade tubária não for recuperada, a mulher tem a alternativa de engravidar com a fertilização in vitro (FIV), técnica de reprodução assistida. Na FIV, as tubas uterinas não são utilizadas, pois os óvulos são coletados e fertilizados em laboratório. Posteriormente, o embrião é transferido para a cavidade uterina em fase de blastocisto, pronto para se implantar no endométrio.

Vale ressaltar que a presença de hidrossalpinge pode reduzir a chance de sucesso mesmo na FIV. O líquido presente na tuba podem “se espalhar” para a cavidade endometrial e prejudicar a implantação de um embrião.

Vale reforçar que é fundamental procurar um ginecologista diante de qualquer sintoma. Seja para diagnosticar a hidrossalpinge, seja para identificar outra doença, o acompanhamento médico é o caminho para cuidar da fertilidade e da saúde de modo geral.

Confira mais um texto sobre hidrossalpinge para ter mais informações!

O que é inseminação artificial?

Podemos dividir os tratamentos de reprodução assistida em técnicas de baixa e alta complexidade. Como alta complexidade entendemos a necessidade de um laboratório de embriologia com profissionais altamente qualificados e equipamentos específicos para manipulação e cultivo de gametas, entre outras atividades. Dividimos os tratamentos da seguinte maneira:

Neste post, vamos explicar o que é inseminação artificial, apresentando suas principais indicações e as etapas da técnica. Acompanhe!

O que é inseminação artificial?

A inseminação intrauterina consiste na introdução de uma amostra de sêmen no interior da cavidade uterina da mulher. O procedimento é realizado durante o período da ovulação.

O processo natural de fecundação acontece na tuba uterina. As tubas, antes chamadas de trompas de falópio, são dois tubos alongados que se conectam às laterais superiores do útero (uma de cada lado) e se prolongam até bem perto dos ovários.

Por sua vez, os ovários são os órgãos que armazenam, desenvolvem e liberam os óvulos — normalmente, um por mês. Quando o óvulo é liberado na ovulação, a tuba uterina o recolhe e o leva para a ampola tubária (parte mais dilatada da tuba), onde ele poderá ser fertilizado por um espermatozoide.

Os gametas masculinos migram para o trato reprodutivo superior, entrando nas tubas uterinas para fertilizar o óvulo.

Após a fertilização, os movimentos musculares da tuba fazem o óvulo fecundado (embrião) ser transportado para a cavidade uterina para que ele possa se implantar no endométrio (tecido que reveste o útero por dentro) e dar início à gravidez.

Na inseminação artificial, os espermatozoides são colocados no útero e dali em diante devem continuar seu trajeto, que é entrar nas tubas uterinas para fertilizar o óvulo. Todos os processos seguintes, como desenvolvimento embrionário e implantação, ocorrem como na concepção natural.

Entre as pessoas que podem ser indicadas ao tratamento com inseminação artificial, estão:

  • casais cujo parceiro masculino tenha alterações espermáticas leves;
  • mulheres solteiras e casais homoafetivos femininos, que precisam de doação de sêmen;
  • casais com ISCA;
  • mulheres com endometriose em estágio leve, sem comprometimento dos ovários e das tubas uterinas.

Para ter chance de sucesso com a inseminação artificial, é importante que a mulher atenda aos critérios de idade e permeabilidade tubária.

Como a inseminação artificial é feita?

A inseminação artificial é uma técnica simples, considerada de baixa complexidade. Como vimos, a fertilização acontece nas tubas, assim como na reprodução natural. Além disso, são necessários poucos procedimentos, incluindo: estimulação ovariana/indução da ovulação (se necessário); preparo seminal; introdução da amostra de sêmen no útero.

Entenda melhor cada etapa:

Indução da ovulação

A estimulação ovariana é um tratamento feito com medicações hormonais que provocam o desenvolvimento dos folículos, que são pequenas “bolsas” responsáveis por armazenar os óvulos.

A inseminação artificial pode ser feita com ou sem indução da ovulação, dependendo das causas de infertilidade diagnosticadas. Quando a mulher ovula regularmente e não é necessário estimular os ovários, realizam-se apenas o acompanhamento do desenvolvimento folicular e o desencadeamento da ovulação com uso de medicação para que a inserção do sêmen no útero ocorra no momento adequado.

Com a estimulação hormonal, o crescimento dos folículos também é monitorado. Isso é feito com exames de ultrassonografia pélvica e dosagens hormonais. Assim, conforme o dia previsto para a ovulação, as etapas seguintes da inseminação artificial são realizadas.

Coleta e preparo seminal

O sêmen do parceiro da mulher é coletado por masturbação ou, para aquelas que precisam de doação de sêmen, obtido em bancos de esperma.

Uma etapa importante da inseminação artificial é o preparo seminal. Por meio de diferentes técnicas é possível preparar uma amostra seminal livre de células não germinativas e contendo somente espermatozoides com boa motilidade.

Inseminação

No dia da ovulação, a amostra seminal processada é introduzida na cavidade do útero utilizando um cateter. O procedimento é feito sem sedação, de forma rápida e sem causar dor ou desconforto.

Em cada ciclo de tentativa, a mulher tem até 20% de chance de engravidar com a inseminação artificial.

Leia também o texto principal sobre inseminação artificial e conheça um pouco mais

Ovodoação e ovorecepção: veja como a técnica pode te ajudar

A ovodoação e ovorecepção é uma técnica que oferece a possibilidade de engravidar a mulheres que enfrentam dificuldades associadas a distúrbios ovulatórios graves, decorrentes de baixa reserva ovariana por idade avançada, falência ovariana prematura, entre outras condições.

Seja para concepções naturais, seja para gestações provenientes de tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), é necessário que ocorra a união entre um espermatozoide (gameta masculino) e um óvulo (gameta feminino).

Dessa união, é gerado o zigoto (primeira célula de um novo organismo), que evoluirá para embrião pluricelular, com condições fisiológicas para se implantar no endométrio uterino, marcando o início de uma gravidez.

Entretanto, algumas mulheres não têm óvulos em quantidade suficiente ou com a qualidade necessária para gerar embriões saudáveis. É nesse contexto que trabalhamos com a ovodoação e ovorecepção.

Continue a leitura e compreenda a importância dessa técnica!

O que é ovodoação?

A ovodoação, chamada também de doação de óvulos, é uma técnica na qual uma doadora anônima cede seus óvulos para que sejam usados no tratamento de reprodução assistida de outra mulher ou casal, quando estes não têm os gametas femininos necessários para gerar filhos.

Existem duas formas de ovodoação: voluntária e compartilhada. Na primeira situação, a doadora entrega seus gametas em um gesto altruísta, solidário. Na doação compartilhada, tanto a mulher que doa quanto a que recebe os óvulos estão em tratamento de reprodução assistida por fatores diferentes de infertilidade — uma tem óvulos, a outra não —, assim, elas compartilham do material genético e dos custos com o tratamento.

Independentemente da forma de ovodoação, a doadora precisa, primeiramente, passar por avaliação detalhada, física e psicológica. Vários exames são solicitados, inclusive para rastreio de infecções e alterações genéticas.

Além de ter boa reserva ovariana e condições adequadas de saúde geral, a doadora deve ter menos que 37 anos. Esse limite de idade é determinando pela resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina), tendo em vista que a qualidade dos óvulos diminui com o avanço da idade.

No tratamento, a doadora passa pelo processo de estimulação ovariana, realizado com medicações hormonais que têm como objetivo a produção de múltiplos óvulos. Essas células (óvulos) são coletadas e 100% doadas (no caso de uma doadora altruísta) ou compartilhadas com uma receptora.

As células que foram destinadas à receptora serão fertilizadas com o sêmen de seu parceiro (ou sêmen doado se for necessário) e o tratamento da receptora seguirá o seu caminho. Os óvulos que ficarem com a doadora serão fertilizados com o sêmen de seu parceiro (ou sêmen de doador, se for o caso) e também seguirá o seu caminho.

De modo geral, os embriões formados por essas fertilizações são congelados para posterior transferência.

O que é ovorecepção?

Se a ovodoação consiste no procedimento de doar os óvulos, logo a ovorecepção significa recebê-los.

A ovorecepção consiste em utilizar óvulos doados por uma mulher saudável, que é previamente avaliada e submetida à estimulação ovariana para desenvolver vários óvulos. Uma vez fertilizados, os óvulos — que, nessa etapa, já são embriões — são monitorados por alguns dias em incubadora, durante a fase de clivagem (processo de divisão celular). Então, em estágio de blastocisto, um embrião (ou mais) é transferido para o útero da receptora.

A ovodoação e ovorecepção e todas as demais técnicas da FIV são realizadas de forma controlada e segura, a fim de garantir o bem-estar de todas as pessoas envolvidas. Além disso, tanto a doadora quanto o casal receptor de gametas devem passar por uma série de avaliações médicas antes desses procedimentos.

Outro ponto interessante é que, além da recepção de óvulos de uma doadora anônima, a ovorecepção permite o envolvimento de pessoas próximas. Segundo as normas éticas do CFM, é possível receber gametas de parentes de até 4º grau, sob a condição de que não incorra em consanguinidade.

Para quem essas técnicas são indicadas?

A ovodoação e ovorecepção pode ajudar mulheres e casais a terem filhos, caso não tenham gametas femininos em quantidade ou qualidade suficientes para gerar embriões saudáveis.

A técnica é uma opção para:

  • mulheres que não têm mais óvulos devido à menopausa natural (por idade avançada) ou precoce (que ocorre antes dos 40 anos, ocasionada por problemas genéticos ou tratamentos médicos);
  • mulheres com alto risco de gerar filhos com síndromes genéticas — embora, em muitos casos, o teste genético pré-implantacional (PGT) seja indicado para evitar esse tipo de alteração;
  • casais homoafetivos masculinos, os quais também precisam de barriga solidária;
  • pacientes que tiveram abortos de repetição ou várias falhas em tratamentos com FIV.

Há uma procura significativa por tratamentos de reprodução assistida com ovodoação e ovorecepção, especialmente na condição de doação compartilhada, pois dessa forma, tanto a doadora quanto a receptora são beneficiadas em seu tratamento.

Para saber mais sobre ovodoação e ovorecepção, siga este link para o texto principal!

Estimulação ovariana: como é feita nas técnicas de reprodução assistida

A medicina reprodutiva trabalha com tratamentos que envolvem diversos procedimentos para auxiliar os casais que lidam com dificuldades para engravidar naturalmente. Uma das técnicas empregadas dentro desse contexto é a estimulação ovariana.

As técnicas de reprodução assistida são realizadas de formas diferentes e variam quanto a complexidade e procedimentos envolvidos. As possibilidades de tratamento para infertilidade incluem basicamente: coito programado, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV) — todas elas iniciadas com estimulação ovariana, mas com protocolos distintos.

Leia este artigo com calma e atenção para compreender o que é estimulação ovariana e como é realizada!

Ciclo menstrual e reserva ovariana

O primeiro passo para entender como funciona a estimulação ovariana é saber o que é reserva ovariana. Nessa reserva, estão armazenados todos os folículos e óvulos que a mulher poderá desenvolver em sua vida reprodutiva, isto é, no decorrer dos ciclos menstruais.

A mulher não produz ovócitos primários ao longo da vida, já nasce com a reserva ovariana completa. Na puberdade, quando os ciclos menstruais têm início, há cerca de 300 a 500 mil folículos ovarianos e dentro de cada um deles há um óvulo.

Com o estímulo endógeno do hormônio FSH (folículo-estimulante), um grupo de folículos ovarianos começa a se desenvolver na primeira fase de cada ciclo menstrual — fase folicular, que abrange as duas primeiras semanas, a partir do início da menstruação.

Dentre os folículos que começam a crescer, geralmente é apenas um deles que se desenvolve o suficiente para atingir o pico de maturação, o que ocorre em resposta ao estímulo do hormônio LH (luteinizante). Depois disso, o folículo dominante se rompe e libera um óvulo, processo esse que conhecemos como ovulação.

Com o recrutamento cíclico dos folículos, a reserva ovariana passa por uma redução progressiva ao longo dos anos — redução que é mais acentuada a partir dos 35. Entre os 45 e 55 anos, aproximadamente, a reserva de óvulos se esgota completamente e os ciclos menstruais cessam, caracterizando a menopausa.

Estimulação ovariana: o que é?

A estimulação ovariana é uma técnica empregada nos tratamentos de reprodução assistida, que consiste em utilizar medicações hormonais (orais ou injetáveis) para estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos.

Mulheres com problemas ovulatórios são beneficiadas com a estimulação ovariana. No entanto, essa técnica não é indicada somente para distúrbios de ovulação, já que se trata da etapa inicial dos tratamentos de reprodução assistida em geral.

Primeiramente, a mulher precisa realizar a avaliação da reserva ovariana. Isso é feito com dosagens hormonais, sobretudo a análise dos níveis do hormônio antimülleriano (AMH), e exames de ultrassonografia pélvica para contagem dos folículos antrais.

A avaliação da reserva ovariana faz parte da investigação básica da infertilidade, pois permite estimar o número de folículos presentes na reserva ovariana. Além disso, conhecer o estado dessa reserva é importante para definir, entre outras coisas, quais medicações serão utilizadas para a estimulação.

Estimulação ovariana nas diferentes técnicas de reprodução assistida

Vários exames femininos e masculinos, além da avaliação da reserva ovariana, complementam a investigação diagnóstica do casal que lida com dificuldades para engravidar. Baseando-se nos dados coletados, é possível decidir quais técnicas de reprodução assistida serão utilizadas.

Seja com técnicas de baixa ou alta complexidade, a estimulação ovariana segue as mesmas etapas:

  • uso de medicações;
  • acompanhamento do crescimento dos folículos com ultrassonografias e dosagens hormonais;
  • uso do fármaco para induzir a maturação final dos folículos e deflagrar a ovulação.

A diferença entre as técnicas está no objetivo (número de óvulos que se deseja obter) e na dosagem das medicações. Entenda melhor!

Coito programado e inseminação intrauterina (baixa complexidade)

Nas técnicas de baixa complexidade, o óvulo é fertilizado in vivo (no corpo da mulher, na tuba uterina). Sendo assim, o protocolo de estimulação ovariana deve ser brando, com doses menores de medicação para evitar a hiperstimulação (mais de 3 folículos) e os riscos de gestação gemelar.

A diferença entre a realização do coito programado e da inseminação artificial é que: na primeira técnica, o único procedimento envolvido é a estimulação ovariana, e o casal é orientado a programar suas relações sexuais com base na previsão dos dias de ovulação e período fértil; na inseminação intrauterina, além do estímulo aos ovários, temos as etapas de preparo seminal e colocação dos espermatozoides dentro do útero na clínica com auxílio de um cateter.

FIV (alta complexidade)

Na FIV, há um controle maior do processo conceptivo e chances de evitar uma gestação múltipla, pois os óvulos são fecundados em laboratório e é possível transferir apenas um embrião para o útero. Os embriões excedentes são congelados e podem ser transferidos no futuro, em outras tentativas.

O protocolo de estimulação ovariana na alta complexidade é mais intenso. O objetivo é obter múltiplos óvulos maduros, aumentando assim as chances de formar um bom número de embriões e consequentemente oferecer maior chance de gravidez.

Continue a ler a respeito do tema, acessando nosso texto principal sobre estimulação ovariana