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Endometriose: diagnóstico e sua importância para a qualidade de vida

Diversas doenças podem se desenvolver na região pélvica feminina, afetando os órgãos reprodutores e outras estruturas importantes. Uma das afecções com maior impacto na qualidade de vida da mulher é a endometriose.

A principal característica dessa doença é a presença de tecido endometrial (tecido que reveste o útero internamente) em outros locais da pelve. Esses fragmentos de tecido endometriótico ectópico, ou seja, fora do seu local de origem, geram inflamação principalmente durante o período pré-menstrual e menstrual.

A endometriose pode causar sintomas de intensidade leve a severa, chegando a limitar o desempenho de atividades habituais. O uso de analgésicos e anti-inflamatórios pode ser necessário durante os dias em que os sintomas se intensificam.

Além da dor, a endometriose está entre as principais causas de infertilidade ou subfertilidade. Portanto, a infertilidade também representa um impacto negativo dessa doença na vida das mulheres que desejam engravidar.

O diagnóstico pode demorar anos para ser confirmado, e ele é essencial para direcionar um tratamento eficaz. Procurar avaliação médica para diagnosticar a endometriose é o primeiro passo para recuperar a qualidade de vida.

Continue a leitura para entender a importância do diagnóstico para as mulheres que sofrem dessa doença!

Qual é o impacto dos sintomas de endometriose na vida da mulher?

A endometriose é uma doença frequentemente dolorosa, e seus sintomas afetam o bem-estar da mulher, incluindo:

  • cólicas intensas;
  • dor pélvica crônica;
  • dor na relação sexual;
  • dor para urinar e evacuar no período menstrual;
  • dificuldade para engravidar.

As cólicas e a dor pélvica podem ser debilitantes e impactar significativamente o dia a dia da mulher. Os sintomas chegam a interferir no trabalho e nas demais atividades cotidianas.

A relação com o parceiro também pode ser afetada, pois a dor durante a relação sexual (dispareunia) reduz o desejo e a disposição para o contato íntimo, podendo gerar problemas no relacionamento e na autoestima.

Outros impactos incluem alterações nos hábitos básicos. Se houver lesão endometriótica na bexiga ou no intestino, a mulher pode ter micção e evacuação dolorosas, durante o período menstrual, além de sintomas como: presença de sangue na urina e nas fezes, constipação ou diarreia.

A redução da fertilidade é mais um efeito adverso da endometriose. A doença pode provocar modificações nos órgãos reprodutores, como tubas uterinas e ovários, interferindo negativamente no processo de concepção.

Diante de todos esses sintomas, o impacto emocional da endometriose é notável e pode levar ao isolamento social, baixa autoestima, ansiedade e depressão.

Como é feito o diagnóstico de endometriose?

O primeiro passo para o diagnóstico é observar os sintomas e entender que sentir dores intensas durante a menstruação não é normal. Procurar um ginecologista experiente no tratamento da endometriose é essencial.

Muitas mulheres sofrem com os sintomas por anos sem um diagnóstico correto, o que compromete sua qualidade de vida.

É importante detalhar ao médico o tipo de dor, intensidade, tempo de manifestação, entre outras informações que ajudem na hipótese diagnóstica. Além da entrevista clínica, o especialista realiza o exame físico para verificar a presença de nódulos e massas na pelve.

Há dois exames muito importantes na pesquisa e mapeamento da endometriose:

  • Ultrassom especializado para endometriose: realizado por médico treinado. É necessário realizar preparo intestinal prévio à realização do exame;
  • Ressonância Magnética de Pelve: possibilita a visão detalhada dos focos de tecido endometriótico. Deve ser realizado após preparo intestinal.

A videolaparoscopia já foi considerada o principal método para diagnosticar a endometriose. Atualmente, com a boa acurácia dos exames de imagem, a técnica laparoscópica é utilizada exclusivamente para tratamento cirúrgico da doença, permitindo a remoção do tecido endometriótico e das aderências.

Como tratar essa doença?

Quanto mais cedo o diagnóstico for confirmado, mais rapidamente pode-se iniciar o tratamento, melhorando a qualidade de vida da paciente. A escolha do tratamento depende da gravidade dos sintomas, do comprometimento dos órgãos e do desejo de engravidar.

As opções de tratamento incluem: medicamentos para controle dos sintomas; cirurgia para remover aderências e restaurar a anatomia dos órgãos; e técnicas de reprodução assistida para aumentar as chances de gravidez.

A infertilidade é um aspecto importante na qualidade de vida, pois mulheres com endometriose podem se sentir frustradas e com baixa autoestima devido à dificuldade de engravidar.

A reprodução assistida é indicada para casais que tentam engravidar há um ano ou mais sem sucesso. O especialista em reprodução avalia detalhadamente as condições do casal — a avaliação é conjugal, não somente feminina — e apresenta as opções, como coito programado, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV).

Veja o texto principal sobre endometriose e saiba mais!

Azoospermia e infertilidade masculina: o que fazer

A azoospermia é um fator importante de infertilidade masculina. Não é um termo muito conhecido pelas pessoas em geral, assim como não é possível identificar essa alteração apenas com a observação de sintomas. Somente um exame de espermograma pode revelar se um homem é azoospérmico.

Embora algumas pessoas ainda pensem que a dificuldade de engravidar é um problema da mulher, a verdade é que a infertilidade conjugal também poder ser causada por fatores masculinos. Diante dessa confirmação, pode ser necessário contar com avaliação e indicação de procedimentos específicos.

Há várias técnicas e procedimentos realizados na reprodução assistida com o objetivo de contornar a azoospermia e ajudar o homem que tem essa alteração em seu objetivo de se tornar pai.

Confira, neste post, o que é azoospermia, a relação com a infertilidade masculina e o que fazer diante desse diagnóstico!

O que é azoospermia?

A ausência de espermatozoides no fluído ejaculado, isto é, no sêmen, é chamada de azoospermia. Pode ser classificada como obstrutiva ou não obstrutiva, de acordo com a causa.

Para o homem, não é possível identificar a azoospermia sem realizar uma análise seminal microscópica. Isso porque o homem azoospérmico pode apresentar um volume normal de sêmen, além de não ter alterações na função erétil e no desempenho sexual.

Outros sintomas, como dores nos genitais, também não são causados pela azoospermia em si, mas podem ter associação com doenças subjacentes que estejam afetando a produção ou o transporte dos espermatozoides.

Entenda melhor o que diferencia os dois tipos de azoospermia!

Azoospermia obstrutiva

Nessa condição, não há prejuízos na espermatogênese, ou seja, o homem produz espermatozoides normalmente. Entretanto, devido a alguma obstrução no sistema de ductos do trato reprodutivo, os gametas não chegam ao líquido seminal.

Entre as causas da azoospermia obstrutiva, estão os processos inflamatórios (uretrite, orquite, epididimite e prostatite), muitas vezes causados por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A inflamação pode levar à formação de tecido cicatricial que bloqueia a passagem dos espermatozoides.

Outras causas são: ausência congênita dos vasos deferentes; vasectomia; outras cirurgias prévias no trato genital que possam ter causado danos teciduais e formação de aderências.

Azoospermia não obstrutiva

Ao contrário da condição anterior, que não afeta a espermatogênese e é causada por fatores pós-testiculares, a azoospermia não obstrutiva tem relação com falhas na produção dos espermatozoides e resulta de alterações testiculares e pré-testiculares.

As causas pré-testiculares incluem os desequilíbrios hormonais, que podem decorrer de doenças endócrinas e distúrbios no eixo hipotálamo-hipófise. Essas duas glândulas situadas no cérebro trabalham na liberação dos hormônios FSH e LH (gonadotrofinas), que estimulam o funcionamento dos testículos, portanto, têm papel essencial na produção dos espermatozoides.

Diabetes, obesidade, hipotireoidismo, hiperprolactinemia, tumores hipofisários e até fatores do estilo de vida, como estresse constante e prática excessiva de exercícios físicos, são exemplos das causas pré-testiculares de azoospermia não obstrutiva.

Nos testículos, ocorre a produção de testosterona, hormônio necessário para a espermatogênese, a manutenção das características masculinas, a libido e a potência sexual. Problemas nesses órgãos podem prejudicar a produção ou a qualidade dos espermatozoides.

Entre as causas testiculares de azoospermia não obstrutiva, estão: varicocele; criptorquidia; atrofia testicular; exposição a altas temperaturas, radiação e metais pesados; entre outras condições.

Qual é a relação com a infertilidade masculina?

A relação entre azoospermia e infertilidade masculina é clara: se não há espermatozoides no fluído ejaculado, eles não entram no trato reprodutivo da mulher. Sem espermatozoides, não é possível a fecundação do óvulo acontecer.

Para entender isso melhor, é importante saber qual é o trajeto dos gametas masculinos, desde sua produção até o local da fertilização: os espermatozoides são produzidos nos testículos, ficam armazenados e amadurecem nos epidídimos, passam pelos vasos deferentes, unem-se aos líquidos da próstata e das vesículas seminais e são lançados para fora do corpo do homem com a ejaculação.

Ao entrar no corpo da mulher, os espermatozoides migram do fundo da vagina para o trato reprodutivo superior. Eles passam pelo colo uterino e o corpo do útero e entram nas tubas uterinas. Dentro de uma das tubas, um óvulo poderá estar disponível para a fecundação.

O que fazer quando os exames revelam azoospermia?

Primeiramente, o homem é indicado a prosseguir com a investigação das causas da azoospermia com outros exames: ultrassom da bolsa escrotal, dosagens hormonais e ressonância magnética.

Ao diagnosticar as causas e o tipo de azoospermia, a conduta pode envolver tratamentos convencionais, com medicação ou cirurgia.

Na área de reprodução assistida, as técnicas para superar a azoospermia incluem fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), precedida por procedimentos de recuperação espermática.

PESA, MESA, TESE e Micro-TESE são os procedimentos utilizados para recuperar os espermatozoides nos epidídimos ou testículos, quando não é possível obtê-los na amostra do ejaculado.

Se a coleta dos gametas por recuperação espermática não for uma possibilidade — por exemplo, quando não há produção de espermatozoides —, o casal pode ainda optar pela doação de sêmen para engravidar. Essa prática tem sido muito comum atualmente e tem ajudado na formação de novas famílias.

Saiba mais com a leitura do texto sobre azoospermia e outras condições seminais!