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Pólipo endometrial: sintomas e consequências

O pólipo endometrial é uma alteração na camada interna do útero que pode dificultar a concepção e causar sintomas que impactam a vida da mulher. Esse problema acontece no tecido onde ocorre a implantação do embrião: endométrio.

O endométrio é o revestimento interno do útero, essencial para receber o embrião e oferecer as condições ideais para o desenvolvimento da gravidez. Além disso, ele participa do ciclo menstrual: quando não há implantação embrionária, o endométrio descama, resultando no sangramento menstrual e se renovando a cada ciclo, sob influência hormonal.

Várias doenças podem prejudicar a anatomia e a função do endométrio, como pólipo, endometrite e mioma submucoso. Por isso, é importante ficar atenta à manifestação de sintomas e consultar um ginecologista para evitar problemas futuros, incluindo a infertilidade.

Confira este texto com atenção e saiba mais sobre pólipos endometriais!

O que é pólipo endometrial?

O pólipo endometrial surge devido ao crescimento desordenado de células do endométrio, formando uma massa que se projeta a partir da camada basal do tecido.

Esses pólipos variam em tamanho e quantidade: podem ser pequenos ou grandes, únicos ou múltiplos, podendo até ocupar toda a cavidade uterina.

Os pólipos endometriais costumam aparecer durante a idade fértil, especialmente após os 30 anos. O excesso de estrogênio é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de pólipos, pois esse hormônio estimula o crescimento do endométrio.

Entre os fatores de risco para o surgimento do pólipo endometrial estão:

  • sobrepeso e obesidade;
  • terapia de reposição hormonal;
  • uso de tamoxifeno (fármaco indicado no tratamento do câncer de mama).

Quais são os sintomas?

Nem todas as mulheres com pólipos endometriais apresentam sintomas. Contudo, é fundamental observar qualquer alteração ginecológica e informar ao médico nas consultas de rotina.

O sintoma mais comum do pólipo endometrial é o sangramento anormal. Mulheres em idade reprodutiva podem apresentar:

  • fluxo menstrual abundante;
  • Menstruação prolongada (com mais de 8 dias de duração);
  • sangramento intermenstrual (fora do período esperado);
  • sangramento após a relação sexual;
  • infertilidade;
  • abortamentos recorrentes.

Os pólipos podem também se desenvolver em mulheres na pós-menopausa. Nesse caso, atenção a qualquer sangramento uterino, pois, nessa fase, ele pode ser um sinal de risco para malignidade do pólipo endometrial e não deve ser ignorado.

O sangramento uterino anormal também pode ser sintoma de outras alterações no útero durante a idade reprodutiva, como mioma e adenomiose.

Por que o pólipo endometrial pode causar infertilidade?

Para que o embrião consiga se implantar, o endométrio precisa estar em boas condições. O pólipo endometrial pode comprometer essas características, ocupando espaço na cavidade uterina e dificultando a implantação e evolução da gravidez.

Sabe-se também que, muitas vezes, os pólipos estão associados à endometrite crônica, uma inflamação que altera a expressão dos genes ligados à receptividade do endométrio.

Outro ponto a considerar é a idade da mulher, uma vez que o pólipo endometrial é mais comum entre os 30 e 45 anos. A partir dos 35, as chances de gravidez diminuem naturalmente. Nessa situação, a presença do pólipo e a idade materna avançada podem ser cofatores de infertilidade.

Como tratar?

Nem todo pólipo necessita de tratamento específico. Se for julgado necessário, o tratamento de escolha é a histeroscopia cirúrgica.

O acompanhamento regular para monitorar se há crescimento pode ser indicado quando eles são pequenos, assintomáticos e a mulher não tem planos de engravidar.

A cirurgia é uma indicação nas condições em que: o pólipo endometrial é maior que 1,0 cm; os sintomas são significativos; a paciente já está na menopausa. O procedimento é feito por histeroscopia ambulatorial ou cirúrgica, dependendo do tamanho dos pólipos. Pólipos pequenos podem ser retirados na histeroscopia ambulatorial. Já quando maiores, necessitam de internação e realização de histeroscopia com anestesia (sedação).

Para mulheres que desejam engravidar, a remoção do pólipo pode ser indicada.

Continue a se informar com a leitura do texto institucional sobre pólipo endometrial!

Histerossalpingografia: quando é solicitada e o que diagnostica

A fertilidade depende das boas condições dos órgãos reprodutores e do equilíbrio hormonal. No sistema reprodutor feminino, os órgãos diretamente envolvidos nos processos de ovulação, fecundação e gravidez são os ovários, as tubas uterinas e o útero.

Alterações no trato reprodutivo podem dificultar a concepção. Na investigação da infertilidade conjugal, um certo número de exames é solicitado ao casal, um deles pode ser a histerossalpingografia, que avalia as condições do útero e das tubas uterinas.

As tubas uterinas (ou trompas de Falópio) estão conectadas à cavidade do útero e são essenciais para a concepção natural. Por isso, é importante verificar se esses órgãos estão saudáveis para prosseguir com tentativas de gravidez ou iniciar um tratamento médico, caso alguma alteração seja diagnosticada.

Quais são as funções do útero e das tubas uterinas?

O útero e as trompas de Falópio fazem parte dos órgãos internos do aparelho reprodutor feminino. Estão localizados na pelve e são responsáveis por funções essenciais para a gravidez.

Útero

Começando pelo útero, trata-se de um órgão oco, em formato de uma pera invertida, que está localizado entre a bexiga urinária e o reto. Sua divisão anatômica inclui:

  • colo do útero: a parte inferior que se conecta à vagina;
  • o corpo do útero: onde o feto se desenvolve;
  • o istmo: região estreita que separa o colo do corpo uterino;
  • o fundo do útero: a extremidade superior, onde as trompas se conectam ao útero.

As paredes do útero são formadas por três camadas: o perimétrio (camada externa), o miométrio (camada muscular) e o endométrio (camada interna), onde ocorre a implantação embrionária.

A função principal do útero é oferecer o ambiente adequado para a gravidez, acolhendo, protegendo e nutrindo o embrião e, posteriormente, o feto. Para que isso ocorra, o útero deve estar em boas condições anatômicas e funcionais. Caso haja alterações, a histerossalpingografia pode ajudar no diagnóstico.

Tubas uterinas

As tubas uterinas estão diretamente ligadas ao útero, uma situada em cada lado. Elas medem aproximadamente 10 cm de comprimento e se projetam lateralmente até os ovários.

As trompas precisam estar permeáveis (permitindo a passagem de óvulos e espermatozoides) e ter motilidade (movimentos peristálticos que ajudam no transporte do óvulo até o útero).

As funções das trompas incluem captar o óvulo após a ovulação e transportá-lo até o local onde ocorre a fecundação pelo espermatozoide. Após a fertilização, o embrião é conduzido pela trompa até a cavidade uterina.

A histerossalpingografia pode identificar alterações que prejudicam as funções tubárias, como dilatação, obstrução e distorção anatômica.

Quando a histerossalpingografia é solicitada?

O exame é indicado como parte da avaliação da fertilidade feminina, que pode envolver também outras técnicas de imagem e análises laboratoriais (ultrassonografia pélvica, dosagens hormonais etc.).

Esse exame avalia a presença de alterações anatômicas no útero e nas trompas. Ele é realizado com a utilização de raios-X e contraste: um líquido de contraste é injetado pela vagina, e seu fluxo através do útero e das trompas é registrado em várias radiografias.

O líquido deve progredir pelos órgãos reprodutores, preenchendo a cavidade do útero e fluindo pelas tubas uterinas. Enquanto isso, várias radiografias são feitas. Assim, é possível ver nas imagens se há alguma anormalidade morfológica.

O que o exame pode diagnosticar?

A histerossalpingografia detecta alterações anatômicas, mas nem sempre identifica a doença exata. Por exemplo, uma alteração no endométrio pode indicar um mioma submucoso ou um pólipo endometrial. Nestes casos, exames mais específicos, como a histeroscopia, podem ser recomendados.

Outras condições que podem ser reveladas pelo exame incluem:

  • Síndrome de Asherman: presença de aderências no útero;
  • Malformações uterinas congênitas: como útero septado ou unicorno;
  • Hidrossalpinge: dilatação e acúmulo de líquido nas trompas, muitas vezes resultante de infecções genitais (como clamídia) ou inflamações;
  • Endometriose: pode causar aderências nas trompas, levando a obstrução e distorção anatômica.

Conforme os resultados da histerossalpingografia, a mulher pode receber indicação para outros exames ou para tratamentos específicos, incluindo a fertilização in vitro (FIV).

Confira outro conteúdo para ver mais informações sobre a histerossalpingografia!