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Pólipo endometrial: sintomas e consequências

O pólipo endometrial é uma alteração na camada interna do útero que pode dificultar a concepção e causar sintomas que impactam a vida da mulher. Esse problema acontece no tecido onde ocorre a implantação do embrião: endométrio.

O endométrio é o revestimento interno do útero, essencial para receber o embrião e oferecer as condições ideais para o desenvolvimento da gravidez. Além disso, ele participa do ciclo menstrual: quando não há implantação embrionária, o endométrio descama, resultando no sangramento menstrual e se renovando a cada ciclo, sob influência hormonal.

Várias doenças podem prejudicar a anatomia e a função do endométrio, como pólipo, endometrite e mioma submucoso. Por isso, é importante ficar atenta à manifestação de sintomas e consultar um ginecologista para evitar problemas futuros, incluindo a infertilidade.

Confira este texto com atenção e saiba mais sobre pólipos endometriais!

O que é pólipo endometrial?

O pólipo endometrial surge devido ao crescimento desordenado de células do endométrio, formando uma massa que se projeta a partir da camada basal do tecido.

Esses pólipos variam em tamanho e quantidade: podem ser pequenos ou grandes, únicos ou múltiplos, podendo até ocupar toda a cavidade uterina.

Os pólipos endometriais costumam aparecer durante a idade fértil, especialmente após os 30 anos. O excesso de estrogênio é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de pólipos, pois esse hormônio estimula o crescimento do endométrio.

Entre os fatores de risco para o surgimento do pólipo endometrial estão:

  • sobrepeso e obesidade;
  • terapia de reposição hormonal;
  • uso de tamoxifeno (fármaco indicado no tratamento do câncer de mama).

Quais são os sintomas?

Nem todas as mulheres com pólipos endometriais apresentam sintomas. Contudo, é fundamental observar qualquer alteração ginecológica e informar ao médico nas consultas de rotina.

O sintoma mais comum do pólipo endometrial é o sangramento anormal. Mulheres em idade reprodutiva podem apresentar:

  • fluxo menstrual abundante;
  • Menstruação prolongada (com mais de 8 dias de duração);
  • sangramento intermenstrual (fora do período esperado);
  • sangramento após a relação sexual;
  • infertilidade;
  • abortamentos recorrentes.

Os pólipos podem também se desenvolver em mulheres na pós-menopausa. Nesse caso, atenção a qualquer sangramento uterino, pois, nessa fase, ele pode ser um sinal de risco para malignidade do pólipo endometrial e não deve ser ignorado.

O sangramento uterino anormal também pode ser sintoma de outras alterações no útero durante a idade reprodutiva, como mioma e adenomiose.

Por que o pólipo endometrial pode causar infertilidade?

Para que o embrião consiga se implantar, o endométrio precisa estar em boas condições. O pólipo endometrial pode comprometer essas características, ocupando espaço na cavidade uterina e dificultando a implantação e evolução da gravidez.

Sabe-se também que, muitas vezes, os pólipos estão associados à endometrite crônica, uma inflamação que altera a expressão dos genes ligados à receptividade do endométrio.

Outro ponto a considerar é a idade da mulher, uma vez que o pólipo endometrial é mais comum entre os 30 e 45 anos. A partir dos 35, as chances de gravidez diminuem naturalmente. Nessa situação, a presença do pólipo e a idade materna avançada podem ser cofatores de infertilidade.

Como tratar?

Nem todo pólipo necessita de tratamento específico. Se for julgado necessário, o tratamento de escolha é a histeroscopia cirúrgica.

O acompanhamento regular para monitorar se há crescimento pode ser indicado quando eles são pequenos, assintomáticos e a mulher não tem planos de engravidar.

A cirurgia é uma indicação nas condições em que: o pólipo endometrial é maior que 1,0 cm; os sintomas são significativos; a paciente já está na menopausa. O procedimento é feito por histeroscopia ambulatorial ou cirúrgica, dependendo do tamanho dos pólipos. Pólipos pequenos podem ser retirados na histeroscopia ambulatorial. Já quando maiores, necessitam de internação e realização de histeroscopia com anestesia (sedação).

Para mulheres que desejam engravidar, a remoção do pólipo pode ser indicada.

Continue a se informar com a leitura do texto institucional sobre pólipo endometrial!

Histerossalpingografia: quando é solicitada e o que diagnostica

A fertilidade depende das boas condições dos órgãos reprodutores e do equilíbrio hormonal. No sistema reprodutor feminino, os órgãos diretamente envolvidos nos processos de ovulação, fecundação e gravidez são os ovários, as tubas uterinas e o útero.

Alterações no trato reprodutivo podem dificultar a concepção. Na investigação da infertilidade conjugal, um certo número de exames é solicitado ao casal, um deles pode ser a histerossalpingografia, que avalia as condições do útero e das tubas uterinas.

As tubas uterinas (ou trompas de Falópio) estão conectadas à cavidade do útero e são essenciais para a concepção natural. Por isso, é importante verificar se esses órgãos estão saudáveis para prosseguir com tentativas de gravidez ou iniciar um tratamento médico, caso alguma alteração seja diagnosticada.

Quais são as funções do útero e das tubas uterinas?

O útero e as trompas de Falópio fazem parte dos órgãos internos do aparelho reprodutor feminino. Estão localizados na pelve e são responsáveis por funções essenciais para a gravidez.

Útero

Começando pelo útero, trata-se de um órgão oco, em formato de uma pera invertida, que está localizado entre a bexiga urinária e o reto. Sua divisão anatômica inclui:

  • colo do útero: a parte inferior que se conecta à vagina;
  • o corpo do útero: onde o feto se desenvolve;
  • o istmo: região estreita que separa o colo do corpo uterino;
  • o fundo do útero: a extremidade superior, onde as trompas se conectam ao útero.

As paredes do útero são formadas por três camadas: o perimétrio (camada externa), o miométrio (camada muscular) e o endométrio (camada interna), onde ocorre a implantação embrionária.

A função principal do útero é oferecer o ambiente adequado para a gravidez, acolhendo, protegendo e nutrindo o embrião e, posteriormente, o feto. Para que isso ocorra, o útero deve estar em boas condições anatômicas e funcionais. Caso haja alterações, a histerossalpingografia pode ajudar no diagnóstico.

Tubas uterinas

As tubas uterinas estão diretamente ligadas ao útero, uma situada em cada lado. Elas medem aproximadamente 10 cm de comprimento e se projetam lateralmente até os ovários.

As trompas precisam estar permeáveis (permitindo a passagem de óvulos e espermatozoides) e ter motilidade (movimentos peristálticos que ajudam no transporte do óvulo até o útero).

As funções das trompas incluem captar o óvulo após a ovulação e transportá-lo até o local onde ocorre a fecundação pelo espermatozoide. Após a fertilização, o embrião é conduzido pela trompa até a cavidade uterina.

A histerossalpingografia pode identificar alterações que prejudicam as funções tubárias, como dilatação, obstrução e distorção anatômica.

Quando a histerossalpingografia é solicitada?

O exame é indicado como parte da avaliação da fertilidade feminina, que pode envolver também outras técnicas de imagem e análises laboratoriais (ultrassonografia pélvica, dosagens hormonais etc.).

Esse exame avalia a presença de alterações anatômicas no útero e nas trompas. Ele é realizado com a utilização de raios-X e contraste: um líquido de contraste é injetado pela vagina, e seu fluxo através do útero e das trompas é registrado em várias radiografias.

O líquido deve progredir pelos órgãos reprodutores, preenchendo a cavidade do útero e fluindo pelas tubas uterinas. Enquanto isso, várias radiografias são feitas. Assim, é possível ver nas imagens se há alguma anormalidade morfológica.

O que o exame pode diagnosticar?

A histerossalpingografia detecta alterações anatômicas, mas nem sempre identifica a doença exata. Por exemplo, uma alteração no endométrio pode indicar um mioma submucoso ou um pólipo endometrial. Nestes casos, exames mais específicos, como a histeroscopia, podem ser recomendados.

Outras condições que podem ser reveladas pelo exame incluem:

  • Síndrome de Asherman: presença de aderências no útero;
  • Malformações uterinas congênitas: como útero septado ou unicorno;
  • Hidrossalpinge: dilatação e acúmulo de líquido nas trompas, muitas vezes resultante de infecções genitais (como clamídia) ou inflamações;
  • Endometriose: pode causar aderências nas trompas, levando a obstrução e distorção anatômica.

Conforme os resultados da histerossalpingografia, a mulher pode receber indicação para outros exames ou para tratamentos específicos, incluindo a fertilização in vitro (FIV).

Confira outro conteúdo para ver mais informações sobre a histerossalpingografia!

Endometriose: diagnóstico e sua importância para a qualidade de vida

Diversas doenças podem se desenvolver na região pélvica feminina, afetando os órgãos reprodutores e outras estruturas importantes. Uma das afecções com maior impacto na qualidade de vida da mulher é a endometriose.

A principal característica dessa doença é a presença de tecido endometrial (tecido que reveste o útero internamente) em outros locais da pelve. Esses fragmentos de tecido endometriótico ectópico, ou seja, fora do seu local de origem, geram inflamação principalmente durante o período pré-menstrual e menstrual.

A endometriose pode causar sintomas de intensidade leve a severa, chegando a limitar o desempenho de atividades habituais. O uso de analgésicos e anti-inflamatórios pode ser necessário durante os dias em que os sintomas se intensificam.

Além da dor, a endometriose está entre as principais causas de infertilidade ou subfertilidade. Portanto, a infertilidade também representa um impacto negativo dessa doença na vida das mulheres que desejam engravidar.

O diagnóstico pode demorar anos para ser confirmado, e ele é essencial para direcionar um tratamento eficaz. Procurar avaliação médica para diagnosticar a endometriose é o primeiro passo para recuperar a qualidade de vida.

Continue a leitura para entender a importância do diagnóstico para as mulheres que sofrem dessa doença!

Qual é o impacto dos sintomas de endometriose na vida da mulher?

A endometriose é uma doença frequentemente dolorosa, e seus sintomas afetam o bem-estar da mulher, incluindo:

  • cólicas intensas;
  • dor pélvica crônica;
  • dor na relação sexual;
  • dor para urinar e evacuar no período menstrual;
  • dificuldade para engravidar.

As cólicas e a dor pélvica podem ser debilitantes e impactar significativamente o dia a dia da mulher. Os sintomas chegam a interferir no trabalho e nas demais atividades cotidianas.

A relação com o parceiro também pode ser afetada, pois a dor durante a relação sexual (dispareunia) reduz o desejo e a disposição para o contato íntimo, podendo gerar problemas no relacionamento e na autoestima.

Outros impactos incluem alterações nos hábitos básicos. Se houver lesão endometriótica na bexiga ou no intestino, a mulher pode ter micção e evacuação dolorosas, durante o período menstrual, além de sintomas como: presença de sangue na urina e nas fezes, constipação ou diarreia.

A redução da fertilidade é mais um efeito adverso da endometriose. A doença pode provocar modificações nos órgãos reprodutores, como tubas uterinas e ovários, interferindo negativamente no processo de concepção.

Diante de todos esses sintomas, o impacto emocional da endometriose é notável e pode levar ao isolamento social, baixa autoestima, ansiedade e depressão.

Como é feito o diagnóstico de endometriose?

O primeiro passo para o diagnóstico é observar os sintomas e entender que sentir dores intensas durante a menstruação não é normal. Procurar um ginecologista experiente no tratamento da endometriose é essencial.

Muitas mulheres sofrem com os sintomas por anos sem um diagnóstico correto, o que compromete sua qualidade de vida.

É importante detalhar ao médico o tipo de dor, intensidade, tempo de manifestação, entre outras informações que ajudem na hipótese diagnóstica. Além da entrevista clínica, o especialista realiza o exame físico para verificar a presença de nódulos e massas na pelve.

Há dois exames muito importantes na pesquisa e mapeamento da endometriose:

  • Ultrassom especializado para endometriose: realizado por médico treinado. É necessário realizar preparo intestinal prévio à realização do exame;
  • Ressonância Magnética de Pelve: possibilita a visão detalhada dos focos de tecido endometriótico. Deve ser realizado após preparo intestinal.

A videolaparoscopia já foi considerada o principal método para diagnosticar a endometriose. Atualmente, com a boa acurácia dos exames de imagem, a técnica laparoscópica é utilizada exclusivamente para tratamento cirúrgico da doença, permitindo a remoção do tecido endometriótico e das aderências.

Como tratar essa doença?

Quanto mais cedo o diagnóstico for confirmado, mais rapidamente pode-se iniciar o tratamento, melhorando a qualidade de vida da paciente. A escolha do tratamento depende da gravidade dos sintomas, do comprometimento dos órgãos e do desejo de engravidar.

As opções de tratamento incluem: medicamentos para controle dos sintomas; cirurgia para remover aderências e restaurar a anatomia dos órgãos; e técnicas de reprodução assistida para aumentar as chances de gravidez.

A infertilidade é um aspecto importante na qualidade de vida, pois mulheres com endometriose podem se sentir frustradas e com baixa autoestima devido à dificuldade de engravidar.

A reprodução assistida é indicada para casais que tentam engravidar há um ano ou mais sem sucesso. O especialista em reprodução avalia detalhadamente as condições do casal — a avaliação é conjugal, não somente feminina — e apresenta as opções, como coito programado, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV).

Veja o texto principal sobre endometriose e saiba mais!

Azoospermia e infertilidade masculina: o que fazer

A azoospermia é um fator importante de infertilidade masculina. Não é um termo muito conhecido pelas pessoas em geral, assim como não é possível identificar essa alteração apenas com a observação de sintomas. Somente um exame de espermograma pode revelar se um homem é azoospérmico.

Embora algumas pessoas ainda pensem que a dificuldade de engravidar é um problema da mulher, a verdade é que a infertilidade conjugal também poder ser causada por fatores masculinos. Diante dessa confirmação, pode ser necessário contar com avaliação e indicação de procedimentos específicos.

Há várias técnicas e procedimentos realizados na reprodução assistida com o objetivo de contornar a azoospermia e ajudar o homem que tem essa alteração em seu objetivo de se tornar pai.

Confira, neste post, o que é azoospermia, a relação com a infertilidade masculina e o que fazer diante desse diagnóstico!

O que é azoospermia?

A ausência de espermatozoides no fluído ejaculado, isto é, no sêmen, é chamada de azoospermia. Pode ser classificada como obstrutiva ou não obstrutiva, de acordo com a causa.

Para o homem, não é possível identificar a azoospermia sem realizar uma análise seminal microscópica. Isso porque o homem azoospérmico pode apresentar um volume normal de sêmen, além de não ter alterações na função erétil e no desempenho sexual.

Outros sintomas, como dores nos genitais, também não são causados pela azoospermia em si, mas podem ter associação com doenças subjacentes que estejam afetando a produção ou o transporte dos espermatozoides.

Entenda melhor o que diferencia os dois tipos de azoospermia!

Azoospermia obstrutiva

Nessa condição, não há prejuízos na espermatogênese, ou seja, o homem produz espermatozoides normalmente. Entretanto, devido a alguma obstrução no sistema de ductos do trato reprodutivo, os gametas não chegam ao líquido seminal.

Entre as causas da azoospermia obstrutiva, estão os processos inflamatórios (uretrite, orquite, epididimite e prostatite), muitas vezes causados por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A inflamação pode levar à formação de tecido cicatricial que bloqueia a passagem dos espermatozoides.

Outras causas são: ausência congênita dos vasos deferentes; vasectomia; outras cirurgias prévias no trato genital que possam ter causado danos teciduais e formação de aderências.

Azoospermia não obstrutiva

Ao contrário da condição anterior, que não afeta a espermatogênese e é causada por fatores pós-testiculares, a azoospermia não obstrutiva tem relação com falhas na produção dos espermatozoides e resulta de alterações testiculares e pré-testiculares.

As causas pré-testiculares incluem os desequilíbrios hormonais, que podem decorrer de doenças endócrinas e distúrbios no eixo hipotálamo-hipófise. Essas duas glândulas situadas no cérebro trabalham na liberação dos hormônios FSH e LH (gonadotrofinas), que estimulam o funcionamento dos testículos, portanto, têm papel essencial na produção dos espermatozoides.

Diabetes, obesidade, hipotireoidismo, hiperprolactinemia, tumores hipofisários e até fatores do estilo de vida, como estresse constante e prática excessiva de exercícios físicos, são exemplos das causas pré-testiculares de azoospermia não obstrutiva.

Nos testículos, ocorre a produção de testosterona, hormônio necessário para a espermatogênese, a manutenção das características masculinas, a libido e a potência sexual. Problemas nesses órgãos podem prejudicar a produção ou a qualidade dos espermatozoides.

Entre as causas testiculares de azoospermia não obstrutiva, estão: varicocele; criptorquidia; atrofia testicular; exposição a altas temperaturas, radiação e metais pesados; entre outras condições.

Qual é a relação com a infertilidade masculina?

A relação entre azoospermia e infertilidade masculina é clara: se não há espermatozoides no fluído ejaculado, eles não entram no trato reprodutivo da mulher. Sem espermatozoides, não é possível a fecundação do óvulo acontecer.

Para entender isso melhor, é importante saber qual é o trajeto dos gametas masculinos, desde sua produção até o local da fertilização: os espermatozoides são produzidos nos testículos, ficam armazenados e amadurecem nos epidídimos, passam pelos vasos deferentes, unem-se aos líquidos da próstata e das vesículas seminais e são lançados para fora do corpo do homem com a ejaculação.

Ao entrar no corpo da mulher, os espermatozoides migram do fundo da vagina para o trato reprodutivo superior. Eles passam pelo colo uterino e o corpo do útero e entram nas tubas uterinas. Dentro de uma das tubas, um óvulo poderá estar disponível para a fecundação.

O que fazer quando os exames revelam azoospermia?

Primeiramente, o homem é indicado a prosseguir com a investigação das causas da azoospermia com outros exames: ultrassom da bolsa escrotal, dosagens hormonais e ressonância magnética.

Ao diagnosticar as causas e o tipo de azoospermia, a conduta pode envolver tratamentos convencionais, com medicação ou cirurgia.

Na área de reprodução assistida, as técnicas para superar a azoospermia incluem fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), precedida por procedimentos de recuperação espermática.

PESA, MESA, TESE e Micro-TESE são os procedimentos utilizados para recuperar os espermatozoides nos epidídimos ou testículos, quando não é possível obtê-los na amostra do ejaculado.

Se a coleta dos gametas por recuperação espermática não for uma possibilidade — por exemplo, quando não há produção de espermatozoides —, o casal pode ainda optar pela doação de sêmen para engravidar. Essa prática tem sido muito comum atualmente e tem ajudado na formação de novas famílias.

Saiba mais com a leitura do texto sobre azoospermia e outras condições seminais!

ISCA: saiba mais sobre o que é e o que pode ser feito nesses casos

A infertilidade se caracteriza pela dificuldade de confirmar uma gestação ou levá-la a termo, considerando o período mínimo de 1 ano de tentativas (ou 6 meses para mulheres com mais de 35 anos). É compreendida como infertilidade conjugal, visto que podem existir fatores masculinos e femininos. Sendo assim, o casal precisa passar por uma investigação detalhada e personalizada.

Vários exames são solicitados à mulher e ao homem, além da investigação clínica. Os resultados da avaliação podem apontar para diferentes doenças e disfunções reprodutivas. Quando não se estabelece uma causa direta da infertilidade, consideramos a hipótese de ISCA.

Você sabe o que é ISCA? Quer entender o que isso significa e o que pode ser feito para o casal engravidar? Acompanhe este artigo e descubra!

O que é ISCA?

A sigla é correspondente à infertilidade sem causa aparente, uma condição que indica que o casal não tem problemas diagnosticados que possam prejudicar as funções reprodutivas. Nessa circunstância, embora não tenha recebido um diagnóstico, o casal continua com dificuldade para engravidar.

A ISCA, portanto, não é um diagnóstico, mas a falta dele. É uma situação que pode deixar o casal apreensivo por não entender quais são as causas de sua infertilidade. Isso porque a identificação de fatores específicos direciona o tratamento.

Os métodos atuais de avaliação diagnóstica têm boa acurácia e, na maioria das vezes, revelam uma potencial causa. Ainda assim, os casais com ISCA podem ter algum fator subdiagnosticado. Por isso, pode ser preciso aprofundar a investigação, solicitando exames que vão além da avaliação básica da infertilidade conjugal.

Como é feita a investigação da infertilidade conjugal?

Ao consultar o médico especialista em medicina reprodutiva, o casal por todo o percurso de investigação, que começa com a avaliação clínica e prossegue com a realização de vários exames.

A avaliação inicial inclui o levantamento de informações sobre:

  • sintomas de alterações no sistema reprodutor;
  • regularidade dos ciclos menstruais;
  • frequência das relações sexuais;
  • se o casal tem outros filhos (juntos ou de relacionamentos anteriores);
  • histórico médico de ambos.

A mulher passa por avaliação da reserva ovariana, com ultrassonografia pélvica e dosagens hormonais. Esses exames permitem uma estimativa da quantidade de óvulos disponíveis para o desenvolvimento, o que auxilia tanto na avaliação da fertilidade quanto na definição de um tratamento de estimulação ovariana.

O exame de ultrassonografia pélvica também é importante para investigar as condições morfológicas dos órgãos reprodutores. Desse modo, é possível identificar anormalidades no útero, nas tubas uterinas e nos ovários.

A histerossalpingografia é outro exame solicitado normalmente para avaliar a permeabilidade das tubas uterinas e a anatomia do útero. Ressonância magnética e histeroscopia também são técnicas importantes na investigação da infertilidade feminina, de acordo com as suspeitas médicas.

Para o homem, o espermograma é o principal exame. Por meio de análises seminais, características macro e microscópicas são avaliadas e podem revelar alterações como: ausência de espermatozoides no ejaculado (azoospermia); baixa concentração de espermatozoides (oligozoospermia); alto índice de gametas com problemas de motilidade (astenozoospermia); entre outras disfunções.

Caso seja confirmada alguma alteração espermática no espermograma, o homem pode realizar outros exames para investigar as causas, como dosagens hormonais, ultrassom da bolsa escrotal, ressonância magnética e teste de fragmentação do DNA espermático.

Rastreio de infecções genitais, exame do cariótipo e pesquisa de alterações imunológicas também são métodos que podem integrar a investigação da infertilidade conjugal.

Quais são os possíveis resultados da avaliação?

Com base na avaliação clínica inicial e nos resultados de todos os exames, o especialista pode encontrar fatores femininos, masculinos, dos dois ou ISCA.

Entre as causas de infertilidade feminina, estão:

A infertilidade masculina está diretamente associada às anormalidades nos padrões seminais, que podem ser causadas por:

O que fazer na condição de ISCA?

A ISCA não impede a gravidez, se considerarmos que os exames revelam as principais características necessárias para uma concepção natural, incluindo: reserva ovariana em bom estado, tubas uterinas permeáveis, parâmetros seminais normais e ausência de alterações uterinas significativas.

Entretanto, se o casal continuar com dificuldade de engravidar, é importante conversar com o médico sobre as possibilidades de tratamento na reprodução assistida. Essa área da medicina trabalha com técnicas de baixa complexidade (coito programado e inseminação artificial) e alta complexidade (FIV – fertilização in vitro).

O casal com ISCA pode, eventualmente, iniciar com tratamentos de baixa complexidade e, se não for bem-sucedido, um passo seguinte pode ser a fertilização in vitro.

Para mulheres com mais de 35 anos, é interessante avaliar melhor o percurso do tratamento, pois a fertilidade feminina reduz continuamente a partir dessa idade, de forma que o tempo gasto com tentativas é um fator a se preocupar.

Agora que você já sabe o que é ISCA, confira mais informações no texto: infertilidade sem causa aparente!

Mioma: conheça os sintomas para suspeitar da doença

Endometriose, mioma uterino, síndrome dos ovários policísticos (SOP): o que essas e muitas outras doenças têm em comum? São apontadas como causas de infertilidade feminina, cada uma afetando o sistema reprodutor de forma diferente.

Apesar dos possíveis impactos, as doenças ginecológicas nem sempre impõem dificuldades para engravidar ou risco de complicações obstétricas. Os miomas, por exemplo, frequentemente não provocam diminuição das chances de gravidez.

Há muita informação “sensacionalista” e até equivocada sobre o impacto dos miomas na fertilidade e na saúde, de modo geral.

Veja, neste artigo, o que é mioma, os possíveis sintomas, a relação com a infertilidade e como tratar!

O que é mioma?

Miomas ou leiomiomas são tumores benignos constituídos por células de musculatura lisa, que nascem na camada medial da parede uterina (miométrio). É uma alteração encontrada em cerca de 40% das mulheres durante a idade reprodutiva.

O desenvolvimento dos miomas depende de fatores genéticos e ambientais. É um tumor benigno hormônio-dependente, ou seja, os miomas têm receptores para estrogênios (hormônio com importante papel na fisiologia reprodutiva da mulher). É, portanto, uma doença hormônio-dependente.

Há vários tipos de leiomioma. Eles se apresentam em tamanhos variados e podem se desenvolver nas três camadas da parede uterina:

  • miométrio — camada muscular que ocupa a parte intermediária da parede, importante para a contratilidade e a capacidade de expansão do útero;
  • endométrio — revestimento interno do útero, local de implantação do embrião;
  • serosa — camada mais externa, que protege o órgão na cavidade pélvica.

Nove classificações de miomas são descritas, de acordo com a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), mas, de maneira resumida, podemos separá-los em 3 tipos principais, de acordo com sua localização na parede do útero:

  • intramurais (crescem dentro da camada miometrial);
  • submucosos (nascem no miométrio e crescem na direção do endométrio);
  • subserosos (nascem no miométrio e crescem na direção da camada serosa ou perimétrio).

Quais são os sintomas de mioma?

A localização e o tamanho dos miomas são aspectos que podem influenciar os sintomas da doença. Muitas mulheres nem mesmo chegam a ser diagnosticadas devido a ausência de manifestações significativas.

Quando sintomática, a mulher pode apresentar:

  • sangramento uterino anormal, caracterizado por fluxo menstrual abundante ou por período prolongado;
  • cólicas menstruais;
  • distensão abdominal, quando o mioma é volumoso;
  • dor pélvica;
  • alterações urinárias e intestinais, nas poucas situações em que o mioma cresce muito e pressiona os órgãos vizinhos;
  • anemia, em mulheres que apresentam sangramento intenso com frequência.

Dificuldade para engravidar e abortamento recorrente podem também ser causados pela presença de miomas uterinos.

Quais tipos de mioma podem causar infertilidade?

Em relação à localização, o mioma submucoso é aquele que, independentemente do seu tamanho, tem o potencial de causar prejuízos à chance de gravidez e aumentar o risco de aborto.

Os miomas submucosos se localizam na camada interna da parede uterina, na região de implantação de um embrião. Por esse motivo, mesmo miomas pequenos (menores do que 1 cm) devem ser valorizados.

Os leiomiomas intramurais, se forem maiores que 3 ou 4 cm, também podem prejudicar as chances de gravidez. Acredita-se que, com esse tamanho, a contratilidade uterina é prejudicada e, consequentemente, o funcionamento do útero é prejudicado.

Como tratar?

Avaliação detalhada do número, localização, tamanho dos miomas, sintomas, histórico reprodutivo e desejo de gestação são informações de elevada relevância para a tomada de decisão.

Diagnóstico por imagem é fundamental: ultrassonografia pélvica e a ressonância magnética são hoje os dois principais exames para avaliação global do útero. A histeroscopia ambulatorial também pode ser necessária quando há miomas com componentes submucosos.

As linhas de tratamento dos miomas incluem conduta expectante, medicação hormonal, cirurgia e técnicas de reprodução assistida para quem deseja engravidar. A intervenção mais apropriada para cada mulher é definida após a avaliação criteriosa.

Aproveite que está aqui e leia mais um texto sobre miomas para saber mais a respeito dessa doença ginecológica!

Infertilidade: saiba mais a respeito! O que é infertilidade?

O conceito de infertilidade relaciona-se à ausência de gravidez ou a impossibilidade de levar uma gestação a termo após um ano ou mais de tentativas. Para isso, é preciso considerar que o casal tenha relações sexuais regularmente e não utilize nenhum método contraceptivo.

O simples fato de conhecer o período fértil e saber como fazer esse cálculo pode ajudar a melhorar as chances de gravidez.

O período fértil inclui os dias em torno da ovulação, é a fase do ciclo menstrual em que a mulher está mais propensa a conceber. A ovulação, por sua vez, é o evento fisiológico marcado pela liberação de um óvulo maduro, que deve ser fertilizado por um espermatozoide para gerar o embrião.

Além de fazer o cálculo do período fértil, é importante para o casal tentante observar os indícios de infertilidade. Aqui, podemos nos deparar com duas situações:

  • casal que não tem motivo para suspeitar de infertilidade, ou seja, não sabe de nenhum fator que possa prejudicar sua capacidade de ter filhos;
  • casal que tem motivo para suspeitar, por exemplo, a mulher tem diagnóstico confirmado de endometriose e sabe que essa doença está associada a problemas reprodutivos.

Essa diferenciação é fundamental para os casais que estão tentando engravidar, e não conseguem. Isso porque, mesmo que não existam sinais e sintomas de alguma disfunção reprodutiva, o casal tentante precisa saber quando consultar um especialista para avaliar suas condições e conhecer as possibilidades.

Como suspeitar de que você não pode engravidar?

Vamos retomar o conceito de infertilidade que foi apresentado acima: se no prazo de um ano de tentativas a gravidez não acontecer, você já pode suspeitar de que algo esteja impedindo a concepção — deve-se considerar o prazo de 6 meses quando a mulher tem mais de 35 anos, pois a idade feminina acima disso já é apontada como um fator de redução natural da fertilidade.

Na ausência de um diagnóstico de condições relacionadas à infertilidade, a suspeita pode começar baseada em possíveis sintomas de alterações no sistema reprodutor. As mulheres podem manifestar:

  • dor na relação sexual;
  • dor pélvica;
  • cólicas menstruais intensas;
  • sangramento fora do período menstrual ou após a relação sexual;
  • secreção vaginal anormal;
  • dor em baixo ventre;
  • irregularidade menstrual, como ausência de menstruação ou intervalos muito longos;
  • outros sinais de alterações endócrinas, como queda de cabelo e crescimento de pelos em locais incomuns.

Os dois primeiros sintomas listados são descritos em diversas doenças ginecológicas, como a endometriose, que também costuma provocar cólicas intensas. O sangramento intermenstrual ou pós-coito, bem como a presença de secreção e a dor abdominal baixa podem indicar infecções e doença inflamatória pélvica (DIP). Já a menstruação infrequente ou ausente e as demais alterações endócrinas são típicas de disfunções endócrinas, sobretudo a síndrome dos ovários policísticos (SOP).

Acima, temos alguns dos principais exemplos de sintomas e doenças relacionados à infertilidade feminina. Entretanto, a lista é bem mais extensa e manifestações semelhantes podem ocorrer em várias outras condições. Sendo assim, somente uma avaliação detalhada pode ajudar a identificar as possíveis causas da dificuldade de concepção.

Também é preciso observar os sinais e sintomas de problemas masculinos. O casal pode suspeitar de que tem dificuldades reprodutivas, caso o homem apresente:

  • veias dilatadas visíveis ou palpáveis nos testículos;
  • inchaço e assimetria testicular;
  • dor ao urinar ou ejacular;
  • presença de sangue na urina ou no sêmen;
  • secreção peniana;
  • ausência de sêmen (aspermia);
  • redução da libido e disfunção erétil.

Os sintomas masculinos listados podem ser indícios de doenças como: varicocele, infecções genitais, obstruções congênitas no trato reprodutivo, deficiência hormonal (principalmente de testosterona), dentre outras condições.

Como é a investigação da infertilidade conjugal?

Primeiramente, é feita a avaliação clínica de ambos para levantar informações sobre padrão menstrual, gestações anteriores, histórico de infecções genitais e cirurgias pélvicas, condições de saúde geral etc. Fatores do estilo de vida e frequência das relações sexuais também são pontos a discutir na primeira consulta.

A mulher é detalhadamente investigada por meio de exames laboratoriais e de imagem, incluindo dosagens hormonais, ultrassonografia pélvica e histerossalpingografia. Para o homem, o principal exame indicado é o espermograma. No entanto, outros métodos de avaliação podem ser solicitados para o casal, com base na suspeita diagnóstica e nos resultados dos primeiros exames.

Após a investigação da infertilidade e uma vez definida a causa (lembre-se que cerca de 20% das vezes não encontramos um motivo para a ausência de gravidez), discutem-se com o casal os possíveis caminhos para se chegar ao objetivo desejado. Tratamentos como cirurgias, relação sexual programada, inseminação intrauterina ou fertilização in vitro (FIV) são algumas das opções que provavelmente serão oferecidas e discutidas.

Aprofunde suas informações com a leitura do texto principal sobre infertilidade!

O que é blastocisto?

A reprodução humana é um processo biológico complexo e que passa por uma série de etapas, desde a união dos gametas masculino e feminino, passando pelo pré-desenvolvimento do embrião e a implantação do blastocisto no útero e prosseguindo com a gestação.

Para que todos esses eventos se cumpram, são necessários:

  • equilíbrio hormonal, uma vez que há vários hormônios que regulam o funcionamento do sistema reprodutor;
  • anatomia normal dos órgãos — sem distorções ou obstruções causadas por defeitos congênitos ou doenças estruturais adquiridas;
  • ausência de infecções genitais, que podem deixar sequelas no trato reprodutivo.

Esses são apenas alguns dos fatores a considerar, no entanto, a fertilidade é ainda mais complexa e há inúmeras condições que podem afetar as chances de reprodução de um casal. A qualidade do embrião para chegar ao estágio de blastocisto, por exemplo, é um dos pontos principais para o sucesso reprodutivo.

Neste post, você verá informações sobre: gametas, fecundação, desenvolvimento embrionário e blastocisto. Continue a leitura para entender — ou relembrar — todos esses conceitos!

O que são gametas?

São as células reprodutivas, que se originam nas gônadas ou glândulas sexuais. Os espermatozoides são os gametas masculinos, produzidos nos testículos, enquanto os óvulos são os gametas femininos, produzidos nos ovários.

A gametogênese (processo de desenvolvimento e amadurecimento dos gametas) ocorre em resposta à ação de hormônios. O FSH e o LH, secretados pela hipófise, são as gonadotrofinas, hormônios responsáveis por estimular o funcionamento das gônadas.

Na mulher, os hormônios hipofisários estimulam o desenvolvimento dos folículos ovarianos, que armazenam os óvulos. Um deles se desenvolve até o estágio ideal para a ovulação e se rompe, liberando um gameta maduro para a fertilização.

No homem, o FSH desencadeia a produção de testosterona, hormônio masculino fundamental para a produção dos espermatozoides.

Como ocorre a fecundação?

Após a produção dos gametas, ocorre a fecundação, que é a união de um espermatozoide com um óvulo, formando a primeira célula de um novo organismo humano, chamada zigoto. Para isso acontecer, é preciso que o casal tenha relação sexual próximo ao dia da ovulação, nos dias do mês que correspondem ao período fértil.

Milhões de espermatozoides entram no corpo feminino a partir da ejaculação masculina. Eles migram para os órgãos do trato reprodutivo superior e entram nas tubas uterinas, onde a fertilização acontece.

Somente uma pequena fração dos espermatozoides que entram no corpo da mulher conseguem chegar ao local em que o gameta feminino está. Apenas um deles penetra no óvulo, completando o processo de fecundação.

Como o embrião se desenvolve?

Assim que é gerado, o zigoto entra em um processo de desenvolvimento contínuo. Ele inicia como uma célula única, passa por consecutivas divisões celulares e se transforma em um embrião pluricelular, que se diferenciará em todos os órgãos e tecidos do corpo humano enquanto se desenvolve no útero materno.

A etapa de divisões celulares do zigoto é chamada de fase de clivagem. A cada 24 horas, uma nova divisão acontece, aumentando o número de células-filhas (os blastômeros), que ficam compactadas dentro da zona pelúcida, membrana que protege o óvulo.

O embrião se forma na tuba uterina e é conduzido para dentro do útero com a ajuda da motilidade tubária. Por volta de 4 dias após a fertilização, o embrião atinge o estágio de mórula (com cerca de 16 blastômeros) e chega à cavidade uterina, onde permanece por até 2 dias e recebe fluídos do útero para continuar seu desenvolvimento.

O que é blastocisto?

Blastocisto ou blástula é o embrião que apresenta um conjunto de mais de 100 células, depois de ter passado pelos estágios de clivagem e mórula. Isso ocorre entre 5 e 7 dias após o óvulo ser fecundado.

O embrião se torna blastocisto quando já está na cavidade uterina e se apresenta como uma esfera formada por centenas de blastômeros, com duas camadas celulares (embrioblasto e trofoblasto) e uma cavidade preenchida com líquido (blastocele).

O embrioblasto é o conjunto celular interno, que dará origem ao embrião. O trofoblasto é representando pelas células externas do blastocisto, que formarão os anexos embrionários, incluindo a placenta.

Na fase de blastocisto, o embrião pode estabelecer sincronização fisiológica com as células do endométrio (revestimento interno do útero), estando em estágio ideal para se implantar no útero e prosseguir seu desenvolvimento na gestação.

Como é o desenvolvimento embrionário na reprodução assistida?

Todo esse processo, que começa com a união dos gametas e vai até a formação do blastocisto, também é realizado na reprodução assistida. Nas técnicas de baixa complexidade — coito programado e inseminação artificial —, a fecundação acontece da mesma maneira que na concepção natural. Já na fertilização in vitro (FIV), técnica de alta complexidade, há algumas diferenças.

Na FIV, os óvulos são fertilizados fora do ambiente tubário, ou seja, em laboratório. Para isso, é feita a coleta dos óvulos e do sêmen, bem como o preparo seminal, que permite selecionar os espermatozoides com boa motilidade.

No dia seguinte à fertilização in vitro, é possível confirmar quantos óvulos foram fecundados. Estes são monitorados em incubadora por um período de 5 a 7 dias, enquanto passam pela etapa de divisões celulares. Em estágio de blastocisto, o (s) embrião (ões) é transferido para o útero materno, o que pode ser feito no mesmo ciclo em que foi gerado ou após congelamento.

Continue a compreender esse tema com a leitura do texto sobre blastocisto na FIV!

Período fértil e fertilidade: veja por que calcular o período fértil aumenta as chances de engravidar

A dificuldade para engravidar infelizmente faz parte da realidade de muitos casais nos dias de hoje. Define-se infertilidade como a ausência de gravidez após 1 ano de tentativas ou após 6 meses se a mulher tem mais de 35 anos de idade. No entanto, a situação pode ser mais simples do que parece, isto é, o casal pode não ter conseguido engravidar dentro desse período apenas porque não fez o cálculo do período fértil.

São apenas cerca de 5 dias no mês (no ciclo menstrual), que a mulher se encontra com chances de concepção. Sendo assim, se o casal não tiver relação sexual durante esse período, as chances de gravidez ficam bem reduzidas.

Ainda que pareça um cálculo simples — inclusive, existem aplicativos com essa finalidade —, muitos casais têm dúvidas sobre período fértil e fertilidade. Neste post, vamos esclarecer o assunto. Acompanhe com atenção!

Quais são as fases do ciclo menstrual?

O ciclo menstrual é dividido em:

  • fase folicular — começa com a menstruação, dura cerca de 14 dias e se caracteriza pelo desenvolvimento do folículo ovariano (que são a “casa” dos óvulos). O estímulo aos ovários é feito pelos hormônios FSH e LH, secretados pela glândula hipófise;
  • ovulação — ocorre geralmente próximo à metade do ciclo, sendo marcada pela ruptura do folículo ovariano mais desenvolvido (folículo dominante) e a subsequente liberação do óvulo;
  • fase lútea — abrange as duas semanas finais do ciclo (incluindo a fase que conhecemos como pré-menstrual) e tem como característica principal a atividade do corpo-lúteo (estrutura endócrina que se forma com as células do folículo rompido), que produz progesterona. A progesterona tem um papel primordial na preparação do útero para receber um embrião.

Cada ciclo reprodutivo da mulher começa no primeiro dia da menstruação e termina no dia anterior ao período menstrual seguinte, totalizando em média 28 dias. Variações entre 25 e 32 dias são normais, mas quando os intervalos entre as menstruações são muito curtos (menos que 25 dias) ou muito longos (acima de 35 dias), é recomendável realizar uma avaliação com o ginecologista.

Qual é a diferença entre período fértil e ovulação?

O período fértil abrange o dia da ovulação, mas esses dois termos não são sinônimos. É comum confundir as duas coisas, afinal, existe uma relação direta cujo ponto central é o aumento da fertilidade feminina.

A ovulação e o período fértil são etapas fundamentais no processo natural de reprodução humana. A diferença entre eles é que: a ovulação é o evento fisiológico marcado pelo momento da liberação do óvulo; já o período fértil é mais abrangente, dura cerca de 5 dias e inclui 3 dias anteriores e 1 posterior à liberação do óvulo.

Em resumo, o período fértil está relacionado à fase do ciclo menstrual em que a fertilidade da mulher está em alta, portanto há mais chances de gravidez. Considera-se nesse período o dia provável da ovulação e o tempo de sobrevida dos gametas no corpo da mulher, que é de 1 dia para o óvulo e até 3 dias para os espermatozoides.

Isso significa que mesmo se o casal tiver relação sexual poucos dias antes da ovulação, há chances de concepção, visto que os espermatozoides poderão estar vivos nas tubas uterinas quando o óvulo for liberado.

Por que é tão importante calcular o período fértil para aumentar as chances de gravidez?

A relação entre ovulação, período fértil e fertilidade é clara. Sendo assim, é importante que o casal tenha conhecimento acerca disso para planejar suas tentativas para os dias certos, aumentando as chances de gravidez.

O cálculo do período fértil em ciclos regulares de 28 dias é fácil: lembre-se de que a ovulação acontece, aproximadamente, no 14º dia do ciclo. Embora esse intervalo possa ter pequenas variações, podemos considerar que os 5 dias de alta fertilidade tenham início 11 ou 12 dias depois do início da menstruação. Em mulheres com ciclos regulares, o uso de aplicativos que indicam o período pode ser de grande valor.

Além de calcular o período fértil, você pode confirmar se está ovulando ao observar sintomas, como a presença de muco cervical transparente, aquoso e com aspecto elástico. Os testes de ovulação vendidos em farmácia também podem ajudar.

Para mulheres com ciclos menstruais irregulares, é mais difícil calcular o dia da ovulação e o período fértil. Consultar um ginecologista, nessas situações, é aconselhável, pois alterações significativas nos intervalos entre os ciclos menstruais ou mesmo a ausência de menstruação são indícios de disfunções, muitas vezes associadas à infertilidade.

As irregularidades menstruais frequentemente têm relação com distúrbios ovulatórios, mas também podem decorrer de alterações uterinas, como sinequias uterinas, síndrome de Asherman ou malformações que obstruem o escoamento do fluxo menstrual.

Entre as disfunções ovulatórias, as causas mais encontradas são: síndrome dos ovários policísticos (SOP), hipotireoidismo, hiperprolactinemia, tumores na hipófise e mau funcionamento do hipotálamo devido a determinados fatores do estilo de vida.

Siga o link para outro texto e aprenda mais sobre como calcular o período fértil!

DIP: o que é? Conheça a doença

A sigla DIP se refere à doença inflamatória pélvica, uma das condições femininas potencialmente relacionadas à infertilidade.

São diversos os motivos que podem dificultar a ocorrência de uma gravidez. Em se tratando da DIP, podemos encontrar acometimento do útero e das tubas uterinas simultaneamente — às vezes, até dos ovários. Quando não é identificada e tratada precocemente, essa doença pode deixar sequelas nos órgãos reprodutores que não são mais tratáveis apenas com medicação, como a hidrossalpinge.

Veja, neste artigo, o que é DIP, as causas, fatores de risco, sintomas e outras informações importantes sobre o assunto!

O que é DIP

A DIP é uma doença que cursa de forma aguda e é resultante de infecção genital. Os agentes infecciosos iniciam sua ação no trato inferior e sobem para os órgãos do trato reprodutivo superior, espalhando o processo inflamatório por várias partes da pelve.

As inflamações da DIP podem afetar: o colo do útero (cervicite); o endométrio, parte interna do útero (endometrite); as tubas uterinas (salpingite); os ovários (ooforite). É possível, ainda, que os patógenos tenham acesso ao peritônio, tecido que recobre os órgãos na cavidade pélvica e abdominal.

Causas

A DIP é uma doença polimicrobiana. Vários tipos de microrganismos já foram identificados como causadores dessa afecção, como Streptococcus, Staphylococcus, Escherichia coli e Mycoplasma genitalium.

Entre as principais bactérias que causam a DIP, estão as responsáveis por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), sobretudo Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, que dão origem à clamídia e à gonorreia.

Fatores de risco

Alguns fatores relacionados ao comportamento sexual aumentam o risco de a mulher contrair uma IST e desenvolver a DIP, por exemplo: prática habitual de relações sexuais sem uso de preservativos; início precoce das relações; múltiplas parcerias.

Outros fatores de risco para a DIP, de modo geral, são: idade na faixa etária da adolescência e da vida adulta jovem; realização de procedimentos médicos que podem facilitar a entrada dos patógenos no trato reprodutivo superior, como curetagem pós-parto ou aborto, colocação de dispositivo intrauterino (DIU) e alguns tipos de exames e cirurgias uterinas.

Prevalência

A prevalência da DIP é subestimada, visto que muitos casos não são notificados, principalmente porque há mulheres que apresentam sintomas leves na fase aguda e não procuram avaliação médica. Contudo, estima-se que cerca de 5% das mulheres tenham pelo menos um episódio da doença durante a idade reprodutiva — fase da vida que abrange todos os anos em que ocorrem os ciclos menstruais.

Prevenção

Prevenir é o melhor caminho para evitar complicações de saúde. Para a prevenção da DIP, que está comumente associada a ISTs, uma das condutas mais eficientes é o uso de preservativos em todas as relações sexuais.

Como identificar a DIP?

É possível detectar a DIP por meio dos sintomas e de exames específicos. As manifestações da doença abrangem:

  • febre;
  • dor na parte inferior do abdome;
  • dor durante a relação sexual;
  • secreção vaginal com cor e odor sugestivos de infecção;
  • escapes de sangue fora do período menstrual e após a relação sexual;
  • dor ao urinar.

Os sintomas podem aparecer por semanas. Quando o diagnóstico é feito nessa fase, seguido do tratamento precoce, as sequelas da DIP podem ser evitadas. Caso contrário, a mulher pode ter consequências da doença não tratada, incluindo: disseminação da infecção para outros órgãos, como o fígado (peri-hepatite); hidrossalpinge; endometrite crônica; abscessos; aderências; dor pélvica crônica; risco aumentado para gravidez ectópica.

A infertilidade associada à DIP é causada principalmente por acometimento das tubas uterinas. Um processo infeccioso/inflamatório nas tubas uterinas podem prejudicar seu funcionamento. A tuba uterina, com os movimentos ciliares, tranporta o embrião até o útero. Se os cílios são acometidos, esse transporte é prejudicado. Eventualmente, encontramos hidrossalpinge (acúmulo de fluídos dentro da tuba) como consequência da obstrução tubária também provocada pelo processo infeccioso. A endometrite crônica também torna o endométrio menos receptivo e prejudica as taxas de implantação embrionária, além de aumentar o risco para aborto espontâneo.

O diagnóstico da DIP é feito com: avaliação clínica dos sintomas e fatores de risco; exame físico; exames laboratoriais, inclusive para o rastreio dos agentes infecciosos; ultrassonografia pélvica, para avaliar as possíveis sequelas da doença.

Como essa doença deve ser tratada?

O tratamento da DIP é feito com antibióticos. Mulheres em condições mais graves, por exemplo, com diagnóstico de peritonite pélvica, presença de abscessos e gestantes, devem ser tratadas em ambiente hospitalar.

Quanto às sequelas da DIP, não é possível revertê-las com tratamento medicamentoso. Cirurgias são opções para remover aderências e corrigir a hidrossalpinge, mas também não garantem a recuperação da fertilidade.

Considerada a técnica mais complexa da reprodução assistida, a FIV pode superar diversas alterações que impedem a gravidez natural, inclusive a obstrução das tubas uterinas. Sendo assim, é uma alternativa para mulheres com sequelas de DIP.

Aprofunde suas informações com a leitura de mais um texto sobre DIP!