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ISCA: saiba mais sobre o que é e o que pode ser feito nesses casos

A infertilidade se caracteriza pela dificuldade de confirmar uma gestação ou levá-la a termo, considerando o período mínimo de 1 ano de tentativas (ou 6 meses para mulheres com mais de 35 anos). É compreendida como infertilidade conjugal, visto que podem existir fatores masculinos e femininos. Sendo assim, o casal precisa passar por uma investigação detalhada e personalizada.

Vários exames são solicitados à mulher e ao homem, além da investigação clínica. Os resultados da avaliação podem apontar para diferentes doenças e disfunções reprodutivas. Quando não se estabelece uma causa direta da infertilidade, consideramos a hipótese de ISCA.

Você sabe o que é ISCA? Quer entender o que isso significa e o que pode ser feito para o casal engravidar? Acompanhe este artigo e descubra!

O que é ISCA?

A sigla é correspondente à infertilidade sem causa aparente, uma condição que indica que o casal não tem problemas diagnosticados que possam prejudicar as funções reprodutivas. Nessa circunstância, embora não tenha recebido um diagnóstico, o casal continua com dificuldade para engravidar.

A ISCA, portanto, não é um diagnóstico, mas a falta dele. É uma situação que pode deixar o casal apreensivo por não entender quais são as causas de sua infertilidade. Isso porque a identificação de fatores específicos direciona o tratamento.

Os métodos atuais de avaliação diagnóstica têm boa acurácia e, na maioria das vezes, revelam uma potencial causa. Ainda assim, os casais com ISCA podem ter algum fator subdiagnosticado. Por isso, pode ser preciso aprofundar a investigação, solicitando exames que vão além da avaliação básica da infertilidade conjugal.

Como é feita a investigação da infertilidade conjugal?

Ao consultar o médico especialista em medicina reprodutiva, o casal por todo o percurso de investigação, que começa com a avaliação clínica e prossegue com a realização de vários exames.

A avaliação inicial inclui o levantamento de informações sobre:

  • sintomas de alterações no sistema reprodutor;
  • regularidade dos ciclos menstruais;
  • frequência das relações sexuais;
  • se o casal tem outros filhos (juntos ou de relacionamentos anteriores);
  • histórico médico de ambos.

A mulher passa por avaliação da reserva ovariana, com ultrassonografia pélvica e dosagens hormonais. Esses exames permitem uma estimativa da quantidade de óvulos disponíveis para o desenvolvimento, o que auxilia tanto na avaliação da fertilidade quanto na definição de um tratamento de estimulação ovariana.

O exame de ultrassonografia pélvica também é importante para investigar as condições morfológicas dos órgãos reprodutores. Desse modo, é possível identificar anormalidades no útero, nas tubas uterinas e nos ovários.

A histerossalpingografia é outro exame solicitado normalmente para avaliar a permeabilidade das tubas uterinas e a anatomia do útero. Ressonância magnética e histeroscopia também são técnicas importantes na investigação da infertilidade feminina, de acordo com as suspeitas médicas.

Para o homem, o espermograma é o principal exame. Por meio de análises seminais, características macro e microscópicas são avaliadas e podem revelar alterações como: ausência de espermatozoides no ejaculado (azoospermia); baixa concentração de espermatozoides (oligozoospermia); alto índice de gametas com problemas de motilidade (astenozoospermia); entre outras disfunções.

Caso seja confirmada alguma alteração espermática no espermograma, o homem pode realizar outros exames para investigar as causas, como dosagens hormonais, ultrassom da bolsa escrotal, ressonância magnética e teste de fragmentação do DNA espermático.

Rastreio de infecções genitais, exame do cariótipo e pesquisa de alterações imunológicas também são métodos que podem integrar a investigação da infertilidade conjugal.

Quais são os possíveis resultados da avaliação?

Com base na avaliação clínica inicial e nos resultados de todos os exames, o especialista pode encontrar fatores femininos, masculinos, dos dois ou ISCA.

Entre as causas de infertilidade feminina, estão:

A infertilidade masculina está diretamente associada às anormalidades nos padrões seminais, que podem ser causadas por:

O que fazer na condição de ISCA?

A ISCA não impede a gravidez, se considerarmos que os exames revelam as principais características necessárias para uma concepção natural, incluindo: reserva ovariana em bom estado, tubas uterinas permeáveis, parâmetros seminais normais e ausência de alterações uterinas significativas.

Entretanto, se o casal continuar com dificuldade de engravidar, é importante conversar com o médico sobre as possibilidades de tratamento na reprodução assistida. Essa área da medicina trabalha com técnicas de baixa complexidade (coito programado e inseminação artificial) e alta complexidade (FIV – fertilização in vitro).

O casal com ISCA pode, eventualmente, iniciar com tratamentos de baixa complexidade e, se não for bem-sucedido, um passo seguinte pode ser a fertilização in vitro.

Para mulheres com mais de 35 anos, é interessante avaliar melhor o percurso do tratamento, pois a fertilidade feminina reduz continuamente a partir dessa idade, de forma que o tempo gasto com tentativas é um fator a se preocupar.

Agora que você já sabe o que é ISCA, confira mais informações no texto: infertilidade sem causa aparente!