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Adenomiose: veja os sintomas em detalhes

O aparelho genital feminino é um sistema complexo e fundamental para o processo de reprodução humana. É composto por órgãos externos e internos que precisam estar saudáveis para garantir a fertilidade da mulher. Caso os órgãos reprodutores sejam afetados por alguma doença, como a adenomiose, há o risco de lidar com dificuldades para engravidar.

Todos os órgãos do sistema reprodutor feminino participam de alguma forma. Os processos de ovulação, fecundação do óvulo e gravidez acontecem, especificamente, no trato reprodutivo superior, onde estão os ovários, as tubas uterinas e o útero. Veja as principais funções:

  • os ovários são as glândulas sexuais (gônadas), responsáveis ​​pelo armazenamento, amadurecimento e a liberação dos óvulos. Também é função ovariana produzir os hormônios estrogênio e progesterona, que participam da regulação do ciclo menstrual e do preparo do útero para a gravidez;
  • as tubas uterinas ou trompas de falópio são um par de tubos que se conectam ao útero, uma de cada lado, e se prolongam até próximo dos ovários. Elas servem para recolher o óvulo que sai do ovário, levá-lo até o local da fertilização e, em seguida, transportar o embrião para a cavidade uterina;
  • o útero é um órgão oco e com capacidade de expansão. É nele que o óvulo fertilizado se implanta para que aconteça o desenvolvimento de uma gravidez. Também está relacionado à menstruação, pois é a descamação da camada interna do útero que provoca o sangramento menstrual.

O trato reprodutivo inferior da mulher — formado pelo colo do útero, a vagina e a vulva — é importante para a função sexual, a entrada dos espermatozoides, o escoamento da menstruação e o trabalho de parto.

Neste post, vamos falar mais sobre o útero e a adenomiose, doença que pode modificar a estrutura e as funções uterinas. Confira!

Quais são as camadas do útero e suas funções?

O útero é um órgão que nutre e protege o feto em desenvolvimento durante a gravidez. A parede uterina é dividida em três camadas: o endométrio, o miométrio e o perimétrio ou camada serosa.

A camada interna do útero é o endométrio, um tecido altamente vascularizado que aumenta de espessura, descama e se renova em todo ciclo menstrual. A camada endometrial deve estar receptiva e fornecer o ambiente adequado para que a gestação comece e evolua. Se não houver implantação embrionária, parte desse tecido se desprende da parede uterina e causa a menstruação.

Adjacente ao endométrio, ocupando a porção medial da parede uterina, está o miométrio. Essa camada é composta por tecido muscular liso, necessário para as contrações de parto e para a capacidade de expansão do útero. O tecido miometrial também se contrai durante a menstruação para ajudar a expelir o endométrio.

A camada mais externa da parede uterina é o perimétrio ou serosa. Trata-se de uma membrana protetora que envolve todo o útero e ajuda a mantê-lo no lugar dentro da cavidade pélvica.

O que é adenomiose?

A adenomiose é uma doença inflamatória que ocorre quando um tecido semelhante ao endométrio se implanta dentro do miométrio. 

As células endometriais são estimuladas ciclicamente pelo hormônio estrogênio e se proliferam, provocando um aumento na espessura do endométrio para receber um embrião. Da mesma forma, na adenomiose, os implantes endometriais respondem à ação estrogênica no miométrio e causam alterações na estrutura e na função miometrial.

A principal teoria para tentar explicar o surgimento da adenomiose sugere uma invasão direta das células endometriais no miométrio. Isso poderia acontecer quando a zona juncional mioendometrial (que divide as duas camadas vizinhas) enfraquece devido a cirurgias uterinas, por exemplo.

Os fatores de risco incluem: idade acima de 40 anos, obesidade, procedimentos cirúrgicos uterinos, multiparidade (duas ou mais gestações), entre outros.

Apesar de ser mais frequente após os 40 anos e em mulheres multíparas, a adenomiose também é identificada em pacientes mais jovens e que ainda têm planos de engravidar. Portanto, pode ser apontada como uma das causas de infertilidade feminina.

Quais são os sintomas de adenomiose?

As doenças ginecológicas podem ter sintomas semelhantes, normalmente relacionados a alterações no fluxo menstrual, cólicas, dores pélvicas, entre outros. Sendo assim, é um desafio para a mulher identificar a adenomiose somente pelas manifestações clínicas. Diante de qualquer suspeita, é importante contar com a assistência de um médico especialista.

Os sintomas de adenomiose podem incluir:

  • irregularidades menstruais, como sangramento abundante;
  • dores — dismenorreia (cólicas menstruais), dispareunia (dor na relação sexual) e dor pélvica;
  • alterações na região do útero, incluindo aumento do volume uterino, distensão abdominal e sensação de pressão na parte inferior do abdome;
  • dificuldade para engravidar.

Muitas mulheres com adenomiose engravidam sem dificuldades. Entretanto, é uma condição associada à dificuldade de implantação do embrião na cavidade uterina e a partos prematuros. 

Como diagnosticar e tratar essa doença?

O diagnóstico da adenomiose é feito a partir da avaliação clínica e do exame pélvico e confirmado com exames de imagem, sendo a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética os de maior acurácia. 

Aspectos a considerar na tomada de decisão sobre o tratamento da adenomiose são: o desejo de gravidez; sintomas; histórico de infertilidade; volume uterino e “tamanho da adenomiose”; entre outros.

Frequentemente mulheres com diagnóstico de adenomiose não necessitam de qualquer tratamento. Na consulta com o especialista em medicina reprodutiva suas dúvidas poderão ser esclarecidas de forma individualizada. 

Conheça a doença de forma mais aprofundada com a leitura do texto que aborda mais aspectos da adenomiose!

Barriga solidária: conheça as indicações e saiba se pode ser a solução para você ter filhos

A barriga solidária é uma técnica de reprodução assistida que permite a indivíduos e casais que não podem gestar realizarem o sonho de ter filhos biológicos. Conheça suas indicações, como funciona e se pode ser a solução para você. Essa prática já foi conhecida pela expressão “barriga de aluguel”, mas não é hoje a forma adequada de nomeá-la. 

Leia este post na íntegra, veja em quais situações a barriga solidária é indicada e descubra se essa técnica pode ajudar você a ter filhos!

O que é barriga solidária?

Para fácil entendimento, é a prática em que uma mulher cede seu útero para carregar o bebê de outro casal durante a gravidez, ou seja, os futuros pais genéticos utilizam seus próprios gametas, o embrião é gerado em laboratório (fertilização in vitro) e transferido para o útero da “barriga solidária”.

Tanto a mulher que aceita ceder seu útero quanto o casal (os pais genéticos) devem passar por avaliações físicas e psicológicas. Há vários aspectos que precisam ser bem abordados antes de iniciar o tratamento, por exemplo: procedimentos que serão realizados; questões legais relacionadas à filiação; possíveis impactos emocionais à gestante; responsabilidade do casal em garantir à gestante todos os cuidados médicos necessários; entre outros. 

Quais são as indicações?

A barriga solidária pode ser uma solução em diferentes situações. É indicada para mulheres que não podem gestar devido a problemas graves no útero ou outras condições de saúde que contraindiquem uma gestação. Também é uma solução para casais homoafetivos masculinos.

Compreenda essas indicações de forma mais aprofundada!

Mulheres com problemas uterinos

O útero precisa estar em boas condições anatômicas e funcionais para o início e manutenção de uma gestação. Existem inúmeras condições que dificultam ou impedem que isso aconteça. Algumas são corrigidas com cirurgia, outras não têm tratamento.

Um útero malformado nem sempre impede que a mulher engravide, mas pode provocar complicações obstétricas, como abortamento ou parto prematuro. 

Dentre as malformações genitais, a mais grave é a ausência do útero, das tubas uterinas e da porção superior da vagina, uma condição rara denominada síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser.

A ausência de útero também pode decorrer de cirurgias realizadas para tratamento de câncer ou de doenças benignas, como miomas volumosos. 

Mulheres com útero, mas que já tiveram múltiplas perdas gestacionais ou que apresentam alterações anatômicas severas (como síndrome de Asherman), também podem ser candidatas ao útero de substituição. 

Casais homoafetivos masculinos

A barriga solidária é uma prática particularmente necessária para os casais masculinos que desejam ter um filho biológico.

Além de contar com a participação de uma cedente temporária de útero, os casais homoafetivos masculinos precisam acrescentar outra importante técnica ao seu tratamento de reprodução: a ovodoação, também conhecida como doação de óvulos.

O casal homoafetivo deverá receber óvulos de uma doadora anônima ou de um parente até quarto grau. Segundo as normas éticas que orientam os serviços de reprodução assistida, a gestante de substituição não pode ser a doadora de óvulos.

Outras situações

Outras possíveis indicações para o tratamento com barriga solidária são:

  • diagnóstico de doenças que contraindicam a gestação devido a riscos à vida da mulher;
  • histórico de abortamentos recorrentes, quando não é possível tratar a causa;
  • complicações graves em gestações anteriores.

Como é feito o tratamento com barriga solidária?

O tratamento é feito com fertilização in vitro, passando por várias etapas. De forma resumida: a futura mãe biológica realiza a estimulação ovariana; seus óvulos são coletados e fertilizados com os espermatozoides de seu parceiro; os óvulos fecundados ficam em incubadora por alguns dias; por último, o embrião é transferido para o útero da cedente temporária, que deve fazer uso prévio de medicações hormonais para o preparo uterino.

Para os casais homoafetivos masculinos, o percurso do tratamento é semelhante. A principal diferença é que a doadora de óvulos (anônima ou parente de até quarto grau) é que passa pela estimulação ovariana. Como alternativa, os óvulos podem vir de um banco de óvulos congelados. Os óvulos são fertilizados com os espermatozoides de um dos parceiros. Em seguida, é feito o cultivo embrionário e a transferência para a barriga solidária.

Como você viu, o tratamento de reprodução assistida com barriga solidária é um caminho para pessoas que não podem engravidar devido à ausência de útero e outras condições que inviabilizam a gestação. Dessa forma, também é possível ter um filho com a sua herança genética e acompanhar bem de perto o desenvolvimento do bebê durante a gravidez.

Leia o texto principal sobre barriga solidária para obter mais informações!

O que é fragmentação do DNA espermático e qual é a relação com a infertilidade masculina?

A fragmentação do DNA espermático é uma das condições que podem reduzir a fertilidade masculina, interferindo na qualidade dos espermatozoides e levando à formação de embriões não saudáveis. 

Não se trata de um problema detectado com o espermograma, que é o principal exame para avaliar a capacidade reprodutiva do homem.

A fertilidade masculina depende de espermatozoides com características como motilidade progressiva, morfologia dentro do normal e integridade do DNA espermático.

Neste artigo, vamos abordar a fragmentação do DNA espermático e seu impacto na fertilidade masculina. Confira!

Quais aspectos são importantes para a função do espermatozoide?

Os espermatozoides são as células reprodutivas do homem, ou seja, os gametas. A função dessa célula é fecundar o óvulo (gameta feminino) para gerar o embrião que poderá se desenvolver até formar um novo ser humano.

A produção dos espermatozoides acontece nos túbulos seminíferos, dentro dos testículos. Os hormônios liberados pela glândula hipófise e a testosterona, também produzida nos testículos, são fundamentais para esse processo de produção e amadurecimento dos gametas.

Além de serem produzidos em quantidade suficiente, os espermatozoides precisam de boa qualidade para chegar ao local da fertilização (nas tubas uterinas) e fecundar o óvulo. Sendo assim, há aspectos importantes para garantir a função espermática, os quais incluem:

  • concentração — concentrações acima de 15 milhões por ml apresentam maiores taxas de gravidez;
  • motilidade — o conceito de motilidade se refere à capacidade de movimentação dos espermatozoides, principalmente em velocidade progressiva e linear, o que é determinante para que eles consigam chegar até o óvulo; 
  • morfologia — os espermatozoides morfologicamente normais devem apresentar cabeça oval, peça intermediária proporcional e cauda fina e uniforme;
  • DNA espermático íntegro — o DNA se encontra dentro do espermatozoide e carrega as informações genéticas do homem. A integridade do DNA é importante para a fertilização do óvulo e para a formação de um embrião saudável.

O que é fragmentação do DNA espermático?

O DNA espermático é o material que carrega as informações genéticas de um indivíduo. Durante a fertilização, ocorre a junção do DNA espermático com o DNA do óvulo para formar o código genético completo do embrião.

A fragmentação do DNA espermático se caracteriza pela quebra na cadeia de DNA dos espermatozoides, acarretando alteração na função dessas células. É normal detectar um percentual moderado de fragmentação, mas, se os índices forem altos, temos uma possível causa de infertilidade masculina.

As dificuldades reprodutivas associadas a altas taxas de fragmentação do DNA espermático se devem a fatores como falhas na fertilização do óvulo, no desenvolvimento do embrião e na implantação embrionária no útero. Caso a gravidez tenha início, há também o risco de aborto.

Há diversos fatores de risco para os altos níveis de DNA espermático fragmentado, por exemplo: obesidade, diabetes, tabagismo, idade acima de 50 anos, infecções genitais, varicocele, entre outros.

O que fazer quando essa condição for identificada?

O teste de fragmentação do DNA espermático é o exame a ser solicitado para essa avaliação. Ele é realizado após coleta de sêmen por masturbação, assim como um espermograma convencional. 

Uma vez detectado elevado índice de fragmentação do DNA espermático, deve-se aprofundar a investigação com um médico urologista especializado em medicina reprodutiva. Esse profissional, por meio de anamnese, exame físico, exames laboratoriais e de imagem, tentará identificar a causa dessa alteração. 

A depender do motivo, diferentes tratamentos poderão ser sugeridos: cirurgia de varicocele, uso de vitaminas específicas, mudança de hábitos de vida, entre outros. 

A melhora dos níveis de fragmentação proporciona maior chance de gravidez natural ou por fertilização in vitro (FIV). 

Em tratamento de FIV, é possível também lançar mão de técnicas que visam selecionar os espermatozoides com baixo índice de fragmentação para utilizar na fertilização do óvulo. 

Para concluir: é um teste muito importante na investigação de infertilidade. A investigação da causa é relevante para se definir a forma de tratamento. A medicina reprodutiva pode oferecer recursos para contornar essa alteração de qualidade dos espermatozoides. 

Leia mais um texto e entenda como são feitos os testes de fragmentação do DNA espermático!

Relação Sexual Programada: entenda o passo a passo

Os termos “coito programado” e “relação sexual programada” se referem ao mesmo tratamento. É uma das opções para os casais que enfrentam dificuldades para engravidar naturalmente.

Consiste na técnica de mais baixa complexidade da reprodução assistida, mas tem boas chances de sucesso se bem indicada. As outras possibilidades incluem a inseminação artificial, também de baixa complexidade, e a fertilização in vitro (FIV).

Neste texto, você vai conferir de forma detalhada como funciona esse tratamento.

O que é coito programado?

É uma técnica simples para melhorar as chances de concepção, que envolve o uso de métodos para promover a ovulação e, com base nisso, o casal deve se preparar para ter relações sexuais durante o período fértil.

Tanto para ter chances de gravidez quanto para evitar a concepção, o coito programado é uma técnica antiga. Contudo, na reprodução assistida, essa possibilidade é trabalhada de forma mais eficaz, utilizando-se procedimentos como indução da ovulação, exames seriados de ultrassom para monitorar o processo ovulatório e suplementação de hormônios com objetivo de propiciar o melhor ambiente possível para a implantação de um embrião no útero. 

O coito programado pode ser indicado para mulheres com problemas de ovulação e para casais com infertilidade sem causa aparente (ISCA). É uma técnica apropriada particularmente para mulheres com menos de 35 anos e tubas uterinas saudáveis, considerando ainda que seu parceiro apresente resultados dentro dos parâmetros normais no espermograma.

 

Qual é o passo a passo do coito programado?

Indução da ovulação

A estimulação ovariana com indução de ovulação é realizada com medicações hormonais que têm efeito semelhante ao dos hormônios produzidos no próprio corpo feminino. O objetivo é estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos, que guardam os óvulos.

São utilizadas doses baixas de indutores de ovulação, pois a finalidade é obter somente um a três óvulos maduros — ao contrário dos tratamentos de alta complexidade com FIV, em que se espera desenvolver o maior número possível de folículos para coletar múltiplos óvulos.

Esse cuidado com a dosagem das medicações é importante na baixa complexidade, visto que a fecundação do óvulo ocorre normalmente na tuba uterina e o risco de gestação múltipla (gêmeos, trigêmeos etc.) sempre deve ser ponderada. 

Acompanhamento do crescimento dos folículos ovarianos

Durante a etapa de estimulação ovariana, são feitos alguns exames de ultrassonografia pélvica transvaginal (2 a 3) para monitorar o crescimento dos folículos ovarianos. Dessa forma, é possível saber o dia em que a ovulação vai acontecer.

O ultrassom mostra quando os folículos atingem o tamanho esperado (cerca de 18 mm). Nesse momento, é administrado um hormônio específico — comumente o hCG (gonadotrofina coriônica humana) — para provocar o amadurecimento final do óvulo e ruptura do folículo dominante ocasionando a ovulação.

Planejamento do casal

Sabendo da data provável da ovulação, o casal deve programar suas relações sexuais para o período fértil. Assim, há boas chances de os espermatozoides chegarem às tubas uterinas, local da fertilização, e encontrarem o óvulo.

Por volta de 15 dias depois do período de ovulação, o casal pode realizar o teste de gravidez para saber se o tratamento deu certo. 

Quais são as chances de sucesso?

Quando o coito programado é bem indicado, isto é, se o casal atende aos critérios para a indicação e não apresenta outros fatores de infertilidade, as chances de um resultado positivo ficam entre 15% e 20% por ciclo de tentativa. Essas taxas são semelhantes às de concepção natural entre os casais férteis.

Se o casal não engravidar após algumas tentativas com o coito programado, existe a possibilidade de prosseguir com o tratamento utilizando outras técnicas de reprodução assistida. O médico poderá fazer novas avaliações e, em conjunto com o casal, definir o melhor caminho a seguir, que pode incluir primeiramente alguns ciclos de inseminação artificial ou diretamente a FIV.

Para alguns casais, o coito programado é suficiente para chegar à gravidez; para outros, pode ser o primeiro passo nos tratamentos de reprodução assistida. O importante é que as pessoas com dificuldade de engravidar podem contar com um profissional de medicina reprodutiva, manter as esperanças e potencializar suas chances de ter um filho. 

Aproveite para ler o conteúdo principal sobre coito programado!

Pólipo endometrial: sintomas e consequências

O pólipo endometrial é uma alteração na camada interna do útero que pode dificultar a concepção e causar sintomas que impactam a vida da mulher. Esse problema acontece no tecido onde ocorre a implantação do embrião: endométrio.

O endométrio é o revestimento interno do útero, essencial para receber o embrião e oferecer as condições ideais para o desenvolvimento da gravidez. Além disso, ele participa do ciclo menstrual: quando não há implantação embrionária, o endométrio descama, resultando no sangramento menstrual e se renovando a cada ciclo, sob influência hormonal.

Várias doenças podem prejudicar a anatomia e a função do endométrio, como pólipo, endometrite e mioma submucoso. Por isso, é importante ficar atenta à manifestação de sintomas e consultar um ginecologista para evitar problemas futuros, incluindo a infertilidade.

Confira este texto com atenção e saiba mais sobre pólipos endometriais!

O que é pólipo endometrial?

O pólipo endometrial surge devido ao crescimento desordenado de células do endométrio, formando uma massa que se projeta a partir da camada basal do tecido.

Esses pólipos variam em tamanho e quantidade: podem ser pequenos ou grandes, únicos ou múltiplos, podendo até ocupar toda a cavidade uterina.

Os pólipos endometriais costumam aparecer durante a idade fértil, especialmente após os 30 anos. O excesso de estrogênio é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de pólipos, pois esse hormônio estimula o crescimento do endométrio.

Entre os fatores de risco para o surgimento do pólipo endometrial estão:

  • sobrepeso e obesidade;
  • terapia de reposição hormonal;
  • uso de tamoxifeno (fármaco indicado no tratamento do câncer de mama).

Quais são os sintomas?

Nem todas as mulheres com pólipos endometriais apresentam sintomas. Contudo, é fundamental observar qualquer alteração ginecológica e informar ao médico nas consultas de rotina.

O sintoma mais comum do pólipo endometrial é o sangramento anormal. Mulheres em idade reprodutiva podem apresentar:

  • fluxo menstrual abundante;
  • Menstruação prolongada (com mais de 8 dias de duração);
  • sangramento intermenstrual (fora do período esperado);
  • sangramento após a relação sexual;
  • infertilidade;
  • abortamentos recorrentes.

Os pólipos podem também se desenvolver em mulheres na pós-menopausa. Nesse caso, atenção a qualquer sangramento uterino, pois, nessa fase, ele pode ser um sinal de risco para malignidade do pólipo endometrial e não deve ser ignorado.

O sangramento uterino anormal também pode ser sintoma de outras alterações no útero durante a idade reprodutiva, como mioma e adenomiose.

Por que o pólipo endometrial pode causar infertilidade?

Para que o embrião consiga se implantar, o endométrio precisa estar em boas condições. O pólipo endometrial pode comprometer essas características, ocupando espaço na cavidade uterina e dificultando a implantação e evolução da gravidez.

Sabe-se também que, muitas vezes, os pólipos estão associados à endometrite crônica, uma inflamação que altera a expressão dos genes ligados à receptividade do endométrio.

Outro ponto a considerar é a idade da mulher, uma vez que o pólipo endometrial é mais comum entre os 30 e 45 anos. A partir dos 35, as chances de gravidez diminuem naturalmente. Nessa situação, a presença do pólipo e a idade materna avançada podem ser cofatores de infertilidade.

Como tratar?

Nem todo pólipo necessita de tratamento específico. Se for julgado necessário, o tratamento de escolha é a histeroscopia cirúrgica.

O acompanhamento regular para monitorar se há crescimento pode ser indicado quando eles são pequenos, assintomáticos e a mulher não tem planos de engravidar.

A cirurgia é uma indicação nas condições em que: o pólipo endometrial é maior que 1,0 cm; os sintomas são significativos; a paciente já está na menopausa. O procedimento é feito por histeroscopia ambulatorial ou cirúrgica, dependendo do tamanho dos pólipos. Pólipos pequenos podem ser retirados na histeroscopia ambulatorial. Já quando maiores, necessitam de internação e realização de histeroscopia com anestesia (sedação).

Para mulheres que desejam engravidar, a remoção do pólipo pode ser indicada.

Continue a se informar com a leitura do texto institucional sobre pólipo endometrial!

Histerossalpingografia: quando é solicitada e o que diagnostica

A fertilidade depende das boas condições dos órgãos reprodutores e do equilíbrio hormonal. No sistema reprodutor feminino, os órgãos diretamente envolvidos nos processos de ovulação, fecundação e gravidez são os ovários, as tubas uterinas e o útero.

Alterações no trato reprodutivo podem dificultar a concepção. Na investigação da infertilidade conjugal, um certo número de exames é solicitado ao casal, um deles pode ser a histerossalpingografia, que avalia as condições do útero e das tubas uterinas.

As tubas uterinas (ou trompas de Falópio) estão conectadas à cavidade do útero e são essenciais para a concepção natural. Por isso, é importante verificar se esses órgãos estão saudáveis para prosseguir com tentativas de gravidez ou iniciar um tratamento médico, caso alguma alteração seja diagnosticada.

Quais são as funções do útero e das tubas uterinas?

O útero e as trompas de Falópio fazem parte dos órgãos internos do aparelho reprodutor feminino. Estão localizados na pelve e são responsáveis por funções essenciais para a gravidez.

Útero

Começando pelo útero, trata-se de um órgão oco, em formato de uma pera invertida, que está localizado entre a bexiga urinária e o reto. Sua divisão anatômica inclui:

  • colo do útero: a parte inferior que se conecta à vagina;
  • o corpo do útero: onde o feto se desenvolve;
  • o istmo: região estreita que separa o colo do corpo uterino;
  • o fundo do útero: a extremidade superior, onde as trompas se conectam ao útero.

As paredes do útero são formadas por três camadas: o perimétrio (camada externa), o miométrio (camada muscular) e o endométrio (camada interna), onde ocorre a implantação embrionária.

A função principal do útero é oferecer o ambiente adequado para a gravidez, acolhendo, protegendo e nutrindo o embrião e, posteriormente, o feto. Para que isso ocorra, o útero deve estar em boas condições anatômicas e funcionais. Caso haja alterações, a histerossalpingografia pode ajudar no diagnóstico.

Tubas uterinas

As tubas uterinas estão diretamente ligadas ao útero, uma situada em cada lado. Elas medem aproximadamente 10 cm de comprimento e se projetam lateralmente até os ovários.

As trompas precisam estar permeáveis (permitindo a passagem de óvulos e espermatozoides) e ter motilidade (movimentos peristálticos que ajudam no transporte do óvulo até o útero).

As funções das trompas incluem captar o óvulo após a ovulação e transportá-lo até o local onde ocorre a fecundação pelo espermatozoide. Após a fertilização, o embrião é conduzido pela trompa até a cavidade uterina.

A histerossalpingografia pode identificar alterações que prejudicam as funções tubárias, como dilatação, obstrução e distorção anatômica.

Quando a histerossalpingografia é solicitada?

O exame é indicado como parte da avaliação da fertilidade feminina, que pode envolver também outras técnicas de imagem e análises laboratoriais (ultrassonografia pélvica, dosagens hormonais etc.).

Esse exame avalia a presença de alterações anatômicas no útero e nas trompas. Ele é realizado com a utilização de raios-X e contraste: um líquido de contraste é injetado pela vagina, e seu fluxo através do útero e das trompas é registrado em várias radiografias.

O líquido deve progredir pelos órgãos reprodutores, preenchendo a cavidade do útero e fluindo pelas tubas uterinas. Enquanto isso, várias radiografias são feitas. Assim, é possível ver nas imagens se há alguma anormalidade morfológica.

O que o exame pode diagnosticar?

A histerossalpingografia detecta alterações anatômicas, mas nem sempre identifica a doença exata. Por exemplo, uma alteração no endométrio pode indicar um mioma submucoso ou um pólipo endometrial. Nestes casos, exames mais específicos, como a histeroscopia, podem ser recomendados.

Outras condições que podem ser reveladas pelo exame incluem:

  • Síndrome de Asherman: presença de aderências no útero;
  • Malformações uterinas congênitas: como útero septado ou unicorno;
  • Hidrossalpinge: dilatação e acúmulo de líquido nas trompas, muitas vezes resultante de infecções genitais (como clamídia) ou inflamações;
  • Endometriose: pode causar aderências nas trompas, levando a obstrução e distorção anatômica.

Conforme os resultados da histerossalpingografia, a mulher pode receber indicação para outros exames ou para tratamentos específicos, incluindo a fertilização in vitro (FIV).

Confira outro conteúdo para ver mais informações sobre a histerossalpingografia!

Endometriose: diagnóstico e sua importância para a qualidade de vida

Diversas doenças podem se desenvolver na região pélvica feminina, afetando os órgãos reprodutores e outras estruturas importantes. Uma das afecções com maior impacto na qualidade de vida da mulher é a endometriose.

A principal característica dessa doença é a presença de tecido endometrial (tecido que reveste o útero internamente) em outros locais da pelve. Esses fragmentos de tecido endometriótico ectópico, ou seja, fora do seu local de origem, geram inflamação principalmente durante o período pré-menstrual e menstrual.

A endometriose pode causar sintomas de intensidade leve a severa, chegando a limitar o desempenho de atividades habituais. O uso de analgésicos e anti-inflamatórios pode ser necessário durante os dias em que os sintomas se intensificam.

Além da dor, a endometriose está entre as principais causas de infertilidade ou subfertilidade. Portanto, a infertilidade também representa um impacto negativo dessa doença na vida das mulheres que desejam engravidar.

O diagnóstico pode demorar anos para ser confirmado, e ele é essencial para direcionar um tratamento eficaz. Procurar avaliação médica para diagnosticar a endometriose é o primeiro passo para recuperar a qualidade de vida.

Continue a leitura para entender a importância do diagnóstico para as mulheres que sofrem dessa doença!

Qual é o impacto dos sintomas de endometriose na vida da mulher?

A endometriose é uma doença frequentemente dolorosa, e seus sintomas afetam o bem-estar da mulher, incluindo:

  • cólicas intensas;
  • dor pélvica crônica;
  • dor na relação sexual;
  • dor para urinar e evacuar no período menstrual;
  • dificuldade para engravidar.

As cólicas e a dor pélvica podem ser debilitantes e impactar significativamente o dia a dia da mulher. Os sintomas chegam a interferir no trabalho e nas demais atividades cotidianas.

A relação com o parceiro também pode ser afetada, pois a dor durante a relação sexual (dispareunia) reduz o desejo e a disposição para o contato íntimo, podendo gerar problemas no relacionamento e na autoestima.

Outros impactos incluem alterações nos hábitos básicos. Se houver lesão endometriótica na bexiga ou no intestino, a mulher pode ter micção e evacuação dolorosas, durante o período menstrual, além de sintomas como: presença de sangue na urina e nas fezes, constipação ou diarreia.

A redução da fertilidade é mais um efeito adverso da endometriose. A doença pode provocar modificações nos órgãos reprodutores, como tubas uterinas e ovários, interferindo negativamente no processo de concepção.

Diante de todos esses sintomas, o impacto emocional da endometriose é notável e pode levar ao isolamento social, baixa autoestima, ansiedade e depressão.

Como é feito o diagnóstico de endometriose?

O primeiro passo para o diagnóstico é observar os sintomas e entender que sentir dores intensas durante a menstruação não é normal. Procurar um ginecologista experiente no tratamento da endometriose é essencial.

Muitas mulheres sofrem com os sintomas por anos sem um diagnóstico correto, o que compromete sua qualidade de vida.

É importante detalhar ao médico o tipo de dor, intensidade, tempo de manifestação, entre outras informações que ajudem na hipótese diagnóstica. Além da entrevista clínica, o especialista realiza o exame físico para verificar a presença de nódulos e massas na pelve.

Há dois exames muito importantes na pesquisa e mapeamento da endometriose:

  • Ultrassom especializado para endometriose: realizado por médico treinado. É necessário realizar preparo intestinal prévio à realização do exame;
  • Ressonância Magnética de Pelve: possibilita a visão detalhada dos focos de tecido endometriótico. Deve ser realizado após preparo intestinal.

A videolaparoscopia já foi considerada o principal método para diagnosticar a endometriose. Atualmente, com a boa acurácia dos exames de imagem, a técnica laparoscópica é utilizada exclusivamente para tratamento cirúrgico da doença, permitindo a remoção do tecido endometriótico e das aderências.

Como tratar essa doença?

Quanto mais cedo o diagnóstico for confirmado, mais rapidamente pode-se iniciar o tratamento, melhorando a qualidade de vida da paciente. A escolha do tratamento depende da gravidade dos sintomas, do comprometimento dos órgãos e do desejo de engravidar.

As opções de tratamento incluem: medicamentos para controle dos sintomas; cirurgia para remover aderências e restaurar a anatomia dos órgãos; e técnicas de reprodução assistida para aumentar as chances de gravidez.

A infertilidade é um aspecto importante na qualidade de vida, pois mulheres com endometriose podem se sentir frustradas e com baixa autoestima devido à dificuldade de engravidar.

A reprodução assistida é indicada para casais que tentam engravidar há um ano ou mais sem sucesso. O especialista em reprodução avalia detalhadamente as condições do casal — a avaliação é conjugal, não somente feminina — e apresenta as opções, como coito programado, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV).

Veja o texto principal sobre endometriose e saiba mais!

Azoospermia e infertilidade masculina: o que fazer

A azoospermia é um fator importante de infertilidade masculina. Não é um termo muito conhecido pelas pessoas em geral, assim como não é possível identificar essa alteração apenas com a observação de sintomas. Somente um exame de espermograma pode revelar se um homem é azoospérmico.

Embora algumas pessoas ainda pensem que a dificuldade de engravidar é um problema da mulher, a verdade é que a infertilidade conjugal também poder ser causada por fatores masculinos. Diante dessa confirmação, pode ser necessário contar com avaliação e indicação de procedimentos específicos.

Há várias técnicas e procedimentos realizados na reprodução assistida com o objetivo de contornar a azoospermia e ajudar o homem que tem essa alteração em seu objetivo de se tornar pai.

Confira, neste post, o que é azoospermia, a relação com a infertilidade masculina e o que fazer diante desse diagnóstico!

O que é azoospermia?

A ausência de espermatozoides no fluído ejaculado, isto é, no sêmen, é chamada de azoospermia. Pode ser classificada como obstrutiva ou não obstrutiva, de acordo com a causa.

Para o homem, não é possível identificar a azoospermia sem realizar uma análise seminal microscópica. Isso porque o homem azoospérmico pode apresentar um volume normal de sêmen, além de não ter alterações na função erétil e no desempenho sexual.

Outros sintomas, como dores nos genitais, também não são causados pela azoospermia em si, mas podem ter associação com doenças subjacentes que estejam afetando a produção ou o transporte dos espermatozoides.

Entenda melhor o que diferencia os dois tipos de azoospermia!

Azoospermia obstrutiva

Nessa condição, não há prejuízos na espermatogênese, ou seja, o homem produz espermatozoides normalmente. Entretanto, devido a alguma obstrução no sistema de ductos do trato reprodutivo, os gametas não chegam ao líquido seminal.

Entre as causas da azoospermia obstrutiva, estão os processos inflamatórios (uretrite, orquite, epididimite e prostatite), muitas vezes causados por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A inflamação pode levar à formação de tecido cicatricial que bloqueia a passagem dos espermatozoides.

Outras causas são: ausência congênita dos vasos deferentes; vasectomia; outras cirurgias prévias no trato genital que possam ter causado danos teciduais e formação de aderências.

Azoospermia não obstrutiva

Ao contrário da condição anterior, que não afeta a espermatogênese e é causada por fatores pós-testiculares, a azoospermia não obstrutiva tem relação com falhas na produção dos espermatozoides e resulta de alterações testiculares e pré-testiculares.

As causas pré-testiculares incluem os desequilíbrios hormonais, que podem decorrer de doenças endócrinas e distúrbios no eixo hipotálamo-hipófise. Essas duas glândulas situadas no cérebro trabalham na liberação dos hormônios FSH e LH (gonadotrofinas), que estimulam o funcionamento dos testículos, portanto, têm papel essencial na produção dos espermatozoides.

Diabetes, obesidade, hipotireoidismo, hiperprolactinemia, tumores hipofisários e até fatores do estilo de vida, como estresse constante e prática excessiva de exercícios físicos, são exemplos das causas pré-testiculares de azoospermia não obstrutiva.

Nos testículos, ocorre a produção de testosterona, hormônio necessário para a espermatogênese, a manutenção das características masculinas, a libido e a potência sexual. Problemas nesses órgãos podem prejudicar a produção ou a qualidade dos espermatozoides.

Entre as causas testiculares de azoospermia não obstrutiva, estão: varicocele; criptorquidia; atrofia testicular; exposição a altas temperaturas, radiação e metais pesados; entre outras condições.

Qual é a relação com a infertilidade masculina?

A relação entre azoospermia e infertilidade masculina é clara: se não há espermatozoides no fluído ejaculado, eles não entram no trato reprodutivo da mulher. Sem espermatozoides, não é possível a fecundação do óvulo acontecer.

Para entender isso melhor, é importante saber qual é o trajeto dos gametas masculinos, desde sua produção até o local da fertilização: os espermatozoides são produzidos nos testículos, ficam armazenados e amadurecem nos epidídimos, passam pelos vasos deferentes, unem-se aos líquidos da próstata e das vesículas seminais e são lançados para fora do corpo do homem com a ejaculação.

Ao entrar no corpo da mulher, os espermatozoides migram do fundo da vagina para o trato reprodutivo superior. Eles passam pelo colo uterino e o corpo do útero e entram nas tubas uterinas. Dentro de uma das tubas, um óvulo poderá estar disponível para a fecundação.

O que fazer quando os exames revelam azoospermia?

Primeiramente, o homem é indicado a prosseguir com a investigação das causas da azoospermia com outros exames: ultrassom da bolsa escrotal, dosagens hormonais e ressonância magnética.

Ao diagnosticar as causas e o tipo de azoospermia, a conduta pode envolver tratamentos convencionais, com medicação ou cirurgia.

Na área de reprodução assistida, as técnicas para superar a azoospermia incluem fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), precedida por procedimentos de recuperação espermática.

PESA, MESA, TESE e Micro-TESE são os procedimentos utilizados para recuperar os espermatozoides nos epidídimos ou testículos, quando não é possível obtê-los na amostra do ejaculado.

Se a coleta dos gametas por recuperação espermática não for uma possibilidade — por exemplo, quando não há produção de espermatozoides —, o casal pode ainda optar pela doação de sêmen para engravidar. Essa prática tem sido muito comum atualmente e tem ajudado na formação de novas famílias.

Saiba mais com a leitura do texto sobre azoospermia e outras condições seminais!

ISCA: saiba mais sobre o que é e o que pode ser feito nesses casos

A infertilidade se caracteriza pela dificuldade de confirmar uma gestação ou levá-la a termo, considerando o período mínimo de 1 ano de tentativas (ou 6 meses para mulheres com mais de 35 anos). É compreendida como infertilidade conjugal, visto que podem existir fatores masculinos e femininos. Sendo assim, o casal precisa passar por uma investigação detalhada e personalizada.

Vários exames são solicitados à mulher e ao homem, além da investigação clínica. Os resultados da avaliação podem apontar para diferentes doenças e disfunções reprodutivas. Quando não se estabelece uma causa direta da infertilidade, consideramos a hipótese de ISCA.

Você sabe o que é ISCA? Quer entender o que isso significa e o que pode ser feito para o casal engravidar? Acompanhe este artigo e descubra!

O que é ISCA?

A sigla é correspondente à infertilidade sem causa aparente, uma condição que indica que o casal não tem problemas diagnosticados que possam prejudicar as funções reprodutivas. Nessa circunstância, embora não tenha recebido um diagnóstico, o casal continua com dificuldade para engravidar.

A ISCA, portanto, não é um diagnóstico, mas a falta dele. É uma situação que pode deixar o casal apreensivo por não entender quais são as causas de sua infertilidade. Isso porque a identificação de fatores específicos direciona o tratamento.

Os métodos atuais de avaliação diagnóstica têm boa acurácia e, na maioria das vezes, revelam uma potencial causa. Ainda assim, os casais com ISCA podem ter algum fator subdiagnosticado. Por isso, pode ser preciso aprofundar a investigação, solicitando exames que vão além da avaliação básica da infertilidade conjugal.

Como é feita a investigação da infertilidade conjugal?

Ao consultar o médico especialista em medicina reprodutiva, o casal por todo o percurso de investigação, que começa com a avaliação clínica e prossegue com a realização de vários exames.

A avaliação inicial inclui o levantamento de informações sobre:

  • sintomas de alterações no sistema reprodutor;
  • regularidade dos ciclos menstruais;
  • frequência das relações sexuais;
  • se o casal tem outros filhos (juntos ou de relacionamentos anteriores);
  • histórico médico de ambos.

A mulher passa por avaliação da reserva ovariana, com ultrassonografia pélvica e dosagens hormonais. Esses exames permitem uma estimativa da quantidade de óvulos disponíveis para o desenvolvimento, o que auxilia tanto na avaliação da fertilidade quanto na definição de um tratamento de estimulação ovariana.

O exame de ultrassonografia pélvica também é importante para investigar as condições morfológicas dos órgãos reprodutores. Desse modo, é possível identificar anormalidades no útero, nas tubas uterinas e nos ovários.

A histerossalpingografia é outro exame solicitado normalmente para avaliar a permeabilidade das tubas uterinas e a anatomia do útero. Ressonância magnética e histeroscopia também são técnicas importantes na investigação da infertilidade feminina, de acordo com as suspeitas médicas.

Para o homem, o espermograma é o principal exame. Por meio de análises seminais, características macro e microscópicas são avaliadas e podem revelar alterações como: ausência de espermatozoides no ejaculado (azoospermia); baixa concentração de espermatozoides (oligozoospermia); alto índice de gametas com problemas de motilidade (astenozoospermia); entre outras disfunções.

Caso seja confirmada alguma alteração espermática no espermograma, o homem pode realizar outros exames para investigar as causas, como dosagens hormonais, ultrassom da bolsa escrotal, ressonância magnética e teste de fragmentação do DNA espermático.

Rastreio de infecções genitais, exame do cariótipo e pesquisa de alterações imunológicas também são métodos que podem integrar a investigação da infertilidade conjugal.

Quais são os possíveis resultados da avaliação?

Com base na avaliação clínica inicial e nos resultados de todos os exames, o especialista pode encontrar fatores femininos, masculinos, dos dois ou ISCA.

Entre as causas de infertilidade feminina, estão:

A infertilidade masculina está diretamente associada às anormalidades nos padrões seminais, que podem ser causadas por:

O que fazer na condição de ISCA?

A ISCA não impede a gravidez, se considerarmos que os exames revelam as principais características necessárias para uma concepção natural, incluindo: reserva ovariana em bom estado, tubas uterinas permeáveis, parâmetros seminais normais e ausência de alterações uterinas significativas.

Entretanto, se o casal continuar com dificuldade de engravidar, é importante conversar com o médico sobre as possibilidades de tratamento na reprodução assistida. Essa área da medicina trabalha com técnicas de baixa complexidade (coito programado e inseminação artificial) e alta complexidade (FIV – fertilização in vitro).

O casal com ISCA pode, eventualmente, iniciar com tratamentos de baixa complexidade e, se não for bem-sucedido, um passo seguinte pode ser a fertilização in vitro.

Para mulheres com mais de 35 anos, é interessante avaliar melhor o percurso do tratamento, pois a fertilidade feminina reduz continuamente a partir dessa idade, de forma que o tempo gasto com tentativas é um fator a se preocupar.

Agora que você já sabe o que é ISCA, confira mais informações no texto: infertilidade sem causa aparente!

Mioma: conheça os sintomas para suspeitar da doença

Endometriose, mioma uterino, síndrome dos ovários policísticos (SOP): o que essas e muitas outras doenças têm em comum? São apontadas como causas de infertilidade feminina, cada uma afetando o sistema reprodutor de forma diferente.

Apesar dos possíveis impactos, as doenças ginecológicas nem sempre impõem dificuldades para engravidar ou risco de complicações obstétricas. Os miomas, por exemplo, frequentemente não provocam diminuição das chances de gravidez.

Há muita informação “sensacionalista” e até equivocada sobre o impacto dos miomas na fertilidade e na saúde, de modo geral.

Veja, neste artigo, o que é mioma, os possíveis sintomas, a relação com a infertilidade e como tratar!

O que é mioma?

Miomas ou leiomiomas são tumores benignos constituídos por células de musculatura lisa, que nascem na camada medial da parede uterina (miométrio). É uma alteração encontrada em cerca de 40% das mulheres durante a idade reprodutiva.

O desenvolvimento dos miomas depende de fatores genéticos e ambientais. É um tumor benigno hormônio-dependente, ou seja, os miomas têm receptores para estrogênios (hormônio com importante papel na fisiologia reprodutiva da mulher). É, portanto, uma doença hormônio-dependente.

Há vários tipos de leiomioma. Eles se apresentam em tamanhos variados e podem se desenvolver nas três camadas da parede uterina:

  • miométrio — camada muscular que ocupa a parte intermediária da parede, importante para a contratilidade e a capacidade de expansão do útero;
  • endométrio — revestimento interno do útero, local de implantação do embrião;
  • serosa — camada mais externa, que protege o órgão na cavidade pélvica.

Nove classificações de miomas são descritas, de acordo com a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), mas, de maneira resumida, podemos separá-los em 3 tipos principais, de acordo com sua localização na parede do útero:

  • intramurais (crescem dentro da camada miometrial);
  • submucosos (nascem no miométrio e crescem na direção do endométrio);
  • subserosos (nascem no miométrio e crescem na direção da camada serosa ou perimétrio).

Quais são os sintomas de mioma?

A localização e o tamanho dos miomas são aspectos que podem influenciar os sintomas da doença. Muitas mulheres nem mesmo chegam a ser diagnosticadas devido a ausência de manifestações significativas.

Quando sintomática, a mulher pode apresentar:

  • sangramento uterino anormal, caracterizado por fluxo menstrual abundante ou por período prolongado;
  • cólicas menstruais;
  • distensão abdominal, quando o mioma é volumoso;
  • dor pélvica;
  • alterações urinárias e intestinais, nas poucas situações em que o mioma cresce muito e pressiona os órgãos vizinhos;
  • anemia, em mulheres que apresentam sangramento intenso com frequência.

Dificuldade para engravidar e abortamento recorrente podem também ser causados pela presença de miomas uterinos.

Quais tipos de mioma podem causar infertilidade?

Em relação à localização, o mioma submucoso é aquele que, independentemente do seu tamanho, tem o potencial de causar prejuízos à chance de gravidez e aumentar o risco de aborto.

Os miomas submucosos se localizam na camada interna da parede uterina, na região de implantação de um embrião. Por esse motivo, mesmo miomas pequenos (menores do que 1 cm) devem ser valorizados.

Os leiomiomas intramurais, se forem maiores que 3 ou 4 cm, também podem prejudicar as chances de gravidez. Acredita-se que, com esse tamanho, a contratilidade uterina é prejudicada e, consequentemente, o funcionamento do útero é prejudicado.

Como tratar?

Avaliação detalhada do número, localização, tamanho dos miomas, sintomas, histórico reprodutivo e desejo de gestação são informações de elevada relevância para a tomada de decisão.

Diagnóstico por imagem é fundamental: ultrassonografia pélvica e a ressonância magnética são hoje os dois principais exames para avaliação global do útero. A histeroscopia ambulatorial também pode ser necessária quando há miomas com componentes submucosos.

As linhas de tratamento dos miomas incluem conduta expectante, medicação hormonal, cirurgia e técnicas de reprodução assistida para quem deseja engravidar. A intervenção mais apropriada para cada mulher é definida após a avaliação criteriosa.

Aproveite que está aqui e leia mais um texto sobre miomas para saber mais a respeito dessa doença ginecológica!